João Batista Groff, pioneiro do cinema brasileiro. Autor do primeiro documentário nacional

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Autor do primeiro documentário nacional exibido no exterior
João Batista Groff (1897-1970), pioneiro do cinema brasileiro. Autor do primeiro documentário nacional exibido no exterior – as cataratas do Iguaçu, filmado em 1922, comprado e distribuído pelos americanos sob o título de “A Maravilha da Natureza”; responsável pelo média-metragem “Pátria Redimida”, registrando a marcha de Getúlio Vargas ao Rio de Janeiro em 1930. Groff morreu aos 72 anos, no dia 27 de junho de 1970, de um derrame cerebral, em Curitiba, no Paraná.
(Fonte: Veja, 8 de julho, 1970 – Edição n.° 96 – Pág; 67)

BIOGRAFIA DE JOÃO BAPTISTA GROFF (1897-1970)

João Baptista Groff seria a grande figura entre os pioneiros do cinema do Paraná. Proprietário de uma lojinha na Rua XV (a principal da cidade), ele começa a vender aparelhos fotográficos. Interessa-se, então, pela fotografia e torna-se fotógrafo autodidata. Quando recebe em sua loja uma câmera de filmar, aprende sozinho a lidar com ela e inicia, por volta de 1925, uma carreira de cinematografista que só abandonaria em 1942, por motivos até hoje não muito bem explicados.

Seu primeiro trabalho de importância é a primeira filmagem das Cataratas do Iguaçu, filme que venderia a uma firma norte-americana e que seria distribuído nos Estados Unidos. Este filme bem demonstra o estado do espírito da intelectualidade paranaense da época: em vez de se voltar para o filme de enredo, Groff parte para o documentário puramente descritivo das belezas das terras do Paraná, tão fáceis de serem vendidas quanto a erva-mate. Note-se que teria sido relativamente fácil, na década de vinte, a realização de um longa-metragem de enredo em Curitiba, pois havia o capital e o know-how para tanto (não esquecer que a segunda emissora de rádio comercial do Brasil, a PRB-2, surgiu em Curitiba no ano de 1924, o dinheiro e a técnica para tal empreendimento é bem maior que o necessário para a feitura de um longa-metragem mudo). Escrever, musicar, ensaiar uma orquestra e cantores numa ópera como Sidéria para apenas três encenações envolveu mais mão-de-obra do que a realização de um filme.

A viagem de Groff a Foz do Iguaçu foi uma verdadeira odisséia: não havia estradas, os pneus tinham que ser cobertos com capim se furassem, os carros deviam levar a gasolina que consumissem, e índios mais ou menos civilizados circulavam pelo interior paranaense. Tanto Anníbal Requião como Groff (este mais tarde) eram proprietários de cinemas, portanto tinham onde distribuir seus filmes. Porque então não surgiu um ciclo de cinema paranaense, nos moldes de Recife e Cataguases? A “aristocracia” do mate só estaria interessada no cinema como um meio de registrar “as belezas que geram riquezas”? Essas perguntas ainda estão por responder, mas o fato é que o cinema paranaense, em seus primórdios, serviu apenas como registro das belezas naturais do Estado e das realizações materiais oriundas do mate das quais a cidade de Curitiba era o melhor exemplo.

A Revolução de 30, mudando os donos do poder, transformaria o Brasil e ensejaria a J. B. Groff a realização de um filme que mudaria o panorama do cinema paranaense: Pátria Redimida.

Em 1942, Groff abandona definitivamente o cinema. Era a guerra, e Groff esteve detido acusado de simpatizante do “Eixo”.

(Fonte: www.cinevideo.com.br/cinema)

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