Charles Burke Elbrick, embaixador americano, sequestrado em 1969, no Rio de Janeiro.

0
Powered by Rock Convert

O número 1

Elbrick, o primeiro dos sequestrados

Charles Burke Elbrick, embaixador americano, sequestrado em 1969, no Rio de Janeiro. Com uma coronhada na testa, na tarde do dia 4 de setembro de 1969, o embaixador americano foi obrigado a entrar numa Kombi e na história do Brasil. Ele acabava de ser sequestrado por um grupo de terrorrista ao deixar sua casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro, inaugurando uma década de caça aos diplomatas que, espalhando-se pelo mundo, faria mais de uma dezena de mortos e levaria ao cativeiro, só no Brasil, quatro colegas seus.

Sem jamais ter sido um diplomata de grandes voos políticos, o embaixador marcou sua carreira por uma inconfundível elegância de estilo. “Ele comportou-se com coragem e dignidade. Houve uma simpatia mútua entre nós”, reconheceu Cid Queirós Benjamin, um dos sequestradores. Benjamin conheceu apenas uma parte da elegância de Elbrick. Primeiro, a sua calma durante os três dias em que foi mantido preso numa casa do Rio de Janeiro. Depois, sua discrição ao falar dos sequestradores, mantendo-se ao largo do clima de histeria política criada em torno do sequestro. “Eram inteligentes, jovens, fanáticos detreminados”, repetiu o embaixador, ao mesmo tempo em que se recusava a colaborar na identificação dos seus captores.

Disse que jamais os viu porque usavam capuz – era falso. Porisso, e por ter sido encontrado na casa onde ele ficara uma fita de suas pacíficas conversas com os sequestradores, Elbrick foi praticamente destrado pelas autoridades brasileiras. O embaixador americano abriu um estilo diante do sequestro que haveria de ser acompanhado por colegas de infortúnio, como o suíço Giovanni Enrico Bucher, também aprisionado no Brasil, ou o inglês Geoffrey Jackson, sequestrado no Uruguai em 1971, que chamava os terroristas Tupamaros de “the boys” – os garotos. No dia 15 de abril de 1983, a viúva de Elbrick, no melhor estilo do marido, lembrou a “profunda gratidão da família ao governo brasileiro”, que salvou a vida do embaixador ao soltar quinze presos políticos em troca de sua libertação. Elbrick morreu no dia 14 de abril de 1983, aos 75 anos, de pneumonia, em Washington, Estados Unidos.

(Fonte: Veja, 20 de abril, 1983 – Edição n° 763 – Diplomacia – Pág; 38 – Datas – Pág; 88)

Em 4 de setembro de 1969 – Charles Elbrick, embaixador dos Estados Unidos no Brasil, foi seqüestrado no Rio de Janeiro. O grupo de ativistas exigia a libertação de 15 presos políticos. O governo militar aceitou as condições dos seqüestradores.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia/4 de setembro)

Powered by Rock Convert
Share.