Rolim Amaro, presidente da TAM Táxi Aéreo Marília transformou a empresa na maior cia aérea do Brasil

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Rolim Amaro (Pereira Barreto, 15 de setembro de 1942 – Pedro Juan Caballero, 8 de julho de 2001), aviador e empresário paulista. O comandante Amaro era presidente da TAM. Considerado um dos maiores empreendedores do século XX.

Foi um piloto de aeronaves e empresário brasileiro. Presidente da TAM transformou a empresa na maior companhia aérea do Brasil, entre os anos 1970 e 2001. Considerado um um homem de fibra e resultados de excelência.

O carregado sotaque caipira remete à tranquilidade de Pereira Barreto, cidade do oeste paulista onde ele nasceu a 15 de setembro de 1942. Aos seis anos, Rolim já ganhava os ares no colo do tio, dono de um monomotor. Menos afeito a peripécias, o pai tocava a vida com o armazém de secos e molhados em São José do Rio Preto, para onde se mudara. O rapazote abandonou a escola na sétima série para ajudar nas despesas de casa. Foi assistente de mecânico, aprendiz de escrevente em cartório e entregador de sanduíches, mas o vírus da aviação estava no organismo. A lambreta comprada com o salário minguado serviu para pagar o curso de piloto, que ele concluiu aos 18 anos. Se o primeiro brevê Rolim nunca esquece, o segundo quase não saiu. Às vésperas de fazer o exame para piloto privado, o aeroclube inventou uma taxa de dez cruzeiros. S em um tostão, ele viajou 200 quilômetros de trem e de carona para recorrer a outro tio, fazendeiro no interior paulista. Teve que dar meia-volta. “O sonho de sua mãe era vê-lo como balconista das Casas Pernambucanas e você desistiu. Preferiu ir atrás da aviação, coisa de vagabundo e louco. Vá trabalhar.”

Tomou, enfim, o dinheiro emprestado de um amigo, o que permitiu ao comandante trabalhar na TAM (Táxi Aéreo Marília) e na Vasp, até receber uma proposta tentadora, em 1966. “Fui para a Amazônia ser piloto particular. Em troca, recebi financiamento para a compra do meu primeiro Cessna”, lembra. De um pouso emergencial numa estrada em Minas ao transporte de uma tribo de xavantes para um lugar perdido na selva, Rolim realizou uma série de façanhas. Na falta de estradas, até os animais eram levados de avião às fazendas. “As mulas eram drogadas e tinham as patas amarradas. Depois entravam na aeronave e ficavam com metade do corpo para fora. Se durante o vôo alguma delas acordava, tinha que jogá-la. Era a mula ou o avião.” Para engrossar o orçamento, vendia roupas e radinhos de pilha num armazém em São José do Xingu (região do Araguaia), de onde comandava a empresinha que montara. “Em dois anos comprei dez monomotores, mas desisti quando tive a sétima crise de malária. Já perguntava aos passageiros qual das duas pistas que eu enxergava era a verdadeira.”

O empresário Rolim decolou em 1972, ao adquirir metade das ações da TAM – compraria a outra metade quatro anos depois. Entrou na onda de um mercado em franca expansão, mas ninguém duvida que foi o olho do dono que fez o boi engordar. Dirige uma companhia aérea que fatura R$ 800 milhões por ano e faz 550 pousos e decolagens diários.

Até conquistar o céu, enfrentou dificuldades. Uma delas foi a descoberta de um tumor na garganta, em 1992, extirpado em três cirurgias nos Estados Unidos. A segunda o deixou deprimido por quase um ano. Em 1996, a queda de um Fokker-100 que fazia a ponte Rio-São Paulo causou a morte de 99 pessoas. Nove meses depois, outro passageiro morreu quando uma bomba explodiu no avião que fazia o trajeto São José dos Campos-São Paulo (um professor é o principal suspeito do suposto atentado).

