Januário Garcia, foi personagem de grande importância no movimento negro, foi autor de fotos que ilustraram capas de discos de importantes estrelas da música brasileira

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Januário Garcia, fotógrafo de capas célebres de discos e militante do movimento negro

Atuante contra o racismo, Garcia fez fotos para LPs de artistas como Tom Jobim, Caetano, Chico Buarque, Belchior e Leci Brandão.

 

Januário Garcia (nasceu em Belo Horizonte – faleceu no Rio de Janeiro, em 30 de junho de 2021), fotógrafo e ativista, foi personagem de grande importância no movimento negro nas últimas décadas, foi um dos precursores na construção da memória sobre os movimentos negros e as pessoas negras, retratando a humanidade das pessoas negras não só em situações marginalizadas, de violência, mas trazendo um outro olhar sobre os negros em seus vários aspectos, como o político e o social.

Nascido em Belo Horizonte, Garcia era formado em comunicação visual pela International Camaramen School, com estágio no Studio Gamma, sob orientação do fotógrafo George Racz. Januário Garcia tinha cursos de extensão de arte visual, história da arte e videomaker.

Ao longo de sua trajetória, produziu um dos mais importantes registros do ativismo e da cultura negra brasileira no século 20. Documentou marchas e atos organizados pelo movimento negro, além de personalidades centrais como Lélia González e Abdias do Nascimento. Foi também presidente do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN) e membro do Conselho Memorial Zumbi. Deixou um acervo de mais de 100 mil fotos.

Atuou ainda no mercado publicitário, no fotojornalismo e na indústria fonográfica, assinando capas de álbuns de músicos como Leci Brandão, Tom Jobim, Belchior e Raul Seixas.

Entre os anos 1970 e 1980, ele foi autor de fotos que ilustraram capas de discos de importantes estrelas da música brasileira, como, Caetano Veloso, Chico Buarque, Belchior, Tom Jobim, Fafá de Belém, Leci Brandão, Raul Seixas, Edu Lobo e muitos outros.

Ainda na década de 1970, passou a fotografar as reuniões do movimento negro e transformou essa atividade em importante fonte de documentação histórica. Junto com a filósofa Lélia Gonzalez, a historiadora Maria Beatriz Nascimento e outros intelectuais, fundou nessa época o Instituto de Pesquisa das Culturas Negras, responsável por vários estudos e debates sobre o racismo no Brasil.

Garcia era reconhecido pela atuação no movimento negro, na luta contra o racismo. Sobre o tema, participou dos livros: “25 anos do Movimento Negro”, “Diásporas Africanas na América do Sul”, e “História dos quilombos do estado do Rio de Janeiro”.

Como fotógrafo, passou pelas redações dos jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia, e também fez fotos para álbuns de grandes artistas da música brasileira durante as décadas de 1970 e 1980. Entre eles, Tom Jobim, Caetano Veloso, Chico Buarque, Fagner, Belchior, Fafá de Belém, Leci Brandão, Raul Seixas e Edu Lobo.

Januário Garcia trabalhou também como fotógrafo em vários veículos de imprensa, como os jornais cariocas O Globo, Jornal do Brasil, O Dia, A Tribuna, e revistas como Manchete, Fatos & Fotos e Revista da Unesco. Foi autor de livros sobre a cultura afro-brasileira.

“A foto é um veículo de transformação social”, costumava dizer.

Januário Garcia faleceu em 30 de junho de 2021, vítima da Covid-19. Aos 77 anos, ele estava internado no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/07/01 – RIO DE JANEIRO / NOTÍCIA / Por G1 Rio – 01/07/2021)

(Fonte: https://noticias.uol.com.br/colunas/chico-alves/2021/07/01 – COLUNAS / REPORTAGEM / Chico Alves Chico Alves / Colunista do UOL – 01/07/2021)

Chico Alves é jornalista, por duas vezes ganhou o Prêmio Embratel de Jornalismo e foi menção honrosa no Prêmio Vladimir Herzog. Foi editor-assistente na revista ISTOÉ e editor-chefe do jornal O DIA. É co-autor do livro ‘Paraíso Armado’, sobre a crise na Segurança Pública no Rio, em parceria com Aziz Filho.

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