O primeiro palhaço negro a fazer sucesso no país
Filho de escravos, Benjamin Oliveira fez carreira no teatro, na música e no cinema
Benjamin de Oliveira, foi o primeiro palhaço negro do Brasil
Estátua do primeiro palhaço negro do Brasil é pichada com símbolo da suástica nazista em Pará de Minas
Estátua é uma homenagem ao artista paraminense, Benjamin de Oliveira. PM ainda procura por suspeitos do ato de vandalismo.
A história de Benjamin de Oliveira é uma daquelas improváveis. Filho de escravos, ele se tornou não só o primeiro palhaço negro a fazer sucesso no país, mas também um dos grandes nomes do circo e do teatro no fim do século 19 e começo do século 20.
Aos 12 anos, ele fugiu de sua cidade, no interior de Minas Gerais, para viajar com um circo nômade. Começou lavando os cavalos para depois aprender alguns truques. Depois, estabeleceu-se em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A trajetória de reviravoltas de Benjamin narra como ele ganhou a simpatia do presidente Floriano Peixoto, foi defendido pelo escritor Jorge Amado e fez peça de Shakespeare.
O palhaço ainda lançou quatro discos e atuou em mais de um filme. No fim da carreira, ficou cego, decadente e caiu no esquecimento.
A estátua de Benjamin de Oliveira, o primeiro palhaço negro do Brasil, foi pichada durante o fim de semana com o símbolo da suástica nazista em Pará de Minas. O registro do boletim de ocorrência foi feito neste domingo (3), pela Polícia Militar (PM). Os militares fizeram rastreamento, mas até o momento nenhum suspeito do crime foi identificado.
A estátua é patrimônio público do município em homenagem ao artista paraminense. Ela foi instalada no Parque do Bariri, no Bairro São José, em 2013. O diretor de Cultura de Pará de Minas, José Roberto Pereira, disse que todas as providências estão sendo tomadas para identificar o suspeito.
“A Prefeitura está tomando todas as providências para chegar ao autor desse ato de vandalismo. Além e depredar o patrimônio público, a pessoa cometeu crime de responsabilidade”, reforçou.
O escultor da obra, Alexandre Pinto, que também mora em Pará de Minas, lamenta o fato e fala da importância da obra para a cidade. “A palavra que mais cabe no momento é: lamentável. A pichação de qualquer obra pública já tem suas consequências. Temos um agravante, sendo o símbolo nacional socialismo alemão em cima de uma figura negra e isso não pode ser descartado. Todo preconceito tem que ser duramente repudiado pela sociedade”, destacou.
“Benjamin de Oliveira representou um cenário das artes no Brasil e achei que a homenagem que a cidade tinha era muito pequena diante da grandeza dele. Achei por bem fazer esse registro material para que as próximas gerações pudessem ter mais referências em respeito a ele”, completou o escultor.
A Secretaria de Cultura e demais órgãos envolvidos, além do próprio escultor da obra, vão estudar uma maneira de apagar o símbolo pichado na estátua.
(Fonte: http://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia – Por MGTV e G1 Centro-Oeste de Minas
(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2019/06/expresso-ilustrada- Expresso Ilustrada / Por Mauricio Meireles e Lívia Sampaio – 6.jun.2019)