Severino Filho, músico do grupo de bossa nova Os Cariocas

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Fundador de um dos maiores expoentes da MPB é pai da atriz Lúcia Verissimo

 

O músico Severino Filho, do grupo Os Cariocas - (Foto: Reprodução)

O músico Severino Filho, do grupo Os Cariocas – (Foto: Reprodução)

 

Severino Filho (Belém, PA, 1928 – São Paulo, 1º de março de 2016), músico do grupo de bossa nova Os Cariocas

Severino, que fundou o grupo ao lado do irmão Ismael Netto, em 1942, é pai da atriz Lúcia Veríssimo

Pai da atriz Lúcia Veríssimo, Severino de Araújo Silva Filho era cantor, arranjador e instrumentista. Foi integrante do grupo Os Cariocas, que, surgido em 1946, é considerado parte da chamada Época de Ouro da Bossa Nova.

Durante a década de 60, o grupo Os Cariocas fez diversas turnês ao redor dos continentes sul e norte-americanos, tendo passado por programas de TV como o Tonight show, de Johnny Carson, transmitido pela NBC.

Nos EUA, Os Cariocas gravaram o disco Introducing The Cariocas, nos estúdios da Mercury, com produção de Quincy Jones.

Em 1997, o grupo lançou o disco Amigos do Rei em parceria com Tim Maia.

A banda Os Cariocas, de 1946, é considerada um dos maiores expoentes da Bossa Nova no país. O grupo também influenciou gerações de músicos de outros estilos, como Tim Maia, que gravou um disco com Os Cariocas.

TRAJETÓRIA

A bossa nova tem sua Santíssima Trindade, formada por João Gilberto, Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Mas o trio — e muitos artistas de diferentes gêneros que vieram depois deles, como Tim Maia e Erasmo Carlos — já tinha como referência as modernas harmonias vocais que Severino Filho criava para Os Cariocas, conjunto vocal no qual ele era líder e fundador, ao lado de seu irmão, Ismael Netto.

— Os Cariocas, mesmo antes do estouro da bossa nova, já tinham um estilo, vamos dizer, bossanovístico. O meu irmão, Ismael Netto, era muito avançado no tempo nas orquestrações, na harmonia — contou ao GLOBO, em 2004, Severino Filho, à frente do grupo desde a morte de Ismael, em 1956. — Você pode ver ainda no tempo do 78 rotações, “Adeus América”, “Eu quero um samba”, já harmonias modernas e um balanço incrível. O que faltava era aquela batida do violão que o João Gilberto criou. Eu saía muito com o João na época, e ele me falava: “Severa, eu tô querendo cantar diferente, como se fosse um instrumento…”. E até que ele apareceu com a batida…

Ao longo de suas décadas de carreira (o grupo foi fundado em 1942 e fez sua primeira gravação em 1946), Os Cariocas atravessaram momentos fundamentais da história da bossa nova — gênero ao qual sempre se mantiveram fiéis. Severino Filho e seus colegas de grupo estavam ao lado de Jobim, João e Vinicius, no palco da boate Au Bon Gourmet, no show “O encontro”, onde foi lançado o clássico “Garota de Ipanema”.

— O cenário eramos nós e o copo de uísque do Vinicius, que dividia o banco do piano com o Tom — lembrava Severino em 2002.

Arranjador e primeira voz dos Cariocas, Severino se tornou também pianista do grupo em 1962, com sua técnica aperfeiçoada depois de estudar com professores como o maestro Hans-Joachim Koellreutter.

— Os arranjos do Severino deviam ser tombados pelo patrimônio histórico — afirma Dalmo Medeiros, do MPB4. — Quem não conhece a introdução de “Ela é carioca” e tantos outros arranjos dele? Os Cariocas talvez sejam o grupo vocal mais importante da música popular brasileira.

Severino lançou seu último disco com Os Cariocas, “estamos aí”, em 2013.

Severino Filho morreu em 1º de março de 2016, aos 88 anos. Internado desde o dia 18 de janeiro com um quadro de trombose pulmonar no Hospital Quinta D’Or, o músico sofreu uma parada cardiorrespiratória.

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/musica -18780565#ixzz41hoyC9ko – CULTURA – MÚSICA – POR O GLOBO – 01/03/2016)

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