Joseph Conrad, autor de obras-primas, foi um dos maiores escritores de língua inglesa

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Joseph Conrad (Berdichev, Ucrânia, 3 de dezembro de 1857 – Bishopboune, Inglaterra, 3 de agosto de 1924), autor de obras-primas, foi um dos maiores escritores de língua inglesa.

O polonês Józef Teodor Konrad Korzeniowski serviu na marinha mercante inglesa no tempo em que o sol nunca se punha no Império Britânico. Depois de muito viajar, converteu-se em Joseph Conrad, um dos grandes estilistas da língua inglesa, autor de clássicos como Lord Jim, O Agente Secreto e Coração das Trevas.

Novela muito breve, O Passageiro Secreto, de 1909, é mais uma de suas histórias de marinheiro, e é um primor de análise psicológica. Quem narra a história, é o jovem capitão de um navio ancorado no que hoje é a Tailândia.

Inseguro no seu novo posto e comandando uma tripulação cuja confiança ainda não conquistou, ele dá abrigo a um fugitivo acusado de um crime em outro navio. O clandestino passa a viver secretamente na cabine do capitão, que embora tenso com a situação, parece enxergar no outro o seu duplo.

Nascido na Ucrânia com o nome de Józef Teodor Konrad Korzeniowski, filho de pais poloneses, na cidade de Berdichev, na Ucrânia dominada pela Rússia czarista. Conrad abandonou aos 20 anos o seu idioma de berço, o polonês, para adotar o inglês, a língua necessária para se trabalhar na Marinha mercante britânica. Depois de passar duas décadas na Marinha mercante, Conrad abandonou o mar – para se tornar um dos maiores escritores de língua inglesa, fazendo obras-primas como Lord Jim e O Coração das Trevas, livro que inspirou o filme Apocalypse Now, de Francis Coppola.

CONFISSÃO – Sob uma atmosfera que carrega o peso da vivência de Conrad, A Linha de Sombra conta uma boa história do mar.

Um navio preso no Mar da China teve um peso decisivo na vida do personagem principal e do autor do romance (The Shadow-Line, Inglaterra, 1917). Tanto um com outro assumiram pela primeira vez o comando de um navio naquela parte do globo, em meio a condições adversas. O personagem do livro, um jovem marinheiro sem nome transformado em capitão, sofreu e aprendeu com a experiência de mando, transpondo a linha tenuê que separa a juventude da maturidade. O autor do livro também passou pelas desventuras de seu personagem, mas só alcançou a maturidade quando descobriu a sua verdadeira vocação: a de escritor e não a de capitão de navio. Conrad relembra, com sua exatidão meticulosa, fatos marcantes de sua juventude, toda ela passada no mar.

Seu protagonista é um jovem marinheiro que, depois de viajar por quase todo o Oriente, desiste de viver durante uma aguda crise de tédio existencial. Ele abandona a Marinha, resiste aos convites para mais uma viajem e, na falta de um navio que o leve para seu país de origem, hospada-se na Casa dos Oficiais. Lá, reencontra um velho capitão, Giles, que o ajuda a recuperar o interesse pelo mar, dando a notícia de sua nomeação para o comando de um navio inglês, que o aguarda em Bangcoc, na Tailândia. Ambicioso, o marinheiro assume seu posto e parte ao encontro do navio.

As aventuras do capitão anônimo começam quando, em alto-mar, cumpre-se as premonições de Giles, que lhe avisou que teria “as mãos bem cheias de questões complicadas”. O capitão enfrenta a falta de ventos e uma doença misteriosa que abate a tripulação. Um des seus homens morre e, com seu imediato gravemente acamado, o capitão recém-nomeado assume a responsabilidade total pelos acontecimentos. Ele imagina estar lutando contra a maldição do antigo capitão que, segundo o imediato, “queria ter ficado vagando até perder o navio com todos os homens juntos.”

Os sentimentos do personagem principal são demasiado vagos e, às vezes, muito confusos. Ele é, no entanto, um romance que agrada pelo estilo de Conrad e pela maestria com que descreve aventuras no mar. Concebido num fase da vida do autor oposta àquela vivenciada pelo jovem capitão.

(Fonte: Veja, 17 de setembro de 1986 – Edição 941 – LIVROS/ Por Isabel Taranto Reis – Pág; 132)

(Fonte: Veja, 30 de setembro de 2015 – ANO 48 – Nº 39 – Edição 2 445 – LIVROS – Pág: 113)

 

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