Günter Grass, escritor, grande nome da literatura alemã contemporânea

0
Powered by Rock Convert

Günter Grass (Danzig, 16 de outubro de 1927 – Lübeck, 13 de abril de 2015), escritor de imenso talento, grande nome da literatura alemã contemporânea.

Grass foi agraciado pela Academia Sueca com o Prêmio Nobel de Literatura de 1999, que em 2012 se envolveu em confusão com Israel.

Conhecido por suas convicções políticas social-democratas, Günter Grass foi protagonista de uma controvérsia com Israel em 2012, ao publicar um poema em prosa acusando o país de ameaçar a paz mundial por querer atacar o Irã de maneira preventiva, diante da possibilidade de o país árabe dispor de armas nucleares. Na ocasião, Israel considerou lamentável o episódio e o declarou “persona non grata”.

O jornal alemão Süddeutsche Zeitung e meios internacionais divulgaram o poema “Was Gesagt Werden Muss” (“O que é preciso dizer”), no qual Grass afirma que o programa atômico de Israel é uma ameaça à “frágil paz mundial” e que um ataque do país contra o Irã poderia levar ao aniquilamento de sua população. O escritor rompeu assim um tabu na tradicional cautela da Alemanha que, por razões de responsabilidade histórica, evita qualquer crítica aos judeus.

O escritor, que durante os anos sessenta e setenta insistiu em destacar o passado nazista de seu país, provocou um grande escândalo em 2006 quando revelou que na juventude integrou as Waffen SS, forças de elite de Adolf Hitler.

Isto o escritor teria revelado no livro “Descascando a Cebola”, que faz parte de suas memórias.

Grass reconheceu em 2006 ter servido, aos 17 anos e durante nove meses, nas Waffen-SS, uma confissão tardia que nesse momento suscitou já uma grande polêmica. Ao longo de boa parte de sua carreira, Grass tinha se comportado como uma espécie de voz da consciência frente ao passado nazista de políticos e intelectuais.

O poema suscitou na Alemanha críticas de grande parte da classe política do país e também do âmbito intelectual e literário. No entanto, a dura reação do governo israelense foi qualificada de exagerada e até populista, tanto na Alemanha como em Israel, após o que começaram a surgir apoios ao escritor.

(Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades – Literatura – 12/01/2014)
(Com agência France-Presse)
(Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades – CELEBRIDADES – Literatura – 10/04/2012)
(Com agência EFE)

 

 

 

 

 

Celebrizado como um dos maiores ficcionistas alemães do após-guerra.

Polêmica, foi uma palavra que parece estar definitivamente atrelada à figura desse escritor que na juventude se engajou em organizações nazistas, aos 17 anos lutou na II Guerra Mundial como soldado da Força Aérea e, depois, renegaria seu passado para buscar novos caminhos.

Militante das causas ecológicas e ativista do movimento pacifista, Grass reuniu robustas antipatias tanto à direita quanto à esquerda. Para a direira, seu perfil se confunde com a de um simpatizante dos terroristas. A esquerda, por sua vez, o trata frequentemente com um cabeça de vento.

Após o lançamento de O Tambor, romance que o celebrizou mundo afora e lhe permitiu abdicar dos 300 dólares mensais que recebia de sua editora a título de incentivo, não é, decididamente, um escritor comum, em seu grande êxito literário  – O Linguado (Der Butt, Alemanha, 1977), versão moderna e de estrutura extremamente complicada da fábula O Pescador e sua Mulher, dos irmão Grimm -, a polêmica recriação por Grass de uma fábula dos irmãos Grimm.

O Linguado liquidou de vez, a hipótese de Grass passar à posteridade como o autor de um solitário romance de gênio. Grass que, aos 13 anos, costumava contar histórias para sua mãe, e formou com Heinrich Böll (1917-1985) a dupla de escritores de primeira linha da Alemanha Ocidental.

Malabarista quando se trata de moldar a língua para caber em seus romances, Grass também é exímio construtor de frases de efeito. “Se tivesse um Deus ele se chamaria Dúvida” ou “Maturidade significa saber rir de si próprio” são algumas de seu repertório predileto.

(Fonte: Veja, 20 de julho de 1983 – Edição 776 – LIVROS/ Por José Paulo Paes – Pág: 108/109)

Powered by Rock Convert
Share.