W. H. Auden, poeta inglês que reúne características das duas fases, o personagem excêntrico e o cultor do bom senso

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Auden: excentricidades e gosto por anagramas

Wystan Hughes Auden (Inglaterra, 21 de fevereiro de 1907 – Viena, 29 de setembro de 1973), poeta inglês que reúne características das duas fases, o personagem excêntrico e o cultor do bom senso.

O poeta W. H. Auden que fora morar nos Estados Unidos em 1939 e se tornara cidadão americano em 1946, era um homem em transformação: trocara o comunismo da juventude pelo cristianismo, além de abraçar uma espécie de existencialismo de extração kierkegaardiana.

É nessa mesma chave que Auden vê, em A Mão do Artista, o romance policial, num ensaio que, no aspecto puramente descritivo, mostra afinidades com as posteriores análises estruturais da narrativa. O crime, no romance policial, vem abater-se sobre uma sociedade idílica e inocente, o que acarreta o surgimento da lei e da obrigação de que todos vivam sob a sua tutela até que o pecador seja identificado e a inocência restabelecida.

W. H. Auden reuniu vários livros num livro só. O nume tutelar do livro parece ser o vienense Karl Kraus (1874-1936), mestre do aforismo e um dos escritores preferidos de Auden, que aparece citado logo nos primeiros textos de A Mão do Artista. Sob esse aspecto, esta lembra outra obra do autor, Um Certo Mundo, coletânea de citações entremeadas de reduzidíssimas contribuições pessoais que organizou em 1970 e que dizia ser “uma espécie de autobiografia, o único tipo de autobiografia que escreverei em minha vida”.

O próprio Auden disse a seu amigo e companheiro de geração, o poeta Sthepen Spender (1909-1995), que o assunto do livro era o cristianismo e a arte.

(Fonte: Veja, 27 de outubro de 1993 – ANO 26 – Nº 43 – Edição 1311 – LIVROS/ Por João Moura Jr. – Pág: 141)

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