Robert Hughes, publicou A Costa Fatal, best-seller internacional

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Crítico de arte australiano Robert Hughes é autor de obras como ‘O Choque do Novo’

 

Crítico de arte Robert Hughes num evento em Sidney, em 1999 – (Foto: AFP)

 

 

Uma celebridade jornalística

 

 

Robert Hughes (Sydney, 28 de julho de 1938 – Bronx, em Nova York, 7 de agosto de 2012), escritor e crítico de arte australiano, renomado crítico e historiador da arte.

Autor de clássicos da história e da crítica de arte, o crítico australiano Robert Hughes deu a Goya o lugar de “primeiro repórter visual moderno da guerra”, comparou Robert Crumb a artistas como o pintor flamengo do século XVI Bruegel e definiu algumas esculturas de William de Kooning como “gigantescas melecas de nariz”.

Hughes unia como poucos o grotesco ao sublime em textos que superaram o status efêmero das publicações em que trabalhou, como a “Time”, e que acabaram alçados a clássicos da literatura. Na Nova York dos anos 1970, ganhou o apelido de “Bob Olho-vivo” entre os amigos do mundo da arte, tão apurado era seu olhar.

Tinha precisão para avaliar artistas em suas críticas e alguma coragem para não submeter suas avaliações ao então já inflado mercado. Hughes não terminou a faculdade e brincava que era preciso “uma preparação muito especial para ser escritor, um lápis”. O australiano que começou a vida como cartunista até se tornar crítico em Sidney e migrar para a Europa, adotou Nova York como residência desde os anos 1970. Lá, exerceu o cargo de crítico de arte da revista “Time” com boa dose de acidez e quase nenhuma de conivência.

Tornou-se especialista em Goya (sobre ele, publicou a biografia “Goya”, que chegou ao Brasil em 2007 pela Companhia das Letras), além de assinar os textos de “Lucian Freud: paintings”.

Escreveu também clássicos como “O choque do novo” (em inglês, “The shock of the new: art and the century of change”), nos anos 1980, inspirado na série homônima da BBC sobre a história da arte moderna. Para ele, aliás, a arte que se produz hoje talvez não mereça comparação com aquela produzida pelos pioneiros da arte moderna. Hughes defendia a arte moderna a todo custo e, como definiu Jonathan Jones, do jornal inglês “The Guardian”, isso não fazia dele um homem parado no tempo.

Em 1987, publicou “The fatal shore” (“A costa fatal”), sobre os primórdios da colonização australiana e suas origens como colônia penal da Grã-Bretanha. O livro se tornou best-seller internacional e, em 2011, foi eleito pela “Time” um dos cem principais livros de não-ficção escritos em inglês desde 1923.

Hughes veio ao Brasil em 1998 para uma visita-relâmpago, na qual conheceu instituições de arte, comeu grandes quantidades de churrasco e tomou algumas cachaças, como registrou na ocasião o colunista da “Folha de S.Paulo” David Drew Zingg.

Robert Hughes morreu em 7 de agosto de 2012, aos 74 anos, no Bronx, em Nova York, segundo sua editora, a Alfred A. Knopf. “Estamos muito tristes por informar que o renomado crítico e historiador da arte Robert Hughes morreu, em Nova York, após uma longa doença”, disse a editora.

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA / POR O GLOBO – Rio de Janeiro – 7 de agosto de 2012)

(Fonte: Veja, 29 de outubro de 1997 – ANO 30 – Nº 43 – Edição 1519 – Arte/ Por Angela Pimenta – Pág: 141)

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