Juan José Arévalo, ex-presidente da Guatemala, cujo governo modernizou muitas das instituições do país nos anos 40 e lançou um esforço de curta duração para uma ampla reforma social

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Juan Jose Arevalo; Presidente da Guatemala no final dos anos 40

 

Presidente da Guatemala, Juan José Arévalo (Foto: Camino Real / DIREITOS RESERVADOS)

 

 

Juan José Arévalo Bermejo (Taxisco, 10 de setembro de 1904 – Cidade da Guatemala, 7 de outubro de 1990), ex-presidente da Guatemala, cujo governo modernizou muitas das instituições do país nos anos 40 e lançou um esforço de curta duração para uma ampla reforma social, foi presidente da Guatemala de 15 de março de 1945 a 15 de março de 1951.

Ex-professor universitário, Arevalo retornou do exílio voluntário na Argentina para ganhar a eleição fácil como presidente depois que uma revolta de oficiais militares reformistas, estudantes e professores em outubro de 1944 encerrou 14 anos de ditadura militar.

No mandato de seis anos que iniciou em 1945, Arevalo estabeleceu sistemas de segurança social e hospitais públicos, lançou reformas agrárias limitadas e libertou a imprensa e os sindicatos das leis repressivas. Ele também fortaleceu a legislatura, incentivou a formação de partidos políticos e trabalhou para integrar os índios, que representavam cerca de metade da população, na vida política do país.

 

Um ‘socialista espiritual’

Mas tomando o poder logo após a Segunda Guerra Mundial, o governo de Arevalo lutou com seu próprio perfil ideológico. Arevalo se descreveu como um “socialista espiritual”, criticou duramente ideologias mais radicais e comparou suas reformas às do presidente Franklin D. Roosevelt nos Estados Unidos. Entre os guatemaltecos à sua direita ideológica, no entanto, ele foi geralmente insultado como comunista.

Arevalo assegurou aos funcionários dos Estados Unidos que os comunistas, enquanto presentes em sua administração, não tinham poder significativo.Mas, à medida que os esquerdistas ganharam destaque, os partidários de Arevalo dentro das forças armadas tiveram que abandonar numerosas tentativas de derrubá-lo.

O conflito ideológico aprofundou-se na administração do sucessor de Arevalo, Jacobo Arbenz Guzman (1913-1971). Arbenz foi derrubado em um golpe de 1954 por oficiais militares apoiados pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos.

As forças armadas da Guatemala permaneceram no poder quase continuamente até 1985, revogando muitas das reformas de Arevalo e compilando um dos piores registros de direitos humanos da América Latina durante uma época em que os abusos oficiais eram mais a regra do que a exceção em grande parte da região.

Emigra para a Argentina

Juan José Arevalo nasceu na cidade de Taxisco, a 65 milhas ao sudeste da Cidade da Guatemala, em 10 de setembro de 1904. Depois de estudar na Guatemala e Argentina, serviu brevemente no Ministério da Educação da Guatemala, mas logo deixou o país e se mudou para a Argentina, onde como professor de literatura e ética, escreveu livros didáticos patrióticos amplamente usados ​​na Guatemala.

Depois de anos de exílio após o golpe de 1954, Arevalo retornou à Guatemala em 29 de março de 1963, quando o governo militar sugeriu que ele poderia novamente pedir a presidência. O governo foi destituído no dia seguinte e Arevalo não se restabeleceu na Guatemala até meados da década de 1970.

Em dezembro de 1985, Arevalo maravilhou-se em reunir-se com Vinicio Cerezo Arévalo, horas depois da posse de Cerezo, de que nunca esperara viver para ver o retorno do governo civil. Ele comemorou a ocasião dizendo: “A revolução de outubro vai ter um segundo capítulo”.

Mas Arevalo também viveu para ver a promessa da eleição de Cerezo frustrada por persistentes abusos dos direitos humanos, uma administração civil ineficaz e problemas econômicos profundos.

Depois de sua presidência, Arevalo escreveu um livro, “O Tubarão e as Sardinhas”, atacando o governo dos Estados Unidos e as poderosas empresas americanas por seu tratamento na América Latina.

Juan José Arévalo faleceu na Cidade da Guatemala, em 7 de outubro de 1990. Ele tinha 86 anos.

A cunhada de Arevalo, América Barahona de Arevalo, disse que ele morreu em um hospital na capital, onde ele morava.

“Arevalo era realmente o pai fundador da Guatemala moderna”, disse Stephen C. Schlesinger, co-autor de “Bitter Fruit”, uma história do golpe de 1954 que devolveu o regime militar. “Ele construiu lá muitas das instituições que o New Deal estabeleceu neste país”.

(Fonte: The New York Times/ Companhia do New York Times –  ARQUIVOS | 1990 / Por TIM GOLDEN – 8 de out de 1990)

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