É a primeira paciente a passar por um transplante de laringe na França

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Após raro transplante de laringe, mulher fala pela 1ª vez em mais de 20 anos

Na França, paciente de 49 anos passa por transplante de laringe e começa a recuperar a capacidade de fala. Desde o final dos anos 1990 ela não escutava sua voz

Transplante de laringe faz mulher voltar a falar pela primeira vez em mais de 20 anos (Imagem: Prostock-studio/envato)
Foto: Canaltech

 

 

Na França, uma mulher de 49 anos passou por uma rara e bem-sucedida cirurgia de transplante de laringe. Após o procedimento inédito no país, a paciente conhecida como Karine falou pela primeira vez em décadas. A capacidade de fala foi perdida em um incidente no ano de 1996 e, desde então, ela recorria a outras formas de comunicação para interagir com seus familiares e amigos.

Como o transplante raro de laringe foi feito há menos de seis meses, a fala da paciente ainda lembra muito um sussurro, mas as sessões com fonoaudiólogas e a reabilitação devem tornar a sua voz mais próxima do que é considerado “normal”.

Cirurgia histórica na França

Com duração de 27 horas, sendo necessárias 10 horas para apenas a remoção da laringe antiga e mais 17 horas para o transplante em si, a operação foi iniciada no dia 2 de setembro e encerrada no dia seguinte.

Este complexo procedimento, poucas vezes feito na história, foi liderado por Philippe Céruse, chefe do departamento de otorrinolaringologia e cirurgia cérvico-facial do hospital da Cruz Vermelha. Também participaram da cirurgia membros do Hospital Civil de Lyon (HCL).

Embora a paciente já consiga pronunciar as primeiras palavras e manter um diálogo curto, o médico Céruse explica que só será possível avaliar o nível de recuperação da voz da paciente após o primeiro ano da cirurgia. Nesse período, é esperado que Karine ainda realize muitos avanços.

Mulher volta a falar

“Eu queria fazer um transplante, há cerca de dez anos, para voltar à vida normal, para realizar atividades com os meus filhos, para poder me comunicar, para ser independente”, explica Karine sobre o que a levou a participar desta iniciativa.

Após ter apostado na equipe médica e ter topado ser a primeira paciente a passar por um transplante de laringe na França, a paciente comemora os resultados, enquanto se recupera, em casa, desde o dia 26 de outubro. É uma rotina intensa, com várias sessões de reeducação das cordas vocais, da respiração e da capacidade de deglutição.

Hoje, Karine ainda considera estranha a sensação de falar novamente. Para dimensionar, “minhas filhas nunca tinham me ouvido falar! Quanto ao meu marido, ele havia esquecido o som da minha voz”, afirma a paciente, em nota.

O que provocou a perda da voz?

Vale explicar que, em 1999, a paciente sofreu uma parada cardíaca. Por causa disso, precisou ser entubada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que acabou resultando em um quadro grave de estenose de laringe.

A paciente perdeu de vez a capacidade de fala quando o órgão se deteriorou alguns anos depois. Para manter a capacidade de respiração, ela passou por uma traqueostomia, há cerca de 20 anos.

Transplante de laringe é raro

Na história da medicina, o primeiro transplante de laringe do mundo foi feito no ano de 1998, em Cleveland, nos Estados Unidos. O paciente zero foi um homem que perdeu as cordas vocais e, consequentemente, a capacidade de fala em um acidente de moto.

Em 2010, outro procedimento do tipo foi feito na Califórnia. Em 2015, foi a primeira vez que o raro transplante de laringe foi realizado em outro país, a Polônia. Agora, é registrada a cirurgia francesa.

Existem alguns motivos que explicam o porquê deste tipo de transplante de órgãos ser tão raro. Por exemplo, é difícil de obter um doador compatível, já que essa pessoa precisa ter o mesmo sexo, altura, peso e tipo sanguíneo do transplantado.

Além disso, a operação não é considerada exatamente uma prioridade, já que o paciente não corre risco de morte — por outro lado, é um fato que a intervenção pode melhorar muito a qualidade de vida da pessoa. Por fim, a cirurgia ainda é bastante complexa, e poucas equipes no mundo estão preparadas para o transplante.

(Créditos autorais: https://www.terra.com.br/byte – BYTE/ Por: Fidel Forato – 21 nov 2023)

Fonte: HCL

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