Walker Evans, foi um dos mais influentes artistas do século 20, além de ser considerado o progenitor do fotojornalismo documental

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“Os olhos trafegam em sentimentos, não em pensamentos” Walker Evans

“Os olhos trafegam em sentimentos, não em pensamentos” Walker Evans

Walker Evans (Saint Louis, 3 de novembro de 1903 – New Haven, 10 de abril de 1975), foi um fotógrafo americano, que originalmente queria ser escritor descobriu a sua paixão pela fotografia durante os anos 1920. Os seus primeiros trabalhos exibiam já a sua visão objectiva e extremamente atenta ao pormenor.

Walker Evans é um dos mais influentes artistas do século 20, além de ser considerado o progenitor do fotojornalismo documental. Suas imagens elegantes e claras inspiraram gerações e gerações de artistas, de Robert FrankKeith Arnatt. Para muitos, Evans tinha a habilidade de ver o momento presente como se ele já fizesse parte do passado, transformando cenas em arte duradoura.

Couple at Coney, 1928. (Foto: Walker Evans)

Couple at Coney, 1928. (Foto: Walker Evans)

Em 1935 entrou ao serviço da F.S.A. (Farm Security Administration), um organismo federal criado por Roosevelt para dar solução à crise agrícola dos Estados Unidos da América durante o período da Grande Depressão. Usando a fotografia como prova da miséria em que viviam os agricultores americanos, Evans registrava o cotidiano com precisão objetiva, dignificando, apesar de tudo, a pobreza em que estes agricultores viviam. Em 1938, depois de concluir o seu trabalho para a F.S.A., o Museum Of Modern Art de Nova York honrou a obra de Evans com uma exposição, a primeira dedicada por este museu a esta profissão.

License Photo Studio, 1934. (Foto: Walker Evans)

License Photo Studio, 1934. (Foto: Walker Evans)

Evans é conhecido por duas séries de fotografias: uma delas é o levantamento documental da comunidade agrícola norte americana e a outra está documentada no livro Elogiemos os homens ilustres. Estes dois trabalhos são considerados os expoentes máximos da fotografia documental. Área em que W. Evans é considerado como uma das figuras maiores.

Durante cinquenta anos, retratou com olhos de poeta e precisão de cirurgião expressões vernaculares da cultura americana moderna: cafés baratos, quartos simples, ruas centrais de pequenas cidades, povos indígenas na beira das estradas. Nascido em Missouri, nos Estados Unidos, Evans desenvolveu seu interesse por pintura e fotografia ainda na infância, época em que clicava sua família e seus amigos com uma Kodak de pequeno porte. Na adolescência, largou a faculdade para mudar-se para Nova York e começou a trabalhar em livrarias, seduzido pela possibilidade de passar o dia lendo obras dos artistas que amava, T. S. Eliot, D. H. Lawrence, James Joyce, Charles Baudelaire, Gustave Flaubert e E.E. Cummins. Em 1927, depois de um ano estudando em Paris e escrevendo suas próprias histórias e ensaios, retornou a Nova Iorque decidido a se tornar um escritor. No entanto, também passou a direcionar seus impulsos estéticos para a fotografia, onde implantou o que amava na literatura: lirismo, ironia, descrição incisiva e estrutura narrativa.

Lunchroom Window, 1929. (Foto: Walker Evans)

Lunchroom Window, 1929. (Foto: Walker Evans)

 

Suas primeiras fotografias revelam a influência do modernismo europeu, estilo do qual se afastou para se aproximar do realismo, que enfatiza o papel do espectador e o poder poético de temas comuns. Em 1935, aceitou o emprego que consolidaria sua identidade: foi convidado pelo governo dos Estados Unidos para fotografar uma comunidade de reassentamento do governo construída para mineiros de carvão desempregados. Por esse trabalho, acabou tornando-se o “especialista de informação” da Ressettlement Administration (RA), depois chamada de Farm Security Administration (FSA), uma instituição criada com o objetivo de combater a pobreza rural, uma das principais consequências da Grande Depressão.

Sharecropper's Family, 1935. (Foto: Walker Evans)

Sharecropper’s Family, 1935. (Foto: Walker Evans)

 

Ao lado de fotógrafos como Dorothea Lange, Evans foi incumbido da documentação da vida de moradores de cidades pequenas, com o objetivo de demonstrar como o governo estava se esforçando para melhorar a vida daquelas comunidades. Mostrando pouca preocupação ideológica em seguir os itinerários sugeridos, Evans viu a pauta como uma oportunidade de retratar a essência da vida americana. Suas fotografias de estradas, arquitetura, igrejas rurais, barbearias e cemitérios revelam um respeito profundo por essas tradições, muitas vezes negligenciadas nas grandes cidades. Desde suas primeiras aparições em jornais, revistas e livros no final da década de 1930, essas imagens icônicas entraram na consciência coletiva do povo americano, enraizando-se profundamente na memória do período da Depressão.

Family (Foto: Walker Evans)

Family (Foto: Walker Evans)

 

No verão de 1936, ainda trabalhando para a FSA, foi enviado com o escritor James Agee para fazer uma reportagem sobre as famílias de arrendatários rurais do Alabama. A matéria não saiu, mas as fotografias e o texto foram publicados no livro Let Us Now Praise Famous Men (1941), que detalha a vida de três grupos de agricultores em meio a pobreza rural. É desse ensaio o retrato de Allie Mae Burroughs, um dos símbolos da Grande Depressão.

 

Allie Mae Burroughs. (Foto: Walker Evans)

Allie Mae Burroughs. (Foto: Walker Evans)

 

Alabama Tenant Farmer, 1936. (Foto: Walker Evans)

Alabama Tenant Farmer, 1936. (Foto: Walker Evans)

 

Evans deixou a FSA em 1938, ano em que o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) exibiu Walker Evans: American Photographs. Foi a primeira mostra individual do museu dedicada a um fotógrafo. No mesmo período, Evans passou a esconder uma Contax 35mm em seu casaco para fotografar pessoas nos metrôs nova-iorquinos. O objetivo era mostrá-las sem disfarces, expostas e indefesas. Em suas palavras, “ainda mais do que em quartos isolados (onde há espelhos), os rostos das pessoas estão em repouso nu no metrô”. Oitenta e nove dessas fotografias seriam transformadas em livro sob o título Many are Called (1966) décadas depois.

 

(Foto: Walker Evans)

(Foto: Walker Evans)

 

Leitor e escritor apaixonado, passou a fazer parte da equipe da Time em 1945. Pouco depois, tornou-se editor na Fortune, onde permaneceu até 1965 — ano em que se tornou professor de design gráfico na Universidade de Yale. Em 1973, Evans passou a trabalhar com a inovadora Polaroid SX-70. As qualidades da câmera casavam perfeitamente com sua busca por uma visão concisa e poética do mundo. Com ela, voltou-se para temas perenes: cartazes, sinais, letras, formas.

(Fonte: http://foto.espm.br/index.php/referencias/os-olhos-trafegam-em-sentimentos-nao-em-pensamentos-walker-evans – CENTRO DE FOTOGRAFIA – 12 de junho de 2012)

(Fonte: http://fotografeumaideia.com.br – 100 Fotógrafos mais influentes de todos os tempos – Enviado por Francine de Mattos)
(Fonte: http://www.professionalphotographer.co.uk)

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