Luiz Carlos Prestes, representou por mais de 50 anos, uma tendência da ideologia comunista no Brasil

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O FIM DA LONGA MARCHA

Maior líder comunista da História do Brasil

Prestes foi o primeiro líder verdadeiramente popular da esquerda brasileira

Luiz Carlos Prestes (Porto Alegre, 3 de janeiro de 1898 – Rio de Janeiro, 7 de março de 1990), líder tenentista e revolucionário comunista. Representou, por mais de 50 anos, uma tendência da ideologia comunista no Brasil. Prestes estudou engenharia na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, atual Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).

Luiz Carlos Prestes, personalidade que esteve no centro de boa parte dos acontecimentos políticos brasileiros ao longo do século XX. Em seus 92 anos de existência, Prestes passou a maior parte da vida adulta como um homem perseguido, acumulando nove anos na prisão, dezesseis no exílio e dezoito na clandestinidade – mas foi enterrado como herói. Prestes chegou a ser saudado “o bravo líder revolucionário” num editorial assinado pelo empresário Roberto Marinho, publicado no jornal O Globo e lido pelo locutor Cid Moreira no Jornal Nacional.

“O MAIS BONDOSO” – Filho de um capitão do Exército, órfão aos 10 anos, Prestes foi o primeiro líder verdadeiramente popular da esquerda brasileira. Em outubro de 1924, integrando aquele movimento militar conhecido como Tenentismo, Prestes, recém promovido a capitão do Exército, rebelou-se com soldados, noregimento de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul e deu início a construção de um movimento que seria chamado, mais tarde, de Coluna Prestes – uma espécie de expedição armada que, composta por 1 000 homens, percorreu 25 000 km pelo interior do país, chegou a realizar ações militares como o cerco da cidade de Teresina, mantido por três dias, e terminou por exilar-se, dois anos depois de seu início, na Bolívia.

Lutando contra o governo de Arthur Bernardes, os jovens oficiais do Exército, os “tenentes”, pretendiam levantar a população contra o poder da oligarquia governante e, por meio da revolução, exigir reformas políticas e sociais, como a renúncia de Bernardes, a convocação de uma Assembléia Constituinte e o voto secreto. Em 1935, membro das fileiras do PCB, foi eleito para compor a Executiva de uma entidade chamada Internacional Comunista, com sede em Moscou, e cuja finalidade declarada era a de promover revoluções esquerdistas no mundo inteiro. Do ponto de vista da hierarquia dos Pcs, que naquela época viviam no apogeu da ditadura de Josef Stálin, Prestes tornou-se uma personalidade da mesma dimensão que Mao Tsé-tung, o patrono da Revolução Comunista da China, Ho Chi Minh, líder do Pc do Vietnã, e Palmiro Tugliatti, que chefiou o PC italiano entre 1931 e 1964.

Há na biografia de Luiz Carlos Prestes um grande componente da mais pura mitologia stalinista, em cuja construção empenhou-se a fundo o mais popular dos escritores brasileiros, Jorge Amado. “Gênio militar e gênio matemático, o primeiro de seu povo, coração de aço, condutor e guia, o mais doce, o mais bondoso”, diz Jorge Amado, numa das passagens de seus livros dedicados a Prestes, que leva no título aquele nome pelo qual se tornou conhecido à época da Coluna – O Cavaleiro de Aço”. Boa parte daquilo que convencionalmente costumava ser apontado como a célebre coerência de Prestes pode ser classificada, com mais precisão, como um comportamento de obediência ao verdadeiro centro de decisões dos Pcs em sua época, que era Moscou. Prestes foi stalinista na época de Stálin, kruchevista na época de Kruchev, brejnevista com Brajnev e, mesmo fora do PCB desde 1980, nunca proferiu uma única crítica pública contra o atual líder do comunismo soviético, Mikhail Gorbachev.

Há também um conjunto de passagens obscuras em sua carreira, como, por exemplo, sua participação no fracassado levante militar de 1935, a Intentona Comunista. O próprio Prestes fora enviado ao Brasil, clandestinamente, para comandá-lo – em seus depoimentos posteriores, contudo, sempre assegurou que teve uma participação secundária no movimento. Um outro episódio de porte foi o assassinato de uma integrante das fileiras do PCB, chamadaElsa Coloni, estrangulada por membros do partido e enterrada no terreno de um quintal, em 1936, sob a acusação de ser informante da polícia. Em seu livro Anarquistas e Comunistas no Brasil, o pesquisador John Dulles sustenta que partiu de Prestes a determinação de eliminá-la. “Por que modificar a decisão a respeito da garota?”, teria escrito ele a seus subordinados num bilhete que mais tarde caiu na mão da polícia. “Ela é ou não perigosíssima para o partido?”.

