Kwame Nkrumah, líder político africano, ex-presidente da República de Gana

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Tornou-se o primeiro chefe de governo de raça negra da história da África

Criador da primeira nação negra livre do pós-guerra

Nkrumah; Ex-líder de Gana

 

Kwame Nkrumah (Nkroful, Costa do Ouro, 21 de setembro de 1909 – Bucareste, Romênia, 25 de abril de 1972), líder político africano, ex-presidente da República de Gana Francis Kofir Kwamé Nkrumah, um dos criadores do pan-africanismo e do não-alinhamento do Terceiro Mundo.

“Nkrumah é infalível. Nkrumah é nosso chefe. Nkrumah é imortal.” Ao ouvir esses slogans recitados numa praça pública em Acra, em inícios de 1960, por jovens “Pioneiros de Nkrumah”, um jornalista francês perguntou a um dos moços se acreditava mesmo naquela última frase. “Quando dizemos que Nkrumah é imortal”, explicou o jovem, “queremos dizer que sua alma, sua inspiração é eterna.” O episódio serviria hoje para explicar o tipo de simbolismo que durante anos envolveu o entusiasmo dos africanos pelo criador da primeira nação negra livre do pós-guerra (1957).

Apontado como um visionário que desejava transformar ao mesmo tempo o mundo e os homens, o líder formado na universidade americana de Lincoln parecia de fato um sonhador. No entanto, o carismático dr. Nkrumah desejava apenas conciliar o desenvolvimento tecnológico africano com as mais antigas aspirações espirituais dos primitivos povos ashantis. “Minha principal contribuição à personalidade do homem negro”, lembraria Nkrumah no exílio, “foi a de ter tornado a África orgulhosa da sua herança.” Para criar esse sentimento de orgulho, construiu como primeiro-ministro e presidente de Gana, de 1960 a 1966, a grande barragem de Akossombo, no rio Volta, o porto de Tema e o Centro Hospitalar da Universidade de Korle Bu.

Enquanto esteve no poder, aproximou-se gradualmente da esfera de influência dos países comunistas e chegou a tentar continuar as doutrinas de Lênin com um livro intitulado “Neo-colonialismo, Último Estágio do Imperialismo”. Em fevereiro de 1966 estava na China quando um movimento militar o derrubou. Viveu em exílio na Guiné, até que, em 1970, o câncer interrompeu suas atividades. E quando, em abril de 1972, o governo da Guiné consultou sigilosamente os governantes militares de Gana sobre a possibilidade de permitir a volta de Kwamé Nkrumah “morrer em sua pátria”, houve um silêncio interpretado como medo de um ressurgimento do “Nkrumismo”. O que pareceu confirmar a explicação do jovem “Pioneiro Nkrumah” para a última frase da simbólica litania de 60.

Nkrumah morreu no dia 25 de abril de 1972, de câncer, aos 63 anos, em Bucareste, Romênia.

(Fonte: Veja, 3 de maio de 1972 – Edição 191 – Datas – Pág; 53)

(Créditos autorais: https://www.nytimes.com/1972/04/28/archives – The New York Times/ ARQUIVOS/ Arquivos do New York Times/ Por Alden Whitman – 28 de abril de 1972)

Sobre o Arquivo
Esta é uma versão digitalizada de um artigo do arquivo impresso do The Times, antes do início da publicação online em 1996. Para preservar esses artigos como eles apareceram originalmente, o Times não os altera, edita ou atualiza.
©  1999  The New York Times Company
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