José Carlos Avellar, jornalista, foi um dos maiores críticos de cinema do país

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Autor também era curador do Instituto Moreira Salles

José Carlos Avellar em 2013, no lançamento de DVD sobre a obra de Graciliano Ramos (Foto: Ailton Silva/ Divulgação IMS)

José Carlos Avellar em 2013, no lançamento de DVD sobre a obra de Graciliano Ramos (Foto: Ailton Silva/ Divulgação IMS)

José Carlos Avellar (Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1936 – Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, 18 de março de 2016), jornalista e crítico de cinema

O jornalista e crítico José Carlos Avellar, importante pensador do cinema brasileiro e latino-americano, foi autor de livros como “O Chão da Palavra”, sobre cinema e literatura no Brasil, e “A ponte clandestina”, que abordava teorias de cinema na América Latina, Avellar era, atualmente, responsável pela programação audiovisual do Instituto Moreira Salles (IMS)

A maneira com que analisava filmes lhe assegurou projeção internacional. Seus textos e artigos foram usados em catálogos de festivais importantes, como o de Locarno. Além disso, foi consultor da Berlinale e dos festivais de San Sebastián e de Montreal. Em dezembro de 2006, foi condecorado pelo governo francês com o Chevalier des Arts et Lettres, láurea concedida em reconhecimento às contribuições para a arte.

José Carlos Avellar - (Foto: Fernando Frazão / Agência O Globo)

José Carlos Avellar – (Foto: Fernando Frazão / Agência O Globo)

 

Avellar construiu uma sólida carreira como crítico, sendo internacionalmente reconhecido pela publicação de artigos e livros. Até o falecimento, o jornalista foi Coordenador de Cinema do Instituto Moreira Salles.

Nascido em dezembro de 1936 no Rio de Janeiro, José Carlos Avellar consolidou sua carreira como crítico de cinema no Jornal do Brasil, onde trabalhou por 20 anos. Seus textos foram publicados em importantes veículos no exterior e em catálogos de festivais, como o de Locarno, na Suíça. Ele também participou da critica e do júri de importantes festivais, como os de Veneza e Cannes, além de ter sido, durante muitos anos, o representante brasileiro no Festival de Berlim escolhendo as obras que seriam exibidas.

Em dezembro de 2006, José Carlos Avellar recebeu, do governo francês, a condecoração Chevalier des Arts et Lettres. Ele também publicou seis livros, entre os quais se destaca O chão da palavra: cinema e literatura no Brasil (2007), onde analisava clássicos da literatura como “Vidas secas” e “Memórias do Cárcere.”

Como gestor público, ele foi vice-diretor e diretor da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, vice-presidente da Associação Internacional dos Críticos de Cinema (Fripesci), diretor da Riofilme entre 1995 a 2000, além de curador do Festival de Gramado entre os anos de 2006 e 2011.

Avellar teve importante papel na retomada do cinema nacional. Como diretor da Riofilme, ajudou a tornar possível a realização de obras como Amarelo Manga, Lavoura Arcaica e Central do Brasil, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim e pelo qual Fernanda Montenegro foi premiada com o Urso de Prata e recebeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz.

O crítico também foi professor na escola de cinema Darcy Ribeiro. Desde 2008, Avellar era responsável pela programação dos cinemas do Instituto Moreira Salles. No Instituto, ele criou a coleção de DVDs, na qual se lançou pela primeira vez no mercado brasileiro obras indispensáveis do cinema internacional e nacional, como Shoah, o extenso documentário de Claude Lanzmann sobre o holocausto; e Cabra marcada para morrer, obra-prima de Eduardo Coutinho. Pela sua curadoria na área de cinema do IMS, Avellar recebeu o prêmio Faz Diferença do jornal O Globo em 2014.

Nos anos 60 e 70 do século passado, Avellar dirigiu o curta-metragem Treiler e codirigiu outras duas obras. Ele também trabalhou como diretor de fotografia, produtor e editor em outras obras.

José Carlos Avellar de 79 anos, morreu em 18 de março de 2016, no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele faleceu de complicações causadas por uma quimioterapia.

No Facebook, o curador da Cinemateca do MAM, Ricardo Cota, lamentou:

“Sem qualquer exagero sentimental, a notícia da perda de José Carlos Avellar levou-me aos prantos”, escreveu. “No festival (de Berlim), havia inclusive um canto, no hall do Palácio de exibição, que eu chamava de ‘canto do Avellar’. Entre uma sessão e outra matinal, Avellar aguardava em pé, debruçado a uma mesa suspensa, o próximo filme dividindo sua opinião com os críticos brasileiros, sobretudo os mais jovens, ávidos por suas opiniões. Foi um mestre e nos últimos tempos rascunhávamos uma parceria de trabalho na Cinemateca do MAM, seu eterno lar. Vai ser duro entrar naquela casa hoje diante dessa notícia.”

(Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/03 – POP & ARTE – RIO DE JANEIRO – Do G1 Rio – 18/03/2016)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/filmes -18907397 – CULTURA – FILMES – POR O GLOBO – 18/03/2016)

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