Michelangelo Buonarroti, foi magnífico na escultura, na pintura, na arquitetura

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Sopro divino

Michelangelo Buonarroti (Caprese, 6 de março de 1475 – Roma, 18 de fevereiro de 1564), foi magnífico na escultura, na pintura, na arquitetura, além de um talentoso poeta erótico.

Grande criador de obras-primas de desenhos, pinturas, esculturas e projetos arquitetônicos – como afrescos para a Capela Sistina, o David e a Pietà – a grandeza dos pequenos pedaços de papel trabalhados pelo mestre privilegiado dos impulsos criativos, antes de levar suas figuras para o mármore ou para o reboco fresco da Capela Sistina, ele desenhava no papel as suas ideias.

Entre as vedetes desses desenhos destaca-se A Cabeça de Leda, estudo feito a lápis para um retrato de perfil da personagem mitológica grega. Dessa obra, conhece-se apenas o esboço. O quadro está desaparecido desde o século XVI

Mestre italiano da pintura considerado celebridade em seu próprio tempo, os renascentistas até hoje gozam de monumental prestígio entre o grande público.

De fato heróis culturais do Ocidente. Apenas na renascença as artes visuais foram a ponta-de-lança da cultura. O mundo jamais assistiu a tamanha conjunção de habilidade manual com dotes do intelecto.

Isso explica, o fato de o teto da Capela Sistina, pintado por Michelangelo, gozar da mesma popularidade que a Última Ceia de Leonardo da Vinci.

É de sua autoria em cores esfuziantes da abóbada da Capela Sistina, à obra-prima, pintada entre 1536 e 1541, Juízo Universal, uma audácia da arte, que representou a beleza de Deus invisível, que tentou dar visibilidade ao invisível.

Apreciar o Juízo Universal é assistir a um momento da História. É uma obra que destoa do conjunto da capela. A capela é uma obra-prima do Renascimento. O Juízo Universal marca uma ruptura. Não celebra mais a alegria dos homens, mas apresenta personagens sofridos, torturados.

A renascença é uma época marcada por gigantes. Nunca houve arte tão popular como a renascentista. Ali começou a morrer a arte clássica e a nascer o barroco, germe das incertezas e ambiguidades que viriam até o modernismo.

Tão genioso quanto genial, nos momentos de fúria ou melancolia Michelangelo Buonarroti costumava destruir seus desenhos e esboços de argila e até martelar seus blocos de mármore. Conta-se que alguns de seus discípulos teriam chegado a esconder os esboços do mestre.

Sopro divino – Ao contrário de Leonardo da Vinci, que considerava a arte uma tarefa intelectual, ser artista para Michelangelo era uma missão divina que, na busca de um ideal clássico de perfeição, não admitia erros nem concessões. Sua inspiração ele foi buscar na Antiguidade, principalmente entre os gregos.

O verdadeiro mestre de Michelangelo não foi o pintor Ghirlandaio, cujo ateliê Michelangelo frequentou na adolescência. Sua principal escola foram as próprias obras de arte antigas, que conheceu também ainda garoto nos jardins do mecenas florentino Lorenzo di Medici. Michelangelo postulava uma harmonia íntima entre a sabedoria pagã e a teologia cristã, que garantia um novo equilíbrio à cultura e elevava o artista criador e o poeta ao cume da hierarquia dos inspirados.

Com um perfeccionismo desse quilate, não é de espantar que Michelangelo não tenha conseguido finalizar muitas de suas obras. Uma de suas obras inacabadas são as plantas arquitetônicas do Santuário San Lorenzo, em Florença, encomendado em 1518 pelo papa Leão X.

Durante sua longa vida, de 89 anos, a maior frustração de Michelangelo foi não ter terminado o túmulo do papa Júlio II. Foi esse papa, com quem o artista vivia às turras, quem o obrigou a pintar, a contragosto, o teto e a parede de fundo da Capela Sistina, no que mais tarde seria reconhecido como uma de suas obras-primas. Sobre essa obra existe uma série de estudos de porções anatômicas, como braços e pernas, e desenhos preparatórios para a Sistina.

Entre eles, destaca-se O Sacrifício de Isaac, um esboço feito a pena, lápis preto e lápis vermelho, representando a cena do Antigo Testamento na qual Abraão ameaça esfaquear o próprio filho, Isaac, para demonstrar sua obediência a Deus. Quando está prestes a matar o filho, um anjo aparece e segura a mão do pai. Um dos mais interessantes desenhos da maturidade de Michelangelo. Constata-se que o grafite é usado com uma liberdade de mestre, cada toque é revelador, não há hesitações, nada é rebuscado nem omitido.

Menos detalhada do  que esse desenho, mas não menos bela, é a versão do Estudo para a Cabeça de Leda. Com o rosto inclinado para baixo, denotando circunspecção, Leda tem um perfil aquilino, de uma serenidade incomum na obra do mestre. Especula-se que a cabeça da mulher tenha sido inspirada num modelo masculino, possivelmente Antonio Mini, aluno de Michelangelo.

A tela final feita a partir desse estudo, representando a fecundação de Leda por Zeus, disfarçado de cisne, perdeu-se na França. Contam os biógrafos que Michelangelo. tentou fazer com que um comerciante fidalgo levasse a obra como presente a um duque. O mercador fez pouco do quadro, questionando a doação.

Foi então que Michelangelo., furioso, resolveu não entregar mais a obra. “Farás desta vez mau negócio para teu senhor, desaparece da minha presença”, rosnou o gênio. Sobre o mesmo tema foram criadas várias outras obras de arte, poucas tão brilhantes quanto o esboço de Michelangelo.

(Fonte: Veja, 20 de maio de 1998 – ANO 31 – N° 20 – Edição 1547 – ARTE – Pág; 148/149)

(Fonte: Veja, 26 de abril de 1994 – ANO 27 – Nº 16 – Edição 1336 – ARTE – Pág: 106/107)

(Fonte: Veja, 10 de setembro de 1997 – ANO 30 – Nº 36 – Edição 1336 – ARTE/ Por Angela Pimenta – Pág: 140/141)

 

 

 

 

 

 

Estudo aponta que Michelangelo era canhoto

Artista usava a mão esquerda para trabalhos que exigiam força

O artista italiano Michelangelo (1475-1564), um dos ícones do Renascimento, era canhoto, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (9) na revista “Clinical Anatomy”.

De acordo com a pesquisa conduzida pelo italiano Davide Lazzeri, Michelangelo era naturalmente canhoto, mas sempre tentava usar a mão direita, exceto em trabalhos de força, como esculpir, por exemplo.

Em entrevista à ANSA, Lazzeri afirmou que comparou os traços nas obras de Michelangelo com o esboço de um retrato da amiga do artista, Vittoria Colonna, feito em 1525 e pintado com a mão direita. Recentemente foi descoberto que ele sofria de artrite em suas mãos.

 

 

Estudo aponta que Michelangelo era canhoto

 

“Outro elemento sugestivo é que Michelangelo esculpiu e pintou um crucifixo para a abadia de Santo Spirito, ela é pintada da direita para a esquerda, provavelmente porque naquela época ele era ainda mais habilidoso com a mão esquerda na pintura”, acrescentou Lazzeri.

Devido ao preconceito que os canhotos sofriam na época, Michelangelo escondia suas habilidades com a mão esquerda, principalmente por conta do contato do artista com o clero.

(Fonte: http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2018/05/09 – Jornal do Brasil – CIÊNCIA E TECNOLOGIA – 09/05/2018)
Agência ANSA
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