O primeiro bebê de laboratório do Rio Grande do Sul

0
Powered by Rock Convert

PRIMEIRO BEBÊ DE LABORATÓRIO DO RIO GRANDE DO SUL

Álvaro Luís Gonçalves Santos (1989- ), natural do município de Imbé, no Estado do Rio Grande do Sul, seu nome foi escolhido para homenagear o ginecologista Álvaro Petracco, chefe da equipe responsável pelo seu nascimento, o primeiro bebê de laboratório do Rio Grande do Sul.
Filho do comerciante João Luís Santos e da sua mãe Iara, o casal enfrentou quatro anos de exames e tratamentos. Pioneiros, não tinham o referencial de outras pessoas que viveram a mesma situação, e deram os primeiros passos junto com os médicos, também estreantes na técnica. Naquela época, os métodos de fertilização eram feitos só em países do Primeiro Mundo ou em São Paulo.
Iara que sofria de endometriose (quando células do interior do útero se desenvolvem fora de seu local de origem e sangram a cada menstruação), chegou a ouvir de uma médica que deveria desistir, porque jamais conseguiria engravidar. Uma sentença que ela carregou até descobrir que as técnicas de reprodução assistida tinham chegado ao Rio Grande do Sul.
Alvinho, como é chamado pelos familiares, nasceu no dia 23 de fevereiro, no Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) de Porto Alegre. Para a medicina, o menino não é um bebê de proveta porque a sua concepção não foi feita em laboratório, mas dentro do útero da mãe. A diferença do método Gift, ou Transferência Intratubária de Gametas, usado em Iara, é que o espermatozóide e o óvulo são colocados dentro de um cateter afastados por uma bolha de ar, e a fecundação só ocorre no corpo da mulher. No caso da proveta, o encontro se dá em um tubo de ensaio.
O método que permitiu o nascimento de Álvaro, o primeiro bebê de laboratório do Rio Grande do Sul, é pouco usado atualmente. A evolução dos equipamentos é outra inovação. Os tubos de ensaio, que deram origem à expressão “bebês de proveta”, foram substituídos por cateteres e placas.
Em 1992, cientistas belgas criaram uma técnica que revolucionou os métodos de fertilização. A injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI) permite que um único espermatozóide seja inserido por uma agulha diretamente dentro do óvulo. Até então, os médicos propiciavam as melhores condições para a fertilização, mas o rompimento do óvulo tinha de ser feito pelo espermatozóide.

(Fonte: Jornal Zero Hora – Porto Alegre, Terça-Feira, 23 de fevereiro de 1999 – REPORTAGEM ESPECIAL – Por Fabíola Bach – Pág. 04)

Powered by Rock Convert
Share.