Manoel de Oliveira, diretor português de cinema, considerado o cineasta mais longevo do mundo

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Cineasta português Manoel de Oliveira (Foto: Miguel Riopa / AFP / CP)

Cineasta português Manoel de Oliveira (Foto: Miguel Riopa / AFP / CP)

 

Cineasta dirigiu mais de 50 longas-metragens de ficção e documentários

Manoel de Oliveira (Porto, 11 de dezembro de 1908 – 2 de abril de 2015), diretor português de cinema, de uma carreira sem precedentes na história do cinema

Manoel de Oliveira era o cineasta na ativa mais idoso do mundo. Desde o lançamento de seu primeiro filme em 1931, na era do cinema mudo, Oliveira dirigiu mais de 50 longas-metragens de ficção e documentários.

Foi no ambiente dos grandes festivais e da crítica internacional que Oliveira encontrou maior respaldo a sua obra. Em 2008, ele recebeu a Palma de Ouro especial no Festival de Cannes. No ano seguinte, foi homenageado no Festival de Berlim. O diretor foi entusiasta de primeira hora do suporte digital, que facilitou a continuidade de seu acelerado ritmo de produção, tocado com vigor juvenil.

Também no final de 2014, Oliveira foi condecorado com o título de Grande Oficial da Legião de Honra francesa, distinção que lhe foi entregue pelo embaixador da França em Portugal.

Nascido em 11 de dezembro de 1908 na cidade do Porto, norte do país, filho de um empresário apaixonado por cinema, Oliveira estreou na tela com 20 anos como figurante no filme mudo “Fátima milagrosa”. Em 1931 ele rodou seu primeiro documentário, também mudo, “Douro, Faina Fluvial”, sobre a vida dos trabalhadores do rio que passa por sua cidade natal. 

Ator no primeiro filme falado de Portugal, “A Canção de Lisboa”, de 1933, Manoel de Oliveira tinha interesse especial pela direção. Depois de vários documentários, estreou na ficção com “Aniki-Bobo”, de 1942, sobre a vida das crianças de um bairro popular do Porto. Com a situação política e a falta de infraestruturas em Portugal durante o regime de Salazar, permaneceu afastado das câmeras e só conseguiu lançar o segundo longa-metragem, “Acto da primavera” , sobre a paixão de Cristo, em 1963. 

Depois de uma tetralogia sobre amores frustrados com “Amor de Perdição” (1979) e “Francisca” (1981) principalmente, passou a rodar praticamente um filme por ano a partir de 1985, quando estreou “Soulier de Satin”, uma obra de quase sete horas que ganhou o Leão de Ouro na Mostra de Veneza. Depois dirigiu “Non, ou A Vã Glória de Mandar” (1990), “A divina comédia” (1991), “A caixa” (1994), “O Convento” (1995), “Belle toujours” (2006), “Cristóvão Colombo – O Enigma” (2007), “O Estranho Caso de Angélica” (2010) e “O Gebo e a Sombra” (2012).

No fim de 2014, para celebrar o aniversário de 106 anos, o cineasta se reencontrou mais uma vez com seu público por ocasião da estreia em Portugal de “O Velho do Restelo”, um curta-metragem que havia rodado alguns meses antes, apesar do estado frágil de saúde. 

 

Universal
Oliveira é considerado um dos autores mais universais de Portugal pela qualidade de sua obra, da qual fazem parte trabalhos como “Francisca” (1981), “A divina comédia” (1991), “Não, ou a vã glória de mandar” (1990) e “Um filme falado” (2003).

Seu legado, que preserva a memória do século 20, aborda desde a tradição bíblica até a filosofia de Nietzsche. Cineasta cultuado na Europa, ele trabalhou em sua longa carreira com atores como John Malkovich, Catherine Deneuve e Alfredo Mastroianni.



A seguir, a filmografia dos mais de 80 anos de carreira do diretor português.

Longas-metragens de ficção: 1942: Aniki-Bobo 1963: O Acto da primavera 1963: A Caça 1972: O Passado e o Presente 1975: Benilde ou a Virgem mãe 1979: Amor de perdição 1981: Francisca 1985: Le Soulier de Satin 1986: O Meu Caso 1988: Os Canibais 1990: Nao ou a Vã Glória de mandar 1991: A Divina Comédia 1992: O Dia de desespero 1993: Vale Abraão 1994: A Caixa 1995: O Convento 1997: Party 1997: Viagem ao princípio do Mundo 1998: Inquietude 1999: A carta 2000: Palavra e Utopia 2000: Je rentre à la maison 2001: Porto da Minha Infância 2002: O Princípio da Incerteza 2003: Um Filme Falado 2004: O Quinto Império – Ontem Como Hoje 2005: Espelho Mágico 2006: Belle toujours 2007: Cristóvão Colombo, O Enigma 2009: Singularidades de uma rapariga loira 2010: O estranho caso de Angélica 2010: Painéis de São Vicente de Fora, visão poética (curta-metragem) 2012: O Gebo e a sombra 2014: O Velho do Restelo (curta-metragem) Documentários: 1931: Douro, faina fluvial 1932: Estátuas de Lisboa 1937: Os Últimos Temporais, Cheias do Tejo 1938: Miramar, Praia das rosas 1938: Já se Fabricam Automóveis em Portugal 1940: Famalicão 1956: O Pintor e a Cidade 1958: O Coração 1959: O Pão 1964: Villa Verdinho, uma aldeia transmontana 1965: As Pinturas do meu irmão Julio 1982: Visita ou Memórias e confissões (autobiografia) 1983: Lisboa Cultural 1983: Nice… à propos de Jean Vigo 1986: Simpósio Internacional de escultura em pedra 1988: A Propósito da
bandeira nacional ode

Manoel de Oliveira faleceu em 2 de abril de 2015, aos 106 anos, após uma parada cardíaca, 

 

 

(Fonte: Correio do Povo – ANO 120 – Nº 183 – Arte & Agenda – Variedades – Gente – 2 de abril de 2015)

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 18.067 – TRIBUTO – 2 de abril de 2015)

 

 

 

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