Waldir de Souza, compositor da Portela, mais conhecido como Waldir 59

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Compositor de sambas campeões era o mais antigo sócio da agremiação vivo

Waldir 59, integrante da Velha Guarda da Portela  (Foto: Divulgação):

Waldir 59, integrante da Velha Guarda da Portela (Foto: Divulgação):

Waldir de Souza, compositor e integrante da Velha Guarda da Portela, mais conhecido como Waldir 59

Waldir era considerado o sócio original mais antigo da escola de Madureira.

Waldir, que ganhou o apelido por ter morado numa casa com este número, ganhou cinco disputas por sambas-enredo da escola, na década de 1950, e foi diretor de harmonia por várias décadas. Além disso, participou de discos e compôs com outras lendas do samba, como Candeia.

Waldir de Souza, o Waldir 59, estava na Portela desde os anos 1940. Conhecido por sua elegância — notável em registros como o filme “O mistério do samba” (2008), de Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor —, ele foi autor de vários sambas-enredo da escola, alguns deles em parceria com seu concunhado Candeia, como “Legados de D. João VI” (dos dois com Picolino da Portela no carnaval de 1957), que deu o tricampeonato à agremiação de Oswaldo Cruz. Waldir também foi diretor de harmonia da Portela por décadas, sempre com destaque.

No começo dos anos 2000, cataratas nos dois olhos levaram sua visão, o que não o impediu de seguir frequentando a quadra da escola normalmente. Participou em 2015, como integrante de uma das parcerias, do concurso que escolheu o samba para 2016.

— Havia outros dois Waldir na Ala dos Impossíveis, da Portela, e eu passei a ser o 59 porque era o número da minha casa. Depois começaram a dizer que eu tinha 59 mulheres — disse Waldir, bem-humorado, em entrevista ao GLOBO em 2012. — Tive muitas namoradas mesmo. Teve um dia em que sete se juntaram para me dar uma lição e eu tive que lutar para salvar minha camisa de seda.

Líder da Velha Guarda Show e presidente de honra da Portela, Monarco cita algumas qualidades do amigo:

— Waldir era um bom letrista e excelente pesquisador. Estudava muito antes de fazer uma letra. Fez uns dez sambas para a Portela, mas o de 1957, na minha opinião, é o mais belo de todos. Ele seguiu muito bem os ensinamentos de Paulo da Portela, que dizia que o sambista tinha que estar sempre bem arrumado. Ele sempre foi um portelense educado e elegante. Estava sempre muito bem vestido. Nunca apareceu na Portela vestindo short, e nunca levantava a voz para ninguém.

O compositor lembra que Waldir se afastou da escola por um tempo:

— Nos anos 80, ele se aborreceu na Portela e foi para Unidos da Tijuca. Ficou lá por pouco tempo, mas não aceitou escrever samba para disputar com a Portela. Logo voltou.

Outro compositor da escola, Noca da Portela lamentou a morte de Waldir.

— É uma perda irrecuperável. Waldir foi meu ídolo e mestre. Quando cheguei à Portela, ele já estava lá — diz Noca.

Waldir de Souza de 87 anos, morreu em 25 de novembro de 2015. Waldir sofreu uma parada cardiorrespiratória, foi socorrido e levado para a UPA Engenho de Dentro, mas não resistiu.

(Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/carnaval/2015/noticia/2015/11 – CARNAVAL 2015 – RIO DE JANEIRO – Do G1 Rio – 25/11/2015)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/musica -18138343#ixzz3sXnJuLLQ – CULTURA – MÚSICA – Colaborou Pedro Zuazo, do Extra – POR O GLOBO – 25/11/2015)

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