Em todos os momentos, Rolim encontra o amparo de Noemi, sua esposa há 34 anos. O caçula dos três filhos, Marcos, 15 anos, é fruto de um romance furtivo. “Todo homem está sujeito a um acidente de percurso, mas eu seria um calhorda se não assumisse o menino.” A família não desfruta de muito tempo para vê-lo. Geralmente, o comandante chega em casa só às dez da noite, toma uma sopa de aveia e vai para a cama. Nas raríssimas horas vagas, compõe modas de viola, gravadas, entre outros, por Fafá de Belém. “Não gosta de badalações, mas não resiste a um convite para andar de moto”, contou a ISTOÉ o amigo Luciano do Valle. Aí o locutor esportivo pegou em seu ponto fraco. Dono de 13 maquinões de duas rodas, Rolim às vezes vai rodando à fazenda em Ponta Porã (MS) e se atreveu até a cruzar a Cordilheira dos Andes em cima de uma motocicleta. Para quem desde os seis anos de idade vive nas nuvens, isso é brincadeira de criança.

Deu um tapa com luva de pelica num passageiro cara-de-pau que surrupiara uma garrafa de uísque no avião. “Vou levar para casa. Foi o melhor que já bebi.” Rolim enviou-lhe uma carta junto com meia dúzia de garrafas da bebida: “Isto é para o senhor tomar antes de cada viagem conosco. Grato pela preferência.

OS SETE MANDAMENTOS DE ROLIM AMARO

Rolim Amaro, fundador da TAM, resumiu sua filosofia de negócios em 7 mandamentos:

1º) É preciso, de forma permanente e incansável, buscar o lucro, é algo a ser perseguido com todas as forças. Produto do trabalho, o lucro é legítimo. Permite distribuir resultados e praticar a cidadania, uma forma de retribui o prestígio recebido da sociedade.

2º) Em busca do ótimo não se faz o bom. Nenhum manual ensina a lidar com o público. Ensina dizer bom dia, boa tarde, mas não ensina o algo mais. As pessoas não se dão conta do alcance e do sentido de tratar o cliente bem.

3º) A empresa lucrativa presta serviços com mais segurança. As pessoas escolhem a companhia aérea mais lucrativa com base no seguinte pressuposto: essa empresa não precisa economizar na manutenção do avião, revela pesquisa nos EUA.

4º) Estabelecer vínculos indestrutíveis com o cliente. A certeza de um tratamento especial, base de uma relação emocional. Transformar um problema negativo em alguma coisa positiva (convidar o cliente para tomar um café).

5º) Todos têm de agir como o chefe, o diretor ou o presidente. Nós temos de estimular a capacidade de iniciativa ao funcionário e dar prêmio quando ele age dessa maneira. Na TAM, uma telefonista fretou um jatinho para entregar a encomenda de um cliente. Ela justificou: “Se o senhor estivesse aqui, o que o senhor faria ? Claro que mandaria o jatinho.”

6º) Tudo pode ser feito ainda melhor. É preciso ter humildade para aprender com clientes. Quanto mais atendemos às pessoas, mais recebemos ajuda através de sugestões.

7º) É preciso concentrar-se no nosso negócio. Zele pelo seu negócio, até porque pode aparecer um concorrente com preço melhor. “Pessoas e empresas vivem de exemplo, e um exemplo vale mais que 1 milhão palavras. Quando abaixo para pegar um papel no tapete, quando levo a mala do cliente, o que vocês acham que acontece na minha equipe?”, concluiu o comandante Rolim, o qual falou sobre estes mandamentos em palestra realizada em dezembro de 1995, em São Paulo (SP).

A TAM ganhou inúmeros prêmios por satisfação do cliente, “marketing” e outros assemelhados. De 10 pessoas entrevistadas, todas as 10 viajariam pela TAM outra vez, revelou pesquisa realizada em 178 países, conferidora do prêmio da “Air Transport World” à TAM, na qualidade de melhor empresa de aviação comercial do mundo.

O presidente da TAM, comandante Rolim Adolfo Amaro, 58, morreu às 10h20 de 8 de julho de 2001, em Pedro Juan Caballero (Paraguai), em consequência da queda do helicóptero que pilotava. A gerente da TAM Patrícia dos Santos Silva, 30, que o acompanhava, também morreu no acidente. O acidente aconteceu no vilarejo conhecido como Fortuna Guazú, a cerca de 35 km de Pedro Juan Caballero. O helicóptero que Rolim pilotava no momento do acidente era americano, modelo Robinson R-44, da Arpa ZP, empresa do próprio comandante no Paraguai.

(Fonte: http://www.caras.uol.com.br – 3 de outubro de 2006 – Edição nº 674 – Citações)
(Fonte: www.adrianaalbuquerque.com.br – Artigo extraído da Revista Isto é)

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