Winston Churchill, político britânico que foi o legítimo arquétipo do herói do século XX

0
Powered by Rock Convert

Foi um político proeminente e chegou a ser primeiro-ministro britânico

 

Winston Churchill (Foto: Getty Images)

Winston Churchill (Foto: Getty Images)

 

 

O MAIOR ESTADISTA DO SÉCULO XX

 

Estadista britânico foi primeiro-ministro do Reino Unido durante a II Guerra Mundial e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1953

Winston Leonard Spencer-Churchill (Woodstock, 30 de novembro de 1874 – Londres, 24 de janeiro de 1965), político britânico que foi o legítimo arquétipo do herói do século XX”. Como César, autor de um livro sobre a Guerra da Gália, Churchill deixou ele mesmo sua versão dos eventos que protagonizou em suas memórias da II Guerra Mundial.

Mas, ao contrário do romano, Churchill não amava o poder sobre todas as coisas. Era um fiel súdito da democracia – quando os eleitores não o desejaram mais na cadeira de primeiro-ministro, em 1945, ele deixou o cargo sem ressentimento.

Winston Churchill foi ministro da Fazenda da Inglaterra por cinco anos. Fez cinco orçamentos do império, coisa séria naquela época. Em 1929, quando saiu da Fazenda na queda do governo, começaram seus dez anos ao sol e ao sereno. Continuou deputado e dedicou-se a estudar e escrever história. São dessa fase, entre outros bons livros, “Minha Mocidade” e “Grandes Homens do Meu Tempo” que se completam e nos quais ele combina recordações, bom humor e conselhos aos políticos mais moços.

Churchill, com 55 anos ao deixar o mais importante cargo do gabinete, devia considerar-se em fim de carreira. Mas, no sistema parlamentar, um político na Câmara está sempre no jogo. E no jogo ele vinha desde 1900. Já fizera parte de vários gabinetes: na Primeira Guerra Mundial, fora ministro da Marinha e do Material Bélico; em 1919, ministro da Guerra; em 1921, ministro das Colônias, quando teve um assessor chamado T.E. Lawrence, já lendário como Lawrence da Arábia. Em 1922, seu governo de coalização caiu, ele teve apendicite e perdeu a eleição em seu distrito, ficando “sem pasta, sem cadeira e sem apêndice”

Mas era escritor consumado. Fez a biografia do pai, lorde Randolph Churchill, e a de seu histórico antepassado John Churchill, o duque de Marlborough. Escreveu suas memórias da Primeira Guerra Mundial e uma história dos povos de língua inglesa. Material não lhe faltava, trânsito pessoal com grandes personalidades do seu tempo, vivência de crises políticas e de grandes acontecimentos sobravam, da construção dos novos encouraçados à abdicação do rei num caso de amor.

Daí nasce “Grandes Homens do Meu Tempo”. Eles os conheceu a todos e desse cabedal de conhecimento e de experiência tira observações e conceitos sobre a cena daqueles anos, sobre homens de Charles Chaplin a Adolf Hitler, de Lawrence da Arábia ao dramaturgo Bernard Shaw, de Leon Trotsky, ao kaiser.

Ao longo, porém, desses ensaios sobre outros contemporâneos, o autor, expôs suas ideias políticas, suas posições pessoais, sua filosofia de homem de Estado. As pistas vêm aos poucos. Por exemplo, no que diz sobre alarido, clamor e escândalos políticos no ensaio sobre Clemenceau – “para a integridade sempre existe uma segura defesa: um modo de viver modesto e austero, contas pessoais que podem ser apresentadas a todo mundo, presteza altiva para revelar a fonte de qualquer renda” – e no que houve de Clemenceau sobre a conduta da guerra – “combaterei à frente de Paris, combaterei em Paris, combaterei atrás de Paris.”

Faltavam ainda alguns anos para surgir o líder de 1940, o de sangue, trabalho, suor e lágrimas. Mas, do que se lê, ele já estava ali vivendo e aprendendo, prenunciando o grande homem de nosso tempo.

