Zeferino Brasil, poeta, dramaturgo, o príncipe dos poetas rio-grandenses

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Zeferino Brasil (Taquari, 24 de abril de 1870 – Porto Alegre, 3 de outubro de 1942), poeta e dramaturgo gaúcho, o príncipe dos poetas rio-grandenses, patrono da Biblioteca do Esporte Clube Internacional

Zeferino Antônio de Souza Brazil nasceu em 24 de abril de 1870, em Porto Grande, distrito ribeirinho de Taquari.

Em 1879, mudou-se para a capital provincial do Rio Grande do Sul, onde exerceu diversas funções até ingressar, em 17 de agosto de 1889, através de concurso, no funcionalismo público, como oficial do Tesouro do Estado. Em 1890, conheceu Celina Ribeiro Totta, com quem se casou em 1891. Zeferino Brazil firmou-se como cronista, romancista, dramaturgo, crítico, mas a sua marca pessoal, como artista da palavra, foi a poesia, obtendo, por isso, o epíteto “Príncipe dos poetas rio-grandenses”, devido à sua expressiva e notória sensibilidade poética: “romancista de vastos recursos, prosador imaginoso e ágil, lidador da imprensa diária, humorista fino e mordaz, orador elegante e fluente, tudo isto Zeferino Brasil (sic) conseguiu ser! O Poeta, porém, constituía o feitio integral daquele espírito cheio de harmonias e de doçuras infindas!”, conforme Augusto de Carvalho.

Colaborou com vários jornais usando, além do nome Zeferino Brazil, vários pseudônimos, dentre eles, conforme o próprio autor: Nilo Castanheira, João Simplício, Lúcifer, Til, João da Ega, Eça de Oliveira, Brás Patife Júnior, José dos Cantinhos, Zézinho, Tic, Tac e Diabo Coxo, no Jornal do Comércio; Eça de Oliveira, Diabo Coxo, Celino Délio, Vasco de Montarroyos, NC, Phoebus de Montalvão e Diávolo, no Correio do Povo; Luiz Deniz na primeira fase da Última Hora e na Gazeta do Comércio. Começou a escrever muito cedo, deixando publicadas nove obras poéticas, dois romances e um livro de crônicas, na seguinte ordem:

  1. Alegros e surdinas (versos dos 15 anos) – 1891, em Porto Alegre, pela Livraria Americana;
  2. Traços cor de rosa (verso) – 1892, em Porto Alegre, por Oficinas tipográficas do Jornal do Comércio.
  3. Comédia da Vida – 1896-1897, em Porto Alegre, pela Tipografia Jornal do Comércio;
  4. Juca, o letrado (estudo da psicologia mórbida) – 1900, em Porto Alegre, pela Tipografia do Correio do Povo;
  5. Vovó musa – 1903, em Porto Alegre, por Brasil Meridional;
  6. Visão do ópio – 1906, em Porto Alegre, por L. P. Barcellos & Cia. – Livraria do Globo;
  7. Torre de marfim – 1910, Porto Alegre, pelas Oficinas da Livraria do Globo;
  8. Comédia da vida. Versos alegres para gente triste. 2ª série. – 1914, Porto Alegre, pelas Oficinas tipográficas de Carlos Echenique;
  9. O meio: psicofisiologia do alcoolismo – 1922, em Porto Alegre, por Brasil Meridional;
  10. Teias do luar – 1924, Porto Alegre, por Barcellos, Bertaso & Cia. – Livraria do Globo;
  11. Bohemia da Penna (prosa velha) – 1932, Porto Alegre, por Barcellos, Bertaso & Cia. – Livraria do Globo;
  12. Alma gaúcha – 1935, Porto Alegre, pela Livraria Selbach de J. R. da Fonseca & Cia ;

 

 

Como dramaturgo, segundo informa em De Vizeira erguida, publicado em 06 de junho de 1923, noCorreio do Povo, escreveu a comédia Ester, (apresentada pela Sociedade dramática de Porto Alegre, no Teatro São Pedro em 21 de julho de 1902); o drama O outro, em 1904, (também apresentada pela Sociedade Dramática) e a comédia de um ato O Homem de gênio, encenada, mas sem menção da companhia teatral. Foi membro e posteriormente Presidente de Honra da Academia Literária Sul-rio-grandense e da Academia Riograndense de Letras; foi membro da comissão de lexicografia da Academia de Letras do Rio Grande do Sul, foi presidente de honra do Cenáculo Literário Porto Alegrense, foi Presidente de Honra da Casa do Intelectual Brasileiro.

Foi homenageado por um grupo de jovens de Santiago do Boqueirão, que fundou, em 02/09/1919, um grêmio denominado Grêmio Literário Zeferino Brazil, e também por um grupo de jovens de Encruzilhada, que criou, em 15/05/1942, um centro de cultura denominado Ateneu Zeferino Brazil. O poeta Zeferino Brazil, o príncipe dos poetas rio-grandense, faleceu em 3 de outubro de 1942, na Rua Pantaleão Teles, 728, Porto Alegre, à margem do Guaíba, deixando a esposa, filhos, netos e bisnetos, além de uma legião de amigos que manifestaram sua dor e reconhecimento numa série de artigos publicados na imprensa local, cuja imagem consensual pode ser ilustrada no seguinte fragmento, extraído do Diário Carioca, de 04/10/1942: “Ele viveu para as letras. O cargo público que exercera mal lhe dava o pão de cada dia. Todo o seu tempo, os seus dias, os seus minutos eram voltados para as coisas do espírito. Com elas viveu e com elas morreu.”

 

(Fonte: http://www.pucrs.br/delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural)

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 17.833 – 8 de agosto de 2014 – TRIBUTO/ por Jessica Weber – Pág: 38)

 

 

 

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