Achille Castiglioni, foi um dos maiores designers do século 20, trabalhou ao lado do irmão mais velho, Pier Giacomo

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Mestre do design mundial

Achille Castiglioni (Milão, Itália, 16 de fevereiro de 1918 – Milão, 2 de dezembro de 2002), um dos maiores designers do século 20, conjugou função, beleza e uma pitada de humor em projetos industriais, foi um talento criativo: era um visionário – já pautava seus projetos pelo comportamento muito antes de se ouvir falar em “design orientado pelo usuário”.

Achille Castiglioni começou a carreira trabalhando ao lado do irmão mais velho, Pier Giacomo (1913-1968), com quem assina todos os projetos até 1968.

Após o falecimento do irmão, Achille continuou em carreira solo mantendo a mesma excelência projetual.

Ele recebeu nove vezes o Compasso d’Oro, sendo que na última delas, em 1989, o prêmio não foi direcionado a nenhum produto, como é de praxe, e sim ao próprio designer. A menção especial foi dada pelo júri com a seguinte justificativa: “por haver elevado, por meio de sua insubstituível experiência, o design aos valores mais altos da cultura”.

“O bom design requer observação.” Este era um dos mantras frequentemente entoados por Achille a seus alunos no Istituto Politecnico di Milano. O tal mantra excedia os limites da vivência acadêmica, materializando-se na vida profissional do maestro italiano, e foi justamente este poder de observação que o levou a criar objetos que se tornariam verdadeiros ícones do design mundial.

Castiglioni, que inicialmente trabalhou com seus irmãos mais velhos, Livio e Pier Giacomo, até a morte deste último, em 1968, avançou o processo de um relacionamento produtivo com fabricantes italianos como Alessi, Cassina, Flos, Kartell e Zanotta. Muitos dos produtos que ele desenvolveu para estas marcas foram best-sellers, incluindo a luminária Arco, para a Flos e o cinzeiro Spirale para a Alessi, mas seu trabalho também foi surpreendentemente cuidadoso e rico em significados, inteligente, elegante e tecnicamente genial.

 

Achille Castiglioni trabalhou de 1944 até sua morte, em 2002. Deixado tal como estava em seu último dia de trabalho, o estúdio está agora aberto ao público como Studio Museum Castiglioni.

 

Achille Castiglioni, herói do design italiano

Interior do Museu Studio Catiglioni, em Milão, onde o desenhista industrial Achille Castiglioni trabalhou por quase 60 anos. As salas permanecem exatamente como Castiglioni as deixou (Imagem: Studio Museum Achille Castiglioni)

Arco, de Castiglioni

Meio pendente, meio de piso, luminária é ícone absoluto

É o caso da luminária Arco, concebida em 1962. Para resolver um problema prático – o de desenhar um pendente que dispensasse furos no forro para sua instalação –, Achille e seu irmão Pier Giacomo, com quem trabalhava na época, foram buscar inspiração nos postes de rua. Observaram que, fixadas ao chão, estas luminárias têm uma forma que as permite lançar seus fachos de luz a longas distâncias.

 

Luminária Phoenix, Achille & Pierre Giacomo Castiglioni, 1962. Inspirada em uma luz de rua a icônica “Phoenix”, originalmente conhecida como Arco Floor, uma lâmpada de suspensão que senta-se no chão em uma base de mármore extremamente pesada. (Foto: Pinterest)

 

A partir daí, os irmãos Castiglioni usaram todo o seu refinamento projetual para traduzir a tipologia do poste de rua numa perspectiva doméstica. Composta por uma pesada base de mármore (cerca de 50 kg),um refletor semiesférico de alumínio polido e um arco telescópico de aço inox, a Arco é capaz de refletir sua luz a mais de 2 m da base.

Estava criada, assim,“uma luminária de piso com as mesmas características de um pendente, a primeira de seu gênero”, conforme observa o designer e crítico italiano Andrea Branzi em seu livro Capire il Design. Não é à toa, portanto, que a peça passou a integrar a coleção de importantes museus, como o MoMA de Nova York.

Além da liberdade que possibilita ao configurar os espaços da casa – já que não há a necessidade de se ater aos pontos de luz existentes no teto –, a Arco também deve parte de seu sucesso à elegância e leveza das formas.

Vale notar, no entanto, que sua estética é resultado das demandas funcionais, como reza a cartilha do design moderno. Nada é gratuito: o perfil telescópico do arco metálico permite a regulagem do comprimento e contém, em seu interior, a fiação elétrica; o difusor semiesférico, por sua vez, pode ter seu ângulo modificado graças à sobreposição das duas calotas de alumínio, uma delas perfurada para facilitar o resfriamento e difundir uma leve intensidade de luz em direção ao teto; a base, por fim, é pesada o suficiente para dar estabilidade ao conjunto e contém um furo que facilita o transporte da peça com a simples inserção de um cabo de vassoura.

 

Suas obras integram o acervo de museus do mundo todo (só no MoMA de Nova York).

 

Luminária Taraxacum 88 (1988), produzida pela Flos

 

Achille Castiglioni concebeu essa luminária como uma substituta ao clássico chandelier. Embora mantenha o caráter decorativo, ela se destaca pela natureza absolutamente moderna e inovadora, numa configuração que em nada lembra os lustres convencionais. O segredo? Em vez de valorizar a estrutura, como era o normal, Achille decidiu valorizar a fonte luminosa (a lâmpada).

“Tudo nasce de um simples triângulo, que vai segurar as lâmpadas, como em um jogo de criança”, explicava Achille Castiglioni, com a empolgação que lhe era característica, nesse vídeo para a Flos. No total, são 20 triângulos de alumínio polido, cada um podendo acomodar 3, 6 ou 10 lâmpadas incandescentes (na foto, a versão menor).

(Fonte: http://casavogue.globo.com/Colunas/Design-Do-Bom/noticia/2014/08/5- Casa Vogue – Design Do Bom/ POR WINNIE BASTIAN /editora da Casa Vogue – 14/08/2014)

(Fonte: http://casavogue.globo.com/Design/noticia/2012/12 – Casa Vogue – POR WINNIE BASTIAN /editora da Casa Vogue – 02/12/2012)

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