(Fonte: Veja, 9 de janeiro de 2008 – Ano 41 – N° 1 – Edição 2042 – LIVROS/ Por Jerônimo Teixeira – Pág: 97/98)

(Fonte: Veja, 8 de dezembro de 2004 – ANO 37 – Nº 49 – Edição 1 883 – História/ Por Sergio Barcellos – “Grandes Homens do Meu Tempo” de Winston Churchill – Pág: 144/145)

(Fonte: Zero Hora – ANO 53 – N° 18.694 – 7 de fevereiro de 2017 – JÁ FOI DITO – Pág: 40)

 

 

 

 

 

CHURCHILL, na época da II Guerra Mundial: infatigável, onipresente, determinado

Winston Churchill (Foto: Getty Images)

 

O FASCINANTE CHURCHILL

 

O estadista que derrotou Hitler, liderou a Inglaterra na II Guerra Mundial, que vai de 1939 a 1945, quando ele pressente o perigo e decide combater Hitler, então aparentemente invencível.

Infatigável, onipresente, determinado, Churchill encarnará naqueles dias incertos a esperança do chamado mundo livre. É um líder mundial.

Seus discursos, na voz metálica das transmissões da BBC em Londres e em todo o mundo, eram ouvidos por populações eletrizadas pela emoção e pelo mundo. Londres bombardeada, sucessivas esquadrilhas da Luftwaffe despejando bombas sobre civis indefesos e Churchill reafirmando a confiança na vitória, a determinação inabalável de lutar, nas ruas e nas praias, onde fosse preciso: “Wes hall never surrender!” (“Nunca nos renderemos!”).

Churchill é o “Cruzado anti-bolchevique e pacificador irlandês”, o “político sem partido e sem mandato”, o “escritor infatigável” que redigiu, entre outras obras, “Minha Mocidade”.

(Fonte: Veja, 11 de dezembro de 2002 – ANO 35 – Nº 49 – Edição 1781 – LIVROS/ Por Walter Fonseca – Pág: 152/153)

 

 

 

 

O MAIOR ESTADISTA DO SÉCULO XX

 

“AQUELES FORAM OS ANOS”, diria Churchill da sua vida entre os 20 e os 26: amores, batalhas e fama

 

 

Winston Churchill

“AQUELES FORAM OS ANOS”, diria Churchill da sua vida entre os 20 e os 26: amores, batalhas e fama (Foto: The Independent/ Reprodução)

 

Em 5 de março de 1946, o “Discurso da Cortina de Ferro”, no Westminster College, alma mater do presidente americano Harry Truman, em Fulton, no Missouri. “De Stetin, no  Báltico, a Trieste, no Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre a Europa”, disse Churchill, abrindo, pela primeira vez, os olhos do Ocidente para o totalitarismo territorialista da União Soviética.

O império comunista se dissolveu em 1991, mas seus escombros continuam assombrando com a tensão crescente em torno da Crimeia. Ali, em 1854, os russos derrotaram os ingleses na Batalha de Balaclava, eternizada pelo poema de Alfred Tennyson (1809-1892) sobre a funesta Carga da Brigada Ligeira.

Em 1895, Churchill se juntaria ao 4º Regimento de Hussardos da Rainha, um dos que lutaram em Balaclava, e, três anos mais tarde, lá estava ele, jovem oficial, em Omdurman, no Sudão, junto ao 21° Regimento de Lanceiros, participando daquela que seria a última carga de cavalaria da história.

“Dos 20 aos 26. Aqueles foram os anos”, registrou Winston Churchill em sua autobiografia, escrita em 1930. O adulto olhava para trás e via o jovem que, antes de completar 26 anos, já combatera em três continentes, recebera quatro condecorações, escrevera cinco livros, adquirira fama internacional e uma vaga no Parlamento.

Fenômeno precoce de comprometimento, ação e coragem, que aos 39 anos era ministro da Marinha na Primeira Guerra Mundial, aos 50 anos ministro das Finanças entre as duas guerras, aos 66 anos um senhor primeiro-ministro vitorioso na II Guerra Mundial, o conflito que formou o mundo que hoje vivemos.

Churchill foi um ás da política no sistema inglês, em que só existe um caminho para o poder: ser eleito e depois, no Parlamento, ser escolhido por seus pares para líder de um partido que tenha feito a maioria da Câmara dos Comuns em eleições gerais. Democracia irretocável e, vale notar, sem independência entre os poderes, o que costuma ser apontado, erradamente, como fundamento do regime democrático.

