Ramón Ernesto Cruz (4 de janeiro de 1903 6 de agosto de 1985), foi presidente de Honduras de 6 de junho de 1971 a 4 de dezembro de 1972. Foi eleito como um presidente constitucionalmente da pequena República (118 000 hm²) da América Central.
Foi deposto no 137.° golpe de Estado em 151 anos, o Exército depôs o presidente Ramón Ernesto Cruz, de 68 anos, eleito dia 6 de junho de 1971 – nas primeiras eleições livres em quarenta anos – para um mandato de seis anos.
Assim o poder voltou a ser exercido formalmente pelo homem forte do regime e chefe das Forças Armadas, general Oswaldo López Arellano, de 51 anos, que pela segunda vez derrubara um presidente e assumiu suas funções (em 1963 ao depôr Ramón Villela Morales).
Um comunicado das Forças Armadas explicava na época que a causa do golpe – em que não foi disparado um tiro – foi o malogro do Pacto de Unidade Nacional, concluído entre os partidos Nacional e Liberal, mediante o qual foi eleito o presidente deposto Ramón Cruz.
Entretanto, o pacto parecia destinado a dar bons resultados. Após anos de desentendimentos, os dois partidos haviam finalmente concordado em dividir o poder, apresentando uma lista única para o Congresso unicameral de 64 cadeiras (32 para cada um) e nomeando ministros equitativamente. Mas os liberais se sentiram prejudicados na divisão de postos burocráticos de menor importância, nascendo dali uma disputa que praticamente paralisou o país.
Quanto ao ex-presidente Cruz, foi colocado em prisão domiciliar em Tegucigalpa, a capital, “com todas as garantias necessárias”, sua queda foi recebida com indiferença pelo povo.
Com base numa força política de que realmente não dispunha, tornara-se um sério obstáculo a um entendimento com a República de El Salvador, pondo fim às hostilidades latentes em consequência da “guerra do futebol” de 1969.
Chegara mesmo a fechar a rodovia pan-americana ao país vizinho, perturbando com isso o intercâmbio comercial entre os demais membros do Mercado Comum Centro-Americano.
(Fonte: Veja, 14 de dezembro de 1972 – Edição 223 – HONDURAS – Pág: 46)