Julio Plaza, foi designer gráfico do jornal “Zero Hora”, tendo influenciado grande parte da chamada “Geração 80”, com artistas como Sérgio Romagnolo, Leda Catunda e Leonilson, todos seus alunos

Artista plástico Julio Plaza

Espanhol influenciou a “Geração 80”

 

 

Julio Plaza González (Madri, Espanha, 1938 – São Paulo, 17 de junho de 2003), artista plástico e designer gráfico.

O artista espanhol, radicado no Brasil desde 1973, foi criador radical, autor de uma pesquisa de forte caráter conceitual, se apropriando de meios eletrônicos e partindo de uma abordagem semiótica da arte.

Nascido em Madri, na Espanha, foi designer gráfico do jornal “Zero Hora”, em Porto Alegre, em 1969, e dos catálogos da 16ª e da 17ª Bienal de São Paulo, em 1981 e 1983.

Em 1973, o artista radicou-se em São Paulo, tendo já estudado no país, na Escola Superior de Desenho Industrial, no Rio de Janeiro, em 1967, e vivido em Paris, entre 1960 e 1967, e San Juan (Porto Rico), entre 1969 e 1973.

Em São Paulo, o artista foi professor em várias universidades, entre elas a Faap e a ECA/ USP, tendo influenciado grande parte da chamada “Geração 80”, com artistas como Sérgio Romagnolo, Leda Catunda e Leonilson, todos seus alunos. Na PUC de São Paulo e na Unicamp, o designer destacou-se por trabalhos na área de semiótica.

Plaza realizou diversas exposições, no Brasil e no exterior. Para Walter Zanini, ex-diretor do MAC/USP, “Julio Plaza teve uma carreira muito complexa. Já nos anos 60 tinha conhecimento do grupo Fluxus, aqui desconhecido.

Seus primeiros contatos com o Brasil foram com os poetas da arte concreta. Seu trabalho teve muitas extensões, tanto no plano prático como no plano teórico, educacional e de pesquisa. Sua morte é uma grande perda para arte no Brasil”.

Plaza é autor de livros de artistas e publicações teóricas, entre eles “Julio Plaza Objetos”, “Poemobiles” e “Caixa Preta”, com Augusto de Campos; além de “Videografia em Videotexto”, “Tradução Intersemiótica” e “Os Processos Criativos com os Meios Eletrônicos: Poéticas Digitais”, este trabalho com Monica Tavares.

Plaza era casado com Ana Bela Plaza, com quem deixou um filho, Angel, de dois anos. O designer também foi casado com a artista plástica Regina Silveira, de 1969 a 1987.

 

Questionador da produção, mercado, autoria e tudo o que envolvia a arte, Julio Plaza foi também um estudioso das novas mídias.

Nascido em Madri, Julio Plaza chegou ao Brasil na década de 1960 e por aqui ficou até o fim da vida, em 2003. Sua obra é atualmente representada pela Galeria Marília Razuk, que, para homenageá-lo, organizou uma exposição que vai até o dia 20 de dezembro, passando pela 31ª Bienal de São Paulo. Poucas peças estarão à venda durante esse período para que o público possa conhecer ainda mais a trajetória do artista. “Seu pensamento mantém-se atual e pertinente e é nosso dever divulgá-lo e ir além dos preconceitos”, diz a galerista Marília Razuk.

Figura importante na formação do cenário da arte contemporânea brasileira a partir dos anos 1970, Plaza teve seu primeiro contato com o país por meio de poetas concretistas, como Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos. Esse convívio deu origem aos livros Poemóbiles, Caixa Preta e Reduchamp. Como uma espécie de poesia visual, seu trabalho buscou equilibrar o verbal e o não verbal aplicando os princípios da semiótica. Além disso, teve uma produção artística ligada a pesquisas e reflexões, nas quais apresentava uma visão crítica sobre os rumos do mercado de arte do Brasil.

 

Julio Plaza morreu em 17 de junho de 2003, aos 65 anos, vítima de um derrame. Plaza foi cremado no cemitério da Vila Alpina.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA / DA REPORTAGEM LOCAL – São Paulo, 19 de junho de 2003)

(Fonte: https://casaclaudia.abril.com.br/moveis-acessorios – MÓVEIS E ACESSÓRIOS / Por Reportagem Nádia Simonelli – 14 dez 2016 – Publicado em 27 out 2014)