No sistema inglês o poder é formado na Câmara dos Comuns. Quando aceitam um convite para fazer parte do gabinete – ou seja, do Executivo -, os parlamentares não pedem licença nem renunciam ao cargo para o qual foram eleitos. Ao contrário. Só pode ser ministro quem tem e mantém o mandato. Coerente, todo o esforço é feito em função de garantir que a maioria no Parlamento governe.

O jovem Churchill gira em torno do preparo para futuro líder de um rapaz audacioso e vigoroso: oficial de cavalaria na índia, amores avassaladores, jornalista correspondente de guerra em campanhas coloniais, prisioneiro e fugitivo posto a prêmio na Guerra dos Bôeres, derrotado em várias tentativas eleitorais, levando uma vida de celebridade impulsionada pela publicação de livros com narrativas maravilhosas – e lucrativas – de cada aventura.

Teve uma queda não menos espetacular. Não lhe faltou nem o pecado mortal de trocar de partido em 1904, passando de deputado conservador para ministro do Partido Liberal na bancada adversária, do outro lado do plenário. Pior ainda, Churchill “destronou” de partido em 1925, voltando para o Partido Conservador. Sobre essas reviravoltas, ele declarou com aquela dose industrial de autoconfiança que enlouquecia os adversários: “Qualquer um sabe trair, mas é preciso certa engenhosidade para trair de novo.”

 

Winston Churchill que todo mundo conhece: o velhote corpulento, mordendo o charuto, levantando o moral do povo com discursos desafiadores, fazendo o “V” da vitória com os dedos e comandando sob terrível desvantagem a luta contra a Alemanha nazista. Ele sabia que só tinha chance de vencer se os Estados Unidos entrassem na guerra ao seu lado. Fez inúmeras viagens a Washington com esse intuito. Hospedava-se na Casa Branca, jogava sobre o presidente Franklin Roosevelt madrugadas de conversa, a ponto de mais tarde dizer que “nunca namorado nenhum correu tanto atrás da amada como eu corri atrás do presidente Roosevelt”.

 

Winston Churchill (Foto: Reprodução/ Domínio Público)

 

Churchill costurou aliança com homens essenciais. O primeiro é Edward Murrow, chefe da CBS News em Londres, cujos programas radiofônicos narrando os bombardeios aéreos alemães incendiaram a imaginação do povo americano, até então predominantemente isolacionista a respeito da guerra europeia. É de Murrow a observação histórica de que Churchill, com seus discursos, “alistou a língua inglesa nas Forças Armadas e a mandou para o campo de batalha como ponta de lança de esperança para a Inglaterra e o mundo”. Completam o trio o empresário Averell Harriman, administrador do programa de ajuda americana aos ingleses antes de entrar na guerra, e Gil Winant, embaixador dos Estados Unidos em Londres.

É saboroso ver que a vida continuava em todos os seus aspectos naquela Londres sob bombardeios, sempre mais devastadores à noite. Nasceram nesse ambiente intrincados romances dos três americanos. O relacionamento de Harriman com Pamela, nora de Churchill, começou em um abrigo antiaéreo numa das piores noites de bombardeio. O caso deu voltas e mais voltas.

Ed Murrow aproveitou uma delas e se envolveu com Pamela, depois que Averell foi nomeado embaixador em Moscou, em 1943. Após a guerra, Pamela se tornou a senhora Harriman e, poderosa, reaparece na história embaixadora americana em Paris, onde morreria três anos depois, de derrame, na piscina do Hotel Ritz. Winant e Sarah, a filha predileta de Churchill, tiveram um ardoroso romance, que murchou quando emudeceram os canhões.

Era com dois dos americanos, Winant e Harriman, que Churchill jantava em sua casa de campo de Chequers na noite de 7 de dezembro de 1941, um domingo, quando os japoneses resolveram para ele o mais difícil de seus problemas ao atacarem a base naval americana de Pearl Harbor, no Pacífico, obrigando os Estados Unidos a entrar no conflito.

Correram para o telefone, e Churchill ouviu eufórico a voz vinda da Casa Branca, do outro lado do Atlântico: “Agora estamos todos no mesmo barco”. Aproveitando o fuso horário a favor, Churchill declarou imediato apoio aos Estados Unidos e guerra ao Japão antes que o sol nascesse em Washington. A aliança transatlântica se tornara irreversível.

