Foi o primeiro negro a vencer um Oscar de ator coadjuvante

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Louis Gossett Jr., primeiro homem negro a vencer Oscar de ator coadjuvante, vencedor do Oscar por “A Força do Destino”

Conhecido por filmes de ação dos anos 1980, como a franquia “Águia de Aço”, ator também venceu o Emmy por “Raízes” e foi indicado por “Watchmen”
(Imagem: Leon Bennett/WireImage)

Louis Gossett Jr., ator aclamado por sua atuação no filme “A Força do Destino” (1982) e na série “Raízes” (1977), se tornou notável por seus intensos papéis em dramas e filmes de ação. Seu desempenho em “A Força do Destino” não apenas lhe rendeu o Oscar, como também o estabeleceu como o segundo homem negro a vencer na categoria de atuação, sucedendo Sidney Poitier.

Gossett foi o primeiro homem negro a receber o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, com “A Força do Destino”, de 1982. Na época, ele era o terceiro ator negro indicado na categoria.

Ele também ganhou um Emmy por seu papel na aclamada minissérie “Roots”. “O Oscar me deu a capacidade de escolher bons papéis”, disse Gossett, que também teve no currículo filmes como “Inimigo meu”, “Sadat: O guerrilheiro da paz” e “Águia de aço”.

Gossett estreou na Broadway em 1953, com a peça “Take a Giant Step”, aos 16 anos. Sua carreira no cinema começou com a adaptação de “O Sol Tornará a Brilhar” (1961).

Ele fundou a Eracism Foundation, cuja a missão era criar um mundo “sem racismo”. Em sua autobiografia, Gossett relatou diversos episódios de racismo quando protagonizou o filme “Companions in Nightmare” (1968). “Eu estava cara a cara com o racismo e era uma visão horrível. Mas isso não iria me destruir”, escreveu o ator.

De Broadway a Hollywood
A carreira de Gossett se estendeu por mais de seis décadas, com início nos palcos da Broadway em 1959 na montagem de “O Sol Tornará a Brilhar”, em que atuou ao lado de Sidney Poitier. Sua estreia no cinema foi justamente na adaptação da peça, marcando sua entrada em Hollywood em 1961.

Gossett Jr. fez participações em muitas séries antes de consolidar sua presença em filmes como “Amor Sem Barreiras” (1970), “Alvorecer Branco” (1974) e “O Fundo do Mar” (1977), demonstrando sua versatilidade em diferentes gêneros. Mas sua trajetória televisiva foi o que realmente marcou o início de sua projeção.

A Força do Destino de Gossett
O papel em “Raízes”, minissérie sobre a escravidão que virou sensação em 1977, rendeu o primeiro prêmio ao ator, um Emmy de interpretação. Na pele de Fiddler, um escravo que se torna um mentor para o protagonista Kunta Kinte, ajudando-o a preservar sua identidade, Gossett trouxe à tona a luta e a resistência dos negros contra o racismo, e foi visto – e aplaudido – por pelo menos 85% da população dos EUA – uma audiência histórica.

O feito foi seguido pelo Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em “A Força do Destino”. No filme dirigido por Taylor Hackford, Gossett interpretou o sargento Emil Foley, um rígido instrutor de uma escola de formação de oficiais, cujo método severo tem como objetivo preparar os recrutas para a vida militar. A dinâmica entre Foley e o personagem Zack Mayo, interpretado por Richard Gere, é central para a narrativa, explorando temas de superação, integridade e crescimento pessoal.

A performance de Gossett foi notável pela intensidade e autenticidade, atributos que, segundo o próprio ator, foram aprimorados pela dedicação a um período de treinamento intensivo junto aos Marines. Como resultado, ele trouxe uma complexidade ao Sargento Foley, equilibrando o rigor e a autoridade com momentos de profunda humanidade, e o impacto da interpretação estabeleceu um novo padrão para o registro de personagens militares na tela.

Herói de ação

Depois do Oscar, Gossett deu uma guinada na carreira tornando-se um astro de filmes de ação. Ele se destacou em produções como a sci-fi “Inimigo Meu” (1985) e na primeira adaptação do herói da Marvel “O Justiceiro” (1989), onde atuou ao lado de Dolph Lundgren, mas principalmente em “Águia de Aço” (1986), que virou uma franquia de sucesso.

O primeiro “Águia de Aço” chegou a ser comparado a “Top Gun – Ases Indomáveis”, lançado no mesmo ano. Ambos acompanham pilotos de caça e ficaram famosos por suas cenas de ação emocionantes, cheias de bromance e coreografias aéreas, além de uma trilha sonora repleta de hits memoráveis. Entretanto, enquanto o filme de Tom Cruise estourou as bilheterias, “Águia de Aço”, que estreou dois meses antes, só foi ganhar popularidade com seu lançamento em VHS. Isso levou à produção de várias sequências nos anos seguintes. O último da franquia, “Águia de Aço IV – O Combate Final”, foi lançado em 1995. Todos foram estrelados por Gossett no papel do coronel Charles “Chappy” Sinclair.

Depois disso, ele voltou às séries, participando de episódios de diversas atrações, com destaque para a sci-fi “Stargate SG-1”, onde recorreu como um alienígena chamado Gerak entre 2005 e 2006.

Últimos papéis
Um dos últimos projetos do ator foi a aclamada série “Watchmen”, onde interpretou William Reeves, herói aposentado e avô da protagonista, interpretada por Regina King. O desempenho elogiado lhe rendeu uma indicação final ao Emmy.

Ele também trabalhou no remake de “A Cor Púrpura”, lançado no início de 2024, e “Amigos Imaginários”, fantasia estrelada por Ryan Reynolds, que estreia em maio.

Legado de luta contra o racismo
Além de seu legado no entretenimento, Gossett foi um fervoroso ativista contra o racismo. Ele fundou a Eracism Foundation em 2006 para combater todas as formas de discriminação e promover uma sociedade mais inclusiva. Em seu livro de memórias “An Actor and a Gentleman”, lançado em 2010, o ator escreveu abertamente sobre o racismo que encontrou no início da carreira em Hollywood e sua decisão de lutar para tentar acabar com o preconceito na indústria e dar um futuro melhor para os jovens negros.

Seu último papel no cinema foi em 2023, no filme “A Cor Púrpura”.

Louis Gossett faleceu aos 87 anos na quinta-feira (28/3) em Santa Monica, nos Estados Unidos. Embora a causa da morte não tenha sido divulgada, ele havia anunciado em 2010 que lutava contra o câncer de próstata.

(Créditos autorais: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2024/03/29 – ÚLTIMAS NOTÍCIAS/ Por Patricia Reaney e Kanishka Singh – (Reuters) – 29/03/2024)
(Reportagem de Kanishka Singh em Washington)
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(Créditos autorais: https://www.terra.com.br/diversao/entre-telas/filmes – DIVERSÃO/ ENTRE TELAS/ FILMES/ Por: Marcel Plasse – 29 mar 2024)
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