É indiscutível, no entanto, que ao longo de sua existência Prestes firmou reputação como uma personalidade obstinada e beliciosa. Não existe a menor dúvida de que, como comandante militar, sua competência esteve próxima da genialidade. Atribui-se a ele, por exemplo, o pioneirismo numa forma de ação chamada “guerra de movimentos”, empregada para evitar choques diretos com um inimigo mais poderoso, que seria utilizada, mais tarde, pelos soldados alemães na II Guerra Mundial e pelos comunistas na China e no Vietnã, e o laço húngaro – modalidade do mesmo movimento para escapar a um cerco inimigo.

VOTAÇÃO RECORDE – Como político, Prestes manteve boa parte dos traços de sua formação militar e, até o fim da vida, cultivou uma relação problemática com a democracia – nunca escondeu que preferia, como regime de seus sonhos, a velha, boa e insuperável ditadura do proletariado. Como personalidade, Prestes sempre foi maior que o PCB. Candidato ao Senado Federal, em 1945, elegeu-se pelo Rio de Janeiro com 160 000 votos – um recorde para a época. Naquele mesmo ano, cavalgando o seu prestígio, a legenda lançou um candidato à Presidência da República, Ildo Fiúza, que ficou com 10% da votação. Não se sabe o que teria acontecido com o partido caso Prestes tivesse permanecido em suas fileiras, depois de ser afastado do cargo de secretário-geral em 1980. É certo, de qualquer modo, que o PCB transformou-se numa sigla cuja maiores sinais de vitalidade podem ser encontrados nas páginas dos meios de comunicação – e não junto ao eleitorado.

Leitor ávido, dono de uma biblioteca com 20 000 volumes, Prestes teve uma produção teórica pobre – escreveu um único livro, Problemas da Democracia, em 1947, que consiste num apanhado de cartas e discursos. À frente do PCB, cometeu erros gigantescos e acertos do mesmo tamanho. Em 1945, por exemplo, defendia que a democratização do país fosse promovida através de Getúlio Vargas, com uma constituinte sob patrocínio do Estado Novo – a Constituinte ocorreu, mas sem Getúlio. Em 1964, às vésperas do golpe que derrubou João Goulart e o levou à clandestinidade e depois ao exílio, chegou a dar uma entrevista dizendo que os comunistas já estavam no governo – só não estavam no poder. Nos anos seguintes, quando uma larga fileira da esquerda aderiu às proposições de luta armada, Prestes acertou – assumindo a defesa de ações pacíficas para promover a democratização do país.

Casado pela segunda vez, dez filhos e dezenove netos, Luiz Carlos Prestes foi uma pessoa sem vida familiar, com a personalidade construída na rotina de aparelhos clandestinos. Só foi ter sua primeira relação sexual aos 37 anos – com Olga Benário, militante comunista enviada para acompanhá-lo ao Brasil em 1935, com quem acabaria se casando. A segunda mulher, Maria Ribeiro, era a pessoa encarregada de cuidar da casa onde foi residir às escondidas da polícia em 1953. Só nos anos 70, já em Moscou, é que Prestes pôde reunir todos os filhos num mesmo jantar.

Num apartamento do edifício Saint Moritz, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, morava um senhor com uma rotina muito parecida com a da maioria dos aposentados do país. Acordava todos os dias por volta das 6 da manhã, sentava-se numa cadeira de madeira, sem almofadas, e lia livros e jornais. Morreu num quarto tranquilo de hospital, para quem viveu perseguido e foi enterrado com honras de herói. Sua morte também foi acompanhada por duas coincidências políticas. Ocorreu na mesma semana em que, na União Soviética, o PC aprovava uma mudança legal criando o direito de propriedade privada. No Brasil, as liberdades públicas livraram-se de um anacronismo. Foi apenas no dia da morte de Luiz Carlos Prestes, seu principal dirigente em 1935 e 1980, que o PCB, o mais antigo partido político brasileiro, o registro definitivo na Justiça Eleitoral.

