Mstislav Rostropovich, violoncelista, um símbolo internacional da luta pela liberdade artística.

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Dmitri Shostakovich (1906 – 1975), compositor russo e um dos mais célebres compositores do século XX. Nasceu em São Petersburgo, Rússia e morreu em Moscovo. Aluno do Conservatório de sua cidade natal, revelou, já em suas primeiras sinfonias e em sua ópera O Nariz, a sua personalidade inovadora.Escreveu trilhas sonoras e chegou a trabalhar no teatro com Meyerhold. Em 1942, com sua sétima sinfonia, foi alçado, definitivamente, ao pódio de maior sinfonista soviético.

Recebeu do Partido Soviético as mais altas recompensas e distinções, ocupou cargos importantes e acabou identificado como o grande compositor oficial do regime. Esta imagem, entretanto, foi refutada em suas memórias póstumas, em que se revela um Shostakovich dono de uma personalidade tão dual como a sua própria e vasta obra: de um lado os fortes e mais originais achados e, de outro, um academismo previsível em obras de encomenda.
(Fonte: www.cultura.portaldomovimento.com)

Rostropovich: liberdade

Mstislav Rostropovich (São Petersburgo, 27 de março de 1927 – Moscou, 27 de abril de 2007), violoncelista e maestro, um dos maiores nomes da música erudita do século XX. Tornou-se um símbolo internacional da luta pela liberdade artística sob o governo soviético. Compositores da estirpe de Prokofiev e Shostakovich, de quem foi aluno, criaram peças especialmente para ele.

Violoncelista genial, Rostropovich iniciou sua carreira de maestro em 1968. Com a batuta, ele foi apenas brilhante, protagonizando performances muitas vezes divertidas. Filho de músicos, nascido no Azerbaijão, uma das ex-repúblicas soviéticas, Rostropovich tornou-se, a partir do fim da década de 60, uma das vozes mais sonoras da resistência contra a ditadura comunista na Rússia. Sua dacha foi refúgio de intelectuais dissidentes, entre eles o escritor Alexander Soljenitsin. Nos anos 70, perseguido pelo regime soviético, teve sua cidadania cassada e viu-se proibido de entrar em seu país. Logo depois da queda do Muro de Berlim, ele executou um solo célebre junto ao odioso símbolo da Guerra Fria. Rostropovich era chamado pelos seus compatriotas de Slava – “glória”, em russo. Rostropovich morreu no dia 27 de abril de 2007, aos 80 anos, em Moscou, na Rússia.
(Fonte: Veja, 2 de maio, 2007 – ANO 40 – N° 17 – Edição n° 2006 – DATAS – Pág; 93)

Mstislav Rostropovich, violoncelista e regente russo

O violoncelista e compositor russo Mstislav Rostropovich, que tornou-se um símbolo internacional da luta pela liberdade artística sob o governo soviético.

No mês de março Rostropovich, já enfraquecido, compareceu à comemoração de seu 80º aniversário, no Kremlin, onde foi festejado pelo presidente Vladimir Putin.

Ele se levantou, trêmulo, e fez um breve discurso em voz fraca. “Sou o homem mais feliz”, disse. “Minha família e meus colegas estão aqui comigo neste dia.”

Foi a primeira vez que Rostropovich apareceu em público desde fevereiro, quando foi internado num hospital de Moscou. Na época, seu secretário disse que sua doença não era algo que pusesse sua vida em risco.

Mstislav Rostropovich foi uma das figuras culturais mais amadas da Rússia. Além disso, ganhou fama em todo o mundo como defensor dos direitos civis durante a era soviética.
Enquanto estava no exterior, em 1978, o Kremlin o destituiu de sua cidadania, devido a suas “atividades não patrióticas”, segundo disseram os jornais oficiais.

O violoncelista tímido sofreu problemas por ter falado publicamente em defesa de seu amigo, o escritor Alexander Solzhenitsyn, e do dissidente Andrei Sakharov quando ambos foram atacados pelas autoridades soviéticas.

Em 1990, dentro do novo espírito de abertura inaugurado pelo líder soviético Mikhail Gorbachev, o Kremlin restaurou sua cidadania russa.

De volta a seu país, Rostropovich tornou-se um dos líderes do movimento democrático nascente no país, que acabou levando à queda da União Soviética. Ele esteve entre as multidões que desafiaram o golpe de Estado lançado pelos defensores da linha dura que tentavam reverter as reformas da perestroika de Mikhail Gorbachev.
Dias após a queda do Muro de Berlim, Rostropovich levou seu violoncello e embarcou a Berlim para fazer um concerto de improviso, não anunciado, ao lado dos escombros do muro.
“Foi o que meu coração ditou,” ele disse mais tarde.

A empresária musical Lilian Hochhauser, que com seu marido Victor regularmente financia turnês britânicas de grandes companhias russas de ópera e balé, descreveu Rostropovich como “um gênio.”
– Ele foi o número 1, de todas as maneiras. Ele é o último dos grandes titãs russos a nos deixar. Rostropovich não apenas foi um músico extraordinário, como também um grande humanitário e fonte de inspiração para inúmeros compositores que compuseram obras belíssimas especialmente para ele – disse ela à Reuters – Ele foi destemido em sua tentativa de proteger Solzhenitsyn e Sakharov. Era destemido e tinha um grande espírito. O homem foi nada mais, nada menos que um gênio.

Rostropovich dividiu seus últimos anos de vida entre a Rússia, os Estados Unidos e a França. Ele e sua mulher, a soprano Galina Vishnevskaya, dirigiam uma fundação humanitária.

(Fonte: www. oglobo.globo.com – Cultura – MOSCOU – 27/04/2007)

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