Santo Antônio, frade franciscano que pregou para a moral cristã, o misticismo e o ascetismo

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Santo Antônio (Lisboa, 15 de agosto de 1195 -– Pádua, Itália, 13 de junho de 1231), frade franciscano de Pádua, que sempre ocupou um lugar privilegiado na glória dos altares. Onze meses após a morte, ele já era canonizado pelo papa Gregório IX.

Nunca se duvidou de seus poderes milagrosos para restituir objetos irremediavelmente perdidos ou arranjar casamento até para mulheres feias.

Por decisão de Pio XII, Santo Antônio passou a fazer parte do honroso grupo de doutores da Igreja, na companhia de Santo Agostinho e Santo Tomás.

É também o santo mais popular em todo o mundo, como provam as milhares de cartas que todos os dias recebem em seu nome os franciscanos de Pádua, a 35 quilômetros de Veneza, onde estão seus restos.

Desde a exumação de Santo Antônio, a primeira realizada oficialmente pela Santa Sé, autorizada em janeiro de 1981 pelo papa João Paulo II, tornou-se possível reconstituir cientificamente, seu perfil físico.

Os exames revelaram que ele era dotado de físico excepcional para um homem da Idade Média: 1,70 metro de altura e ombros largos. Tinha pernas fortes, habituadas a atravessar países inteiros a pé. Provavelmente morreu de hidropsia, uma doença popularmente conhecida como “barriga d’água”.

Como sua ossada está quase inteira, descobriu-se que boa parte das inúmeras relíquias espalhadas pelo mundo são falsas.

Os estudos provam também que Santo Antônio viveu 39 anos e nove meses – e não 36, como se pensava. Assim, depois de completar os estudos teológicos e bíblicos no Mosteiro da Santa Cruz, em Coimbra, em 1210, sobraram-lhe 21 anos para um intenso apostolado em Portugal, no Marrocos, na França e na Itália. Sua pregação esteve voltada sobretudo para a moral cristã, o misticismo e o ascetismo

A particular devoção religiosa de Santo Antônio deixou marcas em seu esqueleto. Uma calosidade existente na parte superior da tíbia esquerda, logo abaixo do joelho, é devida “a repetidos microtraumas”, ou seja, a constante repetição do ato de ajoelhar para rezar.

Constatou-se, ainda, que os dentes de Santo Antônio continuam em ótimo estado, sem nenhum sinal de cárie. Descobriu-se, igualmente, que sua alimentação era pobre em ferro.

A nova imagem de Santo Antônio contrasta com seus retratos mais confiáveis, inclusive o pintado por Giotto na catedral de Pádua e uma miniatura do século XVI, atribuída a Gerardo di Gand, conservada na Biblioteca Marciana, de Veneza. Em ambas as obras, Santo Antônio é representado com traços arredondados, quase rechonchudo.

Em 1263 já havia sido realizada uma exumação informal de seus restos. A língua de Santo Antônio, que se conserva intata, foi removida para um relicário. E, em 1350, o cardeal francês Guido de Montfort, um bisneto de Luís IX, abriu a tumba de Santo Antônio e dela retirou o antebraço e a mão esquerda – as falhas mais ostensivas notadas atualmente no esqueleto -, que levou para uma aldeia perto de Marselha.

(Fonte: Veja, 25 de fevereiro de 1981 – Edição 651 –- RELIGIÃO/ Por M. A. de Rezende, de Pádua – Pág: 58)

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