Issey Miyake, estilista e designer de moda japonês, fez parte de uma onda de jovens designers japoneses que deixaram sua marca em Paris, abriu caminhos para nomes como Rei Kawakubo e Yohji Yamamoto

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Issey Miyake ficou famoso por seu estilo plissado de roupas que nunca amassa e que produziu o icônico suéter preto de gola alta preta de Steve Jobs.

 

 

Prestígio entre brasileiras: estilista era um dos favoritos de Dona Ruth Cardoso

Na década de 1990, ex-primeira dama usou um vestido da famosa linha plissada do designer em uma cerimônia no Planalto; empresária Luiza Trajano tem peças do japonês no guarda-roupa

 

Uniu o oriente ao ocidente, é considerado uma lenda da moda

 

Issey Miyake (Hiroshima, Província de Hiroshima, Japão, 22 de abril de 1938 – 5 de agosto de 2022), estilista e designer de moda japonês, sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima, cuja carreira durou mais de meio século. Estilista fez história com sua abordagem inovadora e experimental. Ao lado de outros designers japoneses, questionou presunções antiquadas sobre gênero e beleza.

 

Miyake fazia parte de uma onda de jovens designers japoneses que deixaram sua marca em Paris em meados da década de 1970. Ele foi pioneiro no uso de roupas confortáveis ​​de alta tecnologia, evitando a grandeza da alta costura em favor do que ele chamava simplesmente de “fazer coisas”. Sua maison treinou muitos jovens designers talentosos, e era conhecida por seus desfiles inovadores.

 

Issey Miyake mostrou sua primeira coleção em 1972, em Nova York. Mas foi em Paris que protagonizou uma revolução na moda , trazendo elementos da indumentária oriental aliados à tecnologia. Abriu caminhos para nomes como Rei Kawakubo e Yohji Yamamoto: os designers ocuparam, então, o centro dos acontecimentos. O estilo minimalista dos japoneses fazia contraponto à estética exagerada daqueles anos.

 

Em 1993, Miyake se debruçou sobre os plissados na coleção “Pleats Please”, criando uma nova técnica que conquistou uma clientela internacional e ganhou mostra na Fundação Cartir, chamada “Issey Miyake, Making Things”, em 1998. A obra do estilista japonês foi documentada e eternizada em livro pelo fotógrafo Irving Penn.

 

A antropóloga e ex-primeira-dama Dona Ruth Cardoso (1930-2008) usou um modelo da famosa linha plissada do designer, nos anos 1990, em uma cerimônia no Planalto. A empresária Luiza Trajano também tem peças do designer no seu guarda-roupa.

 

Beleza e Alegria”

 

Nascido em Hiroshima em 1938, Miyake tinha apenas sete anos quando os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica na cidade, em agosto de 1945. Ele sobreviveu à explosão que deixou cerca de 140 mil mortos e abriu as portas para o fim da Segunda Guerra Mundial, depois que outra bomba nuclear foi lançada em Nagasaki três dias depois.

 

“Eu nunca quis compartilhar minhas memórias ou pensamentos daquele dia”, escreveu Miyake no New York Times em 2009. “Tentei, mas sem sucesso, deixá-los para trás, preferindo pensar em coisas que podem ser criadas, não destruídas, e que trazem beleza e alegria.”

 

O designer estudou em uma escola de arte em Tóquio e mudou-se para Paris em 1965, onde estudou na seleta École de la Chambre Syndicale de la Couture Parisienne.

 

Ele fundou o Miyake Design Studio em 1970 em Tóquio e logo depois abriu sua primeira loja em Paris.

 

Em 1980, sua carreira estava em pleno andamento e começou a experimentar materiais como plástico, metal, arame e até papel artesanal japonês. Suas invenções incluem a linha “Pleats Please”, roupas com pregas permanentes que não amassam, os triângulos futuristas em sua bolsa “Bao Bao” e seu conceito “A-POC (A Piece Of Cloth)”, que usa computadores para corte roupas inteiras sem costura. Ele também fez mais de 100 golas pretas para o cofundador da Apple, Steve Jobs.

 

 

O estilista, que nasceu em Hiroshima e teve uma infância marcada pela explosão da bomba atômica que resultou na perda prematura de toda a sua família, estreou nas passarelas em 1972, em Nova York. Mas foi em Paris que fez história. Na capital francesa, ele protagonizou uma revolução na moda, combinando elementos orientais à tecnologia e abriu caminhos para nomes como Rei Kawakubo e Yohji Yamamoto.

 

Ele fez parte do grupo de estilistas japoneses que revolucionou a moda nos anos 80, diretamente de Paris, time que inclui Rei Kawakubo e Yoji Yamamoto.

 

Batizado de japonismo, o movimento desafiou noções ocidentais da moda, questionando presunções sobre gênero e beleza com modelagens desconstruídas: amplas, assimétricas e abstratas, que não acompanhavam o contorno do corpo.

 

Casual, sem nenhuma ornamentação, a roupa era cortada de um jeito “plano”, distinguindo-se do moulage ocidental, cujo corte acompanha a silhueta do corpo. De linhas inexatas, fragmentadas, ganhava forma com a força da gravidade, só quando vestida. Essa estética inspirou outra vanguarda, já no fim da mesma década de 1980, a escola belga, que tem em Martin Margiela, influente até hoje, seu maior representante.

 

Issey Miyake faleceu aos 84 anos, no dia 5 de agosto, vítima de um câncer no fígado.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/ela/moda/noticia/2022/08 – ELA / MODA / NOTÍCIA / Por O GLOBO – 09/08/2022)

(Fonte: https://oglobo.globo.com/ela/gente/noticia/2022/08 – ELA / GENTE / NOTÍCIA / por AFP – 09/08/2022)

(Fonte: https://vogue.globo.com/moda/noticia/2022/08 – MODA / NOTÍCIA / 9 fatos que explicam porque Issey Miyake é considerado uma lenda da moda / por Alice Coy – 09/08/2022)

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