Luiz Bandeira, um dos maiores representantes da música pernambucana e brasileira

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Luiz Bandeira, compositor de frevos e sambas famosos

 

 

O compositor deixa como herança frevos inesquecíveis

Luiz Bandeira (Recife, 25 de dezembro de 1923 – Recife, 22 de fevereiro de 1998), foi um cantor e compositor

Nascido no Recife (PE), em um dia de Natal, o compositor, cantor e músico pernambucano foi pouco lembrado em função das comemorações do Natal e do próprio esquecimento da obra do autor do empolgante samba Na cadência do samba (1956), mais conhecido como Que bonito é e alçado ao posto de hino de animação das torcidas de futebol.

Luiz Bandeira viveu parte da infância em Maceió (AL) e morou na cidade do Rio de Janeiro (RJ) entre 1950 e 1984, mas está imortalizado como um compositor associado sobretudo ao Recife (PE) por ter iniciado a carreira na capital de Pernambuco, como crooner de orquestra, e sobretudo por ter criado frevos que ainda hoje animam a folia da cidade natal do artista e também os Carnavais de outros municípios do estado de Pernambuco.

Os mais conhecidos são É de fazer chorar (1957) e Voltei, Recife (1958). Outros, como Sedução (1981), poderiam ter sido mais ouvidos, pois mostram como Luiz Bandeira acertava o passo do frevo-canção.

Quando o recifense Luiz Bandeira participou, em 1948, da inauguração da Rádio Jornal do Commercio, cantando uma música de Capiba, não imaginava que se transformaria num dos maiores representantes da música pernambucana e brasileira. Não foi tão festejado, porém, quanto o compositor que ele já admirava desde que começou a cantar, em programas de rádio, em 1941.

Em 22 de fevereiro de 1998, às 18h50, Luiz Bandeira morreu. Assim como Capiba, que também partiu no final de 1997, Luiz Bandeira deixou uma vasta discografia, com sucessos incontáveis. Não somente músicas de Carnaval, como Voltei Recife e É de Fazer Chorar, mas canções atemporais do tipo Viola de Penedo (que gravou com Clara Nunes) e Onde tu Tá Neném, gravada primeiramente por Luiz Gonzaga e mais recentemente por Elba Ramalho.

Luiz Bandeira nasceu no dia 25 de dezembro de 1923. Ele fez sua carreira ao lado de nomes que também se tornariam famosos como Nelson Ferreira, seu ídolo confesso e grande influenciador de sua música, Gildo Moreno, Sebastião Lopes, Ziul Matos, Aline Branco, Emanoel Silva, entre outros. Um fato histórico e motivo de orgulho para ele é que foi de Bandeira o primeiro contrato feito para a Rádio Jornal do Commercio. Depois de iniciar carreira no Recife, ele partiu para o Rio de Janeiro, onde morou por quase trinta anos, junto com a mulher, Iracema, e os filhos.

Foi na época em que morou na Cidade Maravilhosa que ele deu os primeiros grandes saltos que um artista, vindo do Nordeste, poderia querer. Foi contratado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Apresentou-se no Copacabana Palace e trabalhou ao lado de maestros importantes, como Léo Peracchi, Lyrio Panicalli e Guerra Peixe. Entre estes estava ainda o Radamés Gnatalli, que levou o músico pernambucano para suas primeiras excursões ao exterior. Em 1977, no Japão, consagrou-se no Festival Internacional da Canção, com a música Bia.

Na cadência do samba, o compositor criou sucessos efervescentes como Apito no samba (Luiz Bandeira e Luiz Antônio, 1958), música propagada na voz da também centenária cantora Marlene (1922 – 2014).

Na seara nordestina, mas fora do passo do frevo, Luiz Bandeira compôs Onde tu tá neném (1977) e Viola de penedo (1978), sucessos na voz de Luiz Gonzaga (1912 – 1989).

Integrante de grupos como Sexteto Radamés Gnattali e Djalma Ferreira e seus Milionários, Luiz Bandeira gravou 20 singles de 78 rotações entre 1952 e 1960, além de alguns LPs. Contudo, é como compositor que o já centenário artista está eternizado na história da música brasileira.

FUTEBOL

Mas era na época do Carnaval que o pernambucano mais lembrou de Luiz Bandeira. Suas mais importantes contribuições foram, sem dúvida, os frevos-canções Voltei Recife e É de Fazer Chorar, que compôs quando ainda morava no Rio. Mas outras composições suas já começam a fazer sucesso no país inteiro. Entre as mais tocadas, Na Cadência do Samba, que virou tema de jogos de futebol, além de Toma Jeito, João, Maria Joana, Espera, Maria, sem esquecer do frevo de rua Carabina, gravada primeiramente por Sivuca e executada até hoje pela maioria das orquestras de frevo.

A saudade pegou Luiz Bandeira pelo braço no começo dos anos oitenta e o trouxe de volta para os rios, pontes, ruas e bairros do Recife. Também para os amigos que deixou, como José Menezes, Duda, Guedes Peixoto, Clóvis Pereira e os já falecidos Capiba, Levino Ferreira, Ziul Matos, Marambá e seu eterno ídolo, o compositor e maestro Nelson Ferreira.

(Fonte: http://www.dpnet.com.br/anteriores/1998/02/24 – Michelle de Assumpção e Daniella Monteiro/ Da equipe do DIÁRIO – 24 de Fevereiro de 1998)

Colaborou o pesquisador Samuel Valente 

(Créditos autorais: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2023/12/25 – POP & ARTE/ MÚSICA/ Por Mauro Ferreira – 25/12/2023)

Mauro Ferreira – Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em ‘O Globo’ e ‘Bizz’.

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