(Fonte: Veja, 12 de março de 2014 – ANO 47 – Nº 11 – Edição 2 364 – Livros/ Por Eurípedes Alcântara – “Churchill, o Jovem Titã”, de Michael Shelden – “Churchill e Três Americanos em Londres”, de Lynne Olson – Pág: 106/107)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Winston Churchill (1874-1965), ex-primeiro-ministro britânico, foi um dos mais conhecidos políticos da história

Churchill foi primeiro ministro do Reino Unido entre 1940 e 1945, período mais severo da Segunda Guerra Mundial. Ele retornou ao cargo em 1951, permanecendo até 1955.

Ele ficou notadamente famoso por ter liderado com sucesso a resistência britânica durante o conflito. Sua fama também vem de discursos inspiradores e de sua recusa em ceder aos inimigos.

Muitos o consideram como o maior britânico de todos os tempos e, certamente, o primeiro-ministro mais famoso.

Prisioneiro na África

Churchill nasceu em 1874. Ele foi eleito para o Parlamento em 1900. Antes disso, ele havia atuado no Exército e também como correspondente de guerra.

Em 1889, ele viajou à África do Sul para trabalhar como repórter no conflito conhecido como Guerra dos Bôeres. Ele foi capturado e feito prisioneiro de guerra, mas conseguiu fugir – o episódio ficou famoso no Reino Unido.

Lutando contra os nazistas

Antes do início da Segunda Guerra, em 1939, Churchill havia avisado o país sobre o perigo da ascensão nazista de Adolf Hitler.

Ele se tornou primeiro-ministro em 1940 depois da renúncia do então líder do governo Neville Chamberlain.

A recusa de Churchill em se render à Alemanha nazista inspirou o Reino Unido. Um dos episódios mais marcantes ocorreu em Dunquerque, em junho de 1940. Na batalha, mais de 300 mil soldados britânicos e franceses, então encurralados pelos alemães, conseguiram deixar o local pelo mar.

No livro “Memórias da Segunda Guerra” escrito em 1948, “Churchill mostra como a Segunda Guerra poderia ter sido evitada, não poupando de críticas severas seu país nem seu próprio Partido Conservador, no poder quando Hitler botava os coturnos de fora.”

Churchill perdeu o poder em 1945, depois do final da guerra. Ele voltou ao cargo seis anos depois – renunciou em 1955.

O líder britânico morreu em 24 de janeiro de 1965. Recebeu um funeral de chefe de Estado, com honrarias que apenas reis e rainhas recebem no Reino Unido.

(Fonte: https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/eleicoes/2018/10/29 – ÚLTIMAS NOTÍCIAS / ELEIÇÕES – 29/10/2018)

Winston Churchill foi herói ou vilão? Por que Reino Unido discute isso agora

 

Para muitos, história de premiê que liderou país durante Segunda Guerra Mundial é manchada por episódios polêmicos que precisam ser revistos; para outros, seria ‘ridículo’ julgá-lo pelos padrões de hoje.

 

 

Winston Churchill é frequentemente reverenciado como um herói de guerra, mas críticos apontam que ele também teve muitas falhas e tinha visões racistas.

Ele foi votado como o maior britânico de todos os tempos em uma enquete feita pela BBC em 2002. Mas agora alguns setores no Reino Unido estão querendo que a visão histórica sobre o primeiro-ministro inglês Winston Churchill, que liderou o país durante a Segunda Guerra, seja revista.

 

 

Churchill nunca escondeu sua crença na “supremacia branca” e considerava os indianos uma “raça inferior”.

Ele também defendeu o uso de “gás venenoso” contra curdos, afegãos e “tribos não civilizadas” – seus defensores dizem que ele se referia ao gás lacrimogênio. Mas ele também defendeu o uso de gás mostarda contra tropas otomanas.

Como muitos de sua geração, considera-se que ele também tinha visões antissemitas.

Seus apoiadores dizem que tudo isso se tornou uma “nota de rodapé” na história por causa da liderança de Churchill durante a Segunda Guerra Mundial, que foi vital para manter o moral e que levou à vitória do país contra os nazistas.

