Jean-Louis Barrault, ator, mímico e diretor teatral francês, o maior nome do teatro francês

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Jean-Louis Barrault (Ile-de-France, França, 8 de setembro de 1910 — Paris, 22 de janeiro de 1994), ator, mímico e diretor teatral francês, o maior nome do teatro francês

O ator, considerado um dos maiores da França no século XX, dava sinais de cansaço há alguns meses. Não pode assistir em dezembro à entrega de uma condecoração a sua esposa, a atriz Madeleine Renaud (1900-1994)

Nascido em 8 de setembro de 1910 em Vesinet, perto de Paris, Barrault iniciou carreira como mímico. Seu encontro com Madeleine Renaud levou-o ao teatro. De 1940, integrou o Teatro Nacional de Comédia. O casal criou então uma companhia que funcionou até o fim dos anos 80 e esteve diversas vezes no Brasil.

Barrault atuou durante 50 anos em peças de todos os estilos, do grego Esquilo ao irlandês contemporâneo Beckett, passando por Shakespeare. Ganhou fama no cinema em 1945 com “O Boulevard do Crime”, de Marcel Carné. 

Barrault foi o responsável pela construção dos teatros de Orsay e do Rond Point, ao lado de sua mulher Madeleine Renaud, além de ter realizado encenações de incontáveis autores, de todas as épocas e estilos, das vanguardas de Ionesco e Camus aos clássicos de Molière e Shakespeare.

No cinema, Barrault tornou inesquecível o personagem Batiste de “Boulevard do Crime” (Les Enfants du Paradis, 1945), de Marcel Carné. Mesmo tendo participado de cerca de 30 filmes, o ator dizia preferir o teatro ao cinema, da mesma forma que preferia “fazer amor numa cama a fazer por correspondência”.

Jean-Louis Barrault morreu em aos 83 anos em sua casa, na avenida Presidente Wilson, em Paris. Barrault teve uma parada cardíaca enquanto dormia.

Segundo Amidou, um empregado que trabalhava para o ator há 30 anos, Barrault passou toda a última sexta-feira junto à mulher, a atriz Madeleine Renaud, 83, “como se suspeitassem de algo”.

“Era um ator extraordinário. Vai ficar na história do teatro como ator e também como diretor de companhia. Eu devo a ele ‘Boulevard do Crime’. Nós nos divertíamos muito nas filmagens. Foi sempre um prazer filmar com ele”, declarou o diretor Marcel Carné à TV francesa.

“Barrault era uma mistura de lirismo e inteligência. Tudo o que ele sempre fez foi com a força da paixão e ao mesmo tempo uma extraordinária agudeza de espírito”, declarou o ministro da Cultura da França, Jacques Toubon.

“Para mim, é o maior nome do teatro francês. No exterior, mesmo depois de ter parado suas atividades, continuou o símbolo do teatro francês. Era um grande artesão do teatro. Era ele quem fazia a iluminação, o cenário, punha a mão em tudo. E tinha também um carisma extraordinário”, declarou o ator e diretor Jean Dessailly, que excursionou pelo mundo, e esteve várias vezes no Brasil, com a Companhia Renaud-Barrault.

“É um dos homens de teatro mais reputados no mundo. Fez o teatro francês ficar conhecido no mundo todo. Ele sonhava com um tipo de teatro do mundo, uma república universal do teatro”, disse Jacques Lang, ex-ministro da Cultura da França. A cerimônia religiosa foi na igreja Saint-Pierre de Chaillot e o enterro, no cemitério de Passy.

O presidente François Mitterrand e o primeiro-ministro Edouard Balladur enviaram a Madeleine Renaud as suas mensagens de pêsames.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/1/23/brasil – BRASIL – ILUSTRADA – FOLHA DE S.PAULO – DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS – 23 de janeiro de 1994)

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