Vander Lee, cantor e compositor mineiro, acumulou parcerias com grandes nomes da MPB, como Gal Costa, Maria Bethânia, Elza Soares, Zeca Baleiro e Nando Reis

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Vander Lee se firmou como um dos principais nomes da música mineira com nove discos, entre registros ao vivo e em estúdio. Já completara 19 anos de carreira.

 

O cantor e compositor Vander Lee - (Foto: Divulgação)

O cantor e compositor Vander Lee – (Foto: Divulgação)

 

Vanderli Catarina, mais conhecido como Vander Lee (Belo Horizonte, 3 de março de 1966 – Belo Horizonte, 5 de agosto de 2016), cantor e compositor mineiro. O músico, cujo nome de batismo é Vanderli Catarina, e que ao longo de sua carreira, acumulou parcerias com grandes nomes da MPB, como Gal Costa, Maria Bethânia, Elza Soares, Zeca Baleiro e Nando Reis.

Lee despontou ao vencer o festival Canta Minas de 1996, produzido pela Globo Minas. Embora tenha lançado seu primeiro disco no ano seguinte, em 1997, ele só conseguiu sucesso comercial e nacional em 2002, quando Gal gravou sua canção “Onde Deus possa me ouvir”.

 

 

Relembre a história de Vander Lee e os grandes momentos da carreira do músico

Conhecido por versos em que brincava com as palavras para falar do amor e do cotidiano, Vander Lee cantava sua simplicidade por meio da música. Com 19 anos de carreira e nove discos gravados – entre registros ao vivo e de estúdio -, o compositor mineiro viu grandes nomes da música nacional interpretarem suas canções, como Elza Soares, Gal Costa, Emilinha Borba, Maria Bethânia, Nando Reis, Rita Ribeiro, Margareth Menezes, Luiza Possi, entre outros.

Nascido em Belo Horizonte, em março de 1966, Vander Lee era o do meio entre sete irmãos e foi criado no Bairro Olhos D’água. Ele começou tocando em bares, abrindo shows de Maurício Tizumba no bar Vila Velha. O repertório ainda era pequeno, mas pouco depois veio a primeira demo, gravada com o guitarrista Luiz Peixoto, com as músicas próprias Natureza, Caminhada, Minas Gerais e Canção do bicho homem.

Passou a se apresentar em outros bares da noite belo-horizontina saiu da casa dos pais, o emprego e a escola para viver da música, no início, contando com o grande apoio de Tizumba.

Em 1987, participou do projeto Segunda Musical, no Teatro Francisco Nunes e fez a primeira apresentação baseada em composições próprias. No mesmo ano, participou do festival de música “Canta Minas” e ficou em segundo lugar com a música Gente não é cor. A premiação impulsionou Vander Lee a gravar o primeiro disco independente.

Nesta época, a assinatura do cantor ainda era Vanderly, mas o engano de um locutor de rádio, que o chamou de Vanderley, o fez repensar o nome artístico.

IMPULSO

Em novembro de 1998, Vander Lee soube do lançamento de um livro de Elza Soares, no Cozinha de Minas. O mineiro superou a timidez e levou o disco até a cantora. Duas semans depois, Elza o ligou e pediu para incluir a música Subindo a Ladeira nos shows dela. Vander Lee dividiu o palco com ela em uma apresentação, em BH e logo depois em vários espetáculos em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A partir daí viu seu nome projetado para todo o país.

Em 1999, o produtor Mário Aratanha ouviu músicas inéditas de Vander Lee e o convidou a gravar um CD pelo selo Kuarup. No balanço do balaio rendeu boas críticas e teve participações do gaitista e produtor Rildo Hora e de alguns companheiros mineiros como Maurício Tizumba, Tambolelê, Raquel Coutinho e do pai, José Delfino.

Vander Lee foi chamado para fazer vários shows, quando foi morar na capital carioca e conheceu o poeta Sérgio Natureza. O escritor fez a ponte até Luiz Melodia, que apadrinhou o projeto Novo Canto, naquele ano, com apresentações em Copacabana, São João do Meriti, e, pouco depois, outras performances conjuntas em BH e São Paulo.

