Raul Barbosa, ex-governador do Ceará. Foi deputado federal em 1945 e constituinte em 1946.

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Raul Barbosa (Fortaleza, 19 de agosto de 1911 – Washington, EUA, 17 de agosto de 1975), ex-governador do Ceará. Bacharel em Direito, foi deputado federal em 1945 e constituinte em 1946.

Em 1950, pela legenda do PDS, elegeu-se governador derrotando o udenista Edgard de Arruda num dos pleitos mais concorridos da história política do Estado. Ao deixar o posto, ocupou a presidência do Banco do Nordeste do Brasil em dois períodos, 1956/61 e 1962/67.

Em 1968 tornou-se representante do governo brasileiro na direção do governo brasileiro na direção do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cargo que ocupou até a morte. Raul Barbosa faleceu dia 17 de agosto de 1975, aos 64 anos, de enfarte, em Washington, Estados Unidos.
(Fonte: Veja, 27 de Agosto, 1975 – Edição n.° 364 – DATAS – Pág; 73)

Raul Barbosa, nascido em Fortaleza no dia 19 de agosto de 1911, foi sempre personalidade atuante em todos os cargos e funções que exerceu até o dia de sua morte, a 16 de agosto de 1975.

Filho de Martiniano Barbosa e Altina de Sousa Barbosa, tornou-se órfão de pai aos três meses de idade e isto lhe marcou profundamente a existência na recordação permanente do genitor, prematuramente desaparecido, e no reconhecimento constante do sacrifício, da resignação e do heroísmo de sua mãe que, com os limitados recursos de seu trabalho, educara os nove filhos do casal.

Ainda estudante de Direito, contraiu núpcias com D. Ilnