A primeira mulher a dirigir a tradicional Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS

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PRIMEIRA MULHER A DIRIGIR A TRADICIONAL FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DA UFRGS

Yeda Rorato Crusius (1944- ), economista, nascida em 26 de julho, em São Paulo (SP). Na sua carreira política, filia-se ao PSDB em 1990. Assume como ministra do Planejamento em fevereiro de 1993, mas permanece apenas três meses no cargo. Elege-se deputada federal em 1994, em 1998 e em 2002. Principal articuladora e uma das fundadoras do PSDB-Mulher.
Cursou Economia na Universidade de São Paulo (USP). Talentosa e determinada, tornou-se professora universitária, ingressou na política, chegou ao Ministério do Planejamento, em Brasília. Entrou para a história dos gaúchos como a primeira mulher a assumir o Palácio Piratini.
A vida de Yeda é sinônimo de obstinação. A começar pelo ingresso na USP. Quarta dos seis filhos de um representante de laboratório que morreu sem ter casa própria e de uma secretária, Yeda contrariou a lógica:
-Universidade pública naquela época era coisa para as classes média e alta. Ela era salário mínimo.
Outra conquista daquela época atende pelo nome de Carlos Augusto Crussius – um gaúcho de Passo Fundo, também economista. Os dois se conheceram em uma pós-graduação na USP, no final da década de 1960.
O bom desempenho na especialização rendeu a Yeda e a Carlos uma bolsa na Universidade de Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee. Era o começo de uma carreira acadêmica exitosa. Nos EUA, Yeda viveu período de efervescência política, participou de manifestações culturais com integrantes do movimento Black Power, vivenciou protestos contra a Guerra do Vietnã, presenciou o crescimento do movimento feminista.
O casal retornou ao Brasil para o nascimento de César, o primogênito. Yeda e Carlos aceitaram um convite para implantar o curso de pós-graduação em Economia da UFRGS. Influenciada pelo inglês John Maynard Keynes, ela tinha uma capacidade incomum de explanar sobre diferentes temas ligados à macroeconomia.
Em 30 anos como docente, Yeda pavimentou o caminho que a tornaria, em 1991, a primeira mulher a dirigir a tradicional Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS.
Influente no meio acadêmico e popular graças a comentários de economia no rádio e na TV, Yeda Crusius poderia começar a vida política como vereadora ou deputada: se elegeria facilmente.
Mas, como tudo em sua vida é precoce, tornou-se política despachando com o presidente da República: saiu da direção da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS diretamente para o Ministério do Planejamento, um dos cargos mais importantes do país.
O senador Pedro Simon (PMDB), um dos articuladores da ida de Yeda para Brasília, recorda, além da capacidade, pesou o fato de a professora não residir em tradicionais centros de poder.
Itamar Franco queria um ministro que não fosse de São Paulo. Sugerimos o nome de Yeda, que além de muito competente, morava há muito no Rio Grande do Sul, que a indicou com o então ministro da Fazenda, Paulo Haddad.
Yeda permaneceu de fevereiro a maio de 1993 no cargo – período em que se indispôs com Eliseu Resende, que havia sucedido Paulo Haddad na Fazenda.

(Fonte: Zero Hora – Ano 43 – N° 14.980 – Sexta-feira, 1° de setembro de 2006 – Política – Perfil dos candidatos – Por Carlos Etchichury – Pág; 20)

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