Em 2003, Vander Lee conquistou o terceiro lugar no 6º Prêmio Visa, entre três mil concorrentes. A premiação deu fôlego para o primeiro disco ao vivo, que trouxe participações especiais de Elza Soares e Rogério Delayon.

A gravadora Indie Records distribuiu o disco e, em 2004, viabilizou o lançamento do álbum Naquele Verbo Agora, que trouxe os hits BrêuMeu Jardim e Iluminado.

As faixas do disco foram muito executadas nas rádios e o fizeram finalista do Prêmio Tim de Música, nas categorias “Melhor Disco” e “Melhor Cantor” da Canção Popular.

 

Em 2006, gravou o CD e DVD Pensei que fosse o céu, mostrando versatilidade entre a MPB, o samba e o funk. Com o registro, conquistou o Prêmio TIM na categoria “Melhor Disco de Canção Popular”.

Fez shows internacionais, se apresentando em Turim, na Itália, em 2008, além do Festival SXSW, nos Estados Unidos e do Festival Romerias de Mayo, em Cuba, ambos em 2009. Em 2010, voltou ao SXSW e em 2013 se apresentou em Lisboa, na programação do “Ano do Brasil em Portugal”.

Em 2009, Vande Lee lançou o disco Faro, com dez canções novas e duas regravações, Obscuridade, de Cartola e Ninguém vai tirar você de mim, de Edson Ribeiro e Helio Justo que virou sucesso na voz de Roberto Carlos.

O trabalho seguinte foi Loa, em 2014, disco romântico de MPB com arranjos delicados de piano, violões, sax e flauta.

No ano passado, Vander Lee lançou seu nono disco, com 12 faixas, todas assinadas por ele, exceto Idos janeiros, feita com Flávio Venturini. Confira matéria do Estado de Minas sobre o disco.

Vander Lee participou da Virada Cultural de Belo Horizonte. No sábado, ele subiu ao palco para cantar No Balanço do Balaio na companhia de Flávio Renegado.

Há apenas um mês, no dia 2 de julho  Vander Lee esteve no Rio de Janeiro, e gravou um DVD no Teatro Tom Jobim, em comemoração aos 20 anos do lançamento do primeiro disco. O registro tem lançamento previsto para 2017.

 

Vander Lee morreu em 5 de agosto de 2016, no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte. Vander Lee se sentiu mal na tarde dessa quinta-feira quando fazia hidroginástica e foi levado ao hospital da Unimed. De lá, foi encaminhado para o Hospital Madre Teresa, onde foi constatado um aneurisma no coração.

O cantor foi operado durante a noite e internado na UTI 3 do Hospital Madre Teresa, mas, ainda durante a noite, teve 11 paradas cardíacas e não resistiu. De acordo com nota divulgada pelo hospital, Vander Lee morreu às 8h desta sexta-feira.

Pelo Twitter, o padre Fábio de Melo lamentou a morte. “Que tristeza, minha gente! O Brasil perdeu um grande artista. Eu perdi um amigo especial. (…) A morte do outro nos empobrece pois retira-nos o que só ele podia nos dar. Recorro-me a Mia Couto. ‘Morto amado nunca para de morrer'”.

A morte de Lee foi sentida por veteranos e novatos. Rogério Flausino, da JQuest, publicou, no Facebook, uma foto com ele. O também mineiro LG Lopes, da Graveola e o Lixo Polifônico, disse: “Meu amigo Vandeco. Mestre e conselheiro. Ave rara da canção brasileira. Gratidão por ter tido a chance de conviver contigo”.


(Fonte: http://www.uai.com.br/app/noticia/musica/2016/08/05/noticias-musica – NOTICIAS – MÚSICA/ por Luiz Fernando Motta – 05/08/2016)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/musica  – CULTURA – MÚSICA / POR O GLOBO – 05/08/2016)

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