Ao ser enterrado ao som da Internacional, o velho hino dos socialistas, Prestes levou consigo aquele que foi o maior enigma de sua existência – a decisão de apoiar Getúlio Vargas em 1945, dez anos depois de a ditadura do Estado Novo enviar Olga Benario para ser morta numa câmara de gás de um campo de concentração nazista. Nunca se ouviu, de Prestes, um comentário pessoal a respeito. Nessas matérias, ele limitava-se a dizer que a polícia estava acima dos problemas pessoais. Como sua vida demonstrou, em seu caso sempre foi correto acreditar. Prestes morreu no dia 7 de março de 1990, aos 92 anos, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 14 de março de 1990 -– ANO 23 -– N° 10 – Edição 1121 -– Datas – Pág; 87 –- Memória/ Pág; 90/91)
(Fonte: www.correiodopovo.com.br – ANO 116 – Nº 158 -– Cronologia / Há um século no Correio do Povo – 7 de março de 2011)

 

 

Em 18 de abril de 1945 – O Decreto-lei nº 7474, que concedia anistia a presos políticos, foi assinado. O documento beneficiou Luís Carlos Prestes, que foi solto depois de passar 10 anos na prisão.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 18 de abril)

 

Luiz Carlos Prestes, defendido pelo jurista Sobral Pinto, é condenado a 16 anos de prisão, em 7 de maio de 1937.
(Fonte; Zero Hora – ANO 46 – Nº 15.954 – Hoje na História – Almanaque Gaúcho/ Por Olyr Zavaschi – 7 de maio de 2009 – Pág; 70)

 

O Partido Comunista e Luiz Carlos Prestes reúnem, em 23 de maio de 1945, 100 mil pessoas num comício.
(Fonte: Zero Hora – ANO 44 – N° 15.243 – Hoje na História – Almanaque Gaúcho/ Por Olyr Zavaschi – 23 de maio de 2007 – Pág; 54)

 

Em 30 de maio de 1930 – Luís Carlos Prestes, líder da Coluna Prestes, publicou no jornal Diário Nacional o Manifesto de Maio, tratado onde propunha um programa de revolução agrária e antiimperialista.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 30 de maio)

 

Em 28 de outubro de 1924, o capitão Luiz Carlos Prestes lidera em Santo Ângelo o levante que o levaria, com a coluna, a todo o país.
(Fonte: Zero Hora – ANO 47 – Nº 16.491 – 28 de outubro de 2010 – Almanaque Gaúcho/ Por Olyr Zavaschi – Pág; 64)

 

Em 27 de junho de 1970 – Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes, Lincoln Cordeiro e Maurício Grabois foram condenados a 10 anos de prisão por tentarem reorganizar o Partido Comunista Brasileiro.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 27 de junho)

 

Em 11 de julho de 1935 – Um decreto do governo fechou a Aliança Nacional Libertadora (ANL), que reunia as correntes antifascistas e tinha como presidente de honra Luís Carlos Prestes.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 11 de julho)

 

Em 5 de agosto de 1950 – Luís Carlos Prestes, secretário-geral do PC, conclamou à criação de um exército popular no Manifesto de Agosto, publicado no jornal Voz Operária.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 5 de agosto)

 

Em 20 de outubro de 1979, Luís Carlos Prestes retorna ao Brasil, vindo do exílio na União Soviética.

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – N° 17.906 – Almanaque Gaúcho/ Por Ricardo Chaves – 20 de outubro de 2014 – Pág: 36)

 

Líderes afastam Prestes do PCB

O Coletivo Nacional dos Dirigentes Comunistas informou em 10 de fevereiro que o ex-secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, Luiz Carlos Prestes, não foi expulso do movimento. “O que este encontro fez foi declarar Prestes afastado das fileiras comunistas, e não expulso”, disse o dirigente comunista Givaldo Siqueira.
Outro integrante do comitê lembrou que Prestes não se reúne com os comunistas desde outubro de 1978 e garante que somente foi constatada a sua deserção.
(Fonte: Zero Hora – ANO 50 – N° 17.655 – HÁ 30 ANOS EM ZH – 11 de fevereiro de 1984 – Pág: 47)

 

Em 26 de fevereiro de 1937 – O líder da esquerda Luís Carlos Prestes foi julgado no Supremo Tribunal Militar por crime de deserção, e ficou preso até 1945.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br – FATOS DO DIA – 26 de fevereiro)

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