Outros argumentam que Churchill “não deveria ser julgado pelos padrões de hoje”, e que, apesar de suas falhas, ele era um grande homem.

No entanto, controvérsias sobre seu legado continuam.

Grande fome

 

 

As críticas mais recentes vieram de um parlamentar do Partido Trabalhista que chamou Churchill de “vilão” por enviar soldados para reprimir um protesto de mineiros no País de Gales em 1910. Na época, Churchill ainda era Ministro do Interior.

No mês passado, um membro nacionalista do Parlamento da Escócia disse que Churchill era um “assassino em massa” e um “supremacista branco” e o acusou de ser responsável por piorar os efeitos de uma grande fome que matou cerca de três milhões de pessoas na província de Bengala, na Índia, quando o território ainda era colônia britânica, em 1943. Hoje, o território da Bengala está dividido entre Índia e Bangladesh.

Essa grande fome de 1943 em Bengala ocorreu após o fracasso de safras de arroz – por causa de uma inundação – e os japoneses invadirem Burma, que também era colônia britânica, o que travou o transporte de arroz para a Índia.

De acordo com o autor do livro A Guerra Secreta de Churchill, Madhusree Mukerjee, o primeiro-ministro se recusou a atender aos pedidos da Índia por trigo e continuou a insistir para que a colônia fornecesse arroz e combustível para o esforço de guerra.

“Eu odeio indianos”, teria dito Churchill para o Ministro para Índia Leopold Amery. “São pessoas horríveis com uma religião horrível”, teria dito Churchill.

O líder inglês chegou a culpar os indianos pela fome, dizendo que eles “se reproduzem como coelhos”.

Crianças atingidas pela fome na Índia, em 1943
(Foto: Getty Images / BBC News Brasil)

Controvérsias

 

Com uma carreira de quase 70 anos, Churchill teve vários momentos de controvérsia. Chamava os brancos de “raça forte” e “raça de alto nível”.

Mas, de acordo com o escritor Richard Toye, autor do livro O Império de Churchill, “isso não quer dizer que ele necessariamente achava OK tratar pessoas não-brancas de maneira desumana”, como Hitler.

Churchill de fato foi a favor de usar uma arma química – gás mostarda – contra tropas otomanas durante a Primeira Guerra Mundial, mas essa era uma época em que outras nações também estavam usando esse tipo de arma.

Ele também foi criticado de ter usado “mão de ferro” para lidar com separatistas irlandeses e mineiros galeses no início do século.

Seu papel na repressão aos protestos dos mineiros no País de Gales em 1910, no episódio conhecido como os “distúrbios de Tonypandy”, que resultou em um morto e cerca de 500 feridos, marcou sua carreira e é visto como prova de sua aversão a sindicatos.

Mineiros em greve em Tonypandy, no País de Gales, em 1910 (Foto: Getty Images / BBC News Brasil)

Revisão

“Já passou da hora de um debate não apenas sobre Winston Churchill, mas sobre o Império Britânico”, escreveu Owen Jones, colunista do jornal britânico The Guardian.

“Nós nunca nos entenderemos – muito menos o mundo – ou seremos capazes de ter uma discussão aberta sobre política externa britânica ou racismo, se não fizermos isso.”

Mas os apelos pela revisão da história de uma figura tão imponente estão enfrentando oposição.

“Se não fosse por Winston Churchill, eu não estaria vivo. E isso não é uma declaração romanceada. Apesar do fato do primeiro-ministro dos tempos de guerra ter sido um supremacista branco, suas qualidades superam muito seus defeitos”, escreveu o político do Partido Conservador Daniel Finkelstein no jornal The Times.

Político do mesmo partido, James Cleverly também criticou o que chamou de “tentativas de sujar” a reputação de Churchill olhando para ele através das lentes da sociedade atual.

“A ideia de que podemos julgar a linguagem das pessoas que cresceram na era eduardiana pelos padrões de hoje é completamente ridícula”, disse Cleverly.

(Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/mundo/europa – NOTÍCIAS / MUNDO / EUROPA / Por Pablo Uchôa – BBC World Service – 20 FEV 2019)

BBC News Brasil – Todos os direitos reservados. 

Powered by Rock Convert
Share.