Genival Lacerda, cantor e compositor Rei da Munganga, como ficou conhecido em todo o Brasil, era um símbolo da cultura do Nordeste

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Com carisma e irreverência, cantor foi um dos ícones do forró.

 

 

O cantor Genival Lacerda durante show no Sitio da Trindade, em Recife (PE). Foto de junho de 2007 — (Foto: Alexandre Belém/JC Imagem/Estadão Conteúdo/Arquivo)

 

 

Genival Lacerda (Campina Grande, na Paraíba, no dia 5 de abril de 1931 – Recife, 7 de janeiro de 2021), cantor e compositor Rei da Munganga, como ficou conhecido em todo o Brasil. O músico viveu no Rio de Janeiro durante o auge da popularidade do forró no Sudeste, e conviveu com outros artistas fundamentais do estilo como Dominguinhos e Luiz Gonzaga.

 

Com Jackson do Pandeiro, teve uma relação ainda mais próxima, mesmo sendo bem mais novo. A irmã de Jackson, Severina, foi casada com um irmão de Genival.

O artista foi um dos grandes nomes do forró e, com carisma e irreverência, se tornou um ídolo popular. Conhecido por todo o Brasil durante 64 anos de carreira, era um símbolo da cultura do Nordeste.

 

O Paraibano ficou conhecido pelo estilo musical e pelo espírito cômico que tinha. Também com o estilo próprio de cantar, pela alegria de ser nordestino e mostrar que música pode ter bom humor. Genival começou os trabalhos como radialista nas rádios Borborema e Caturité, o programa era líder em audiência e se chamava O Forró de Seu Vavá.

 

A música Severina Xique Xique foi um marco na carreira para os outros sucessos como Radinho de Pilha, fenômeno, que vendeu mais de quinhentas mil cópias em todo o Brasil. Emplacando logo em seguida Mate o Véio que caiu rapidamente no gosto popular. A música Quem Dera ficou em primeiro lugar de audiência nas rádios de todo o Brasil durante muitos anos”

 

CARREIRA

 

Nascido em Campina Grande, na Paraíba, no dia 5 de abril de 1931, chegando a trabalhar na cidade como radialista, mas fez a primeira gravação como cantor quando já morava em Recife, para onde se mudou em 1953. Em 1956 lança seu primeiro disco e estourou também no Rio de Janeiro, onde também morou e trabalhou em casas de forró.

 

Aos 25 anos, lançou seu primeiro disco, com a interpretação de “Coco de 56” (parceria dele com João Vicente) e de “Dance o xaxado“, feita por ele e Manoel Avelino. O artista atravessou o restante da segunda metade da década de 1950 e toda os anos de 1960 com uma série de lançamentos.

 

Genival gravou seu primeiro disco em 1956, um compacto duplo com “Coco de 56”, escrito por ele e João Vicente, e o xaxado “Dance o xaxado”, feito por ele com Manoel Avelino.

Ele gravou diversos álbuns e ficou conhecido pelo Nordeste como músico e radialista durante esta fase no Recife.

Em 1964, se mudou para o Rio de Janeiro. A consagração nacional veio com “Severina Xique Xique”, de 1975. O refrão “ele tá de olho é na butique dela” virou sua marca.

Em 1975, veio seu maior sucesso até hoje, Severina Xique-Xique e se consolidou como um dos maiores sanfoneiros e cantores da música nacional, com mais de 50 discos lançados em 64 anos de carreira.

 

Severina xique-xique“, seu maior sucesso da carreira, foi gravada pela primeira vez em 1975. A música fez parte do LP “Aqui tem catimberê”. Parceria dele com João Gonçalves, o hit alavancou as vendas do disco, que teve 800 mil cópias vendidas.

 

Em seguida, vieram sucessos como “Radinho de pilha”, “Mate o véio” e “De quem é esse jegue”, que consolidaram o estilo bem humorado do “seu Vavá”, como também era conhecido.

Dança e chapéu branco eram marcas

Genival seguiu ativo nos estúdios e nos palcos até gravar, em 1987, outro sucesso de sua trajetória, o LP “A fubica dela“. Seu estilo de dança, com o movimento para segurar a barriga enquanto se balança, era herança dos tempos de início da trajetória, na Paraíba, antes de partir a trabalho, incentivado por Jackson do Pandeiro, para o Rio de Janeiro.

Com o chapéu branco característico, a malícia e o bom humor, Genival chegou aos 40 anos de carreira – em meados da década de 1990 – colecionando 38 LPs gravados. No ano 2000, o paraibano lançou o CD “Genival Lacerda ao vivo”, marcando as comemorações pelos seus 50 anos de carreira. O show foi gravado em São Paulo (SP) e contou com as participações especiais de Dominguinhos, Osvaldinho do Acordeon e Durval Pereira. Além do clássico “Severino Xique Xique”, o registro revisou sucessos como “Radinho de pilha”, “Mate o véio” e “Caldinho de mocotó”.

Experiente, a partir de então a carreira de Genival Lacerda entrou na seara das homenagens (como a que a cantora Clemilda fez pra ele, em Aracaju/SE, em 2004). Em 2008, uma turnê pelos principais destinos do forró no Nordeste (incluindo Caruaru/PE, Campina Grande e Juazeiro/BA) deu origem à gravação do documentário “É tudo verdade – O Rei da Munganga“, dirigido por Carolina Paiva. A Orquestra Sinfônica Jovem do Estado da Paraíba acompanhou o cantor em algumas músicas, para o registro audiovisual dedicado à memória de Marinez.

No cinema, também fez participações especiais em filmes como Vamos Cantar Disco (1979), Made in Brazil (1985), Beijo 2348/72 (1990) e O Rei da Munganga (2009).

Desde os anos 90, voltou a morar no Recife. Nos últimos anos, não tinha novos sucessos nas rádios, mas manteve o ritmo de shows e o reconhecimento popular.

No final de 2017, recebeu no Palácio do Planalto a medalha da Ordem do Mérito Cultural (OMC). Na cerimônia, Genival tirou seu chapéu estampado de bolinhas ao passar diante do então presidente Michel Temer.

Genival Lacerda faleceu no Recife, aos 89 anos de idade, por complicações da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus em 7 de janeiro de 2021. Ele estava internado na UTI desde o dia 30 de novembro e, segundo recentes comunicados da assessoria de imprensa dele, seu estado era grave e ele respirava com a ajuda de aparelhos.

(Fonte: https://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2021/01 – QUEM NEWS / REDAÇÃO QUEM, DO HOME OFFICE – 07 JAN 2021)

(Fonte: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2021/01/07 – PERNAMBUCO / NOTÍCIA / Por G1 PE – 07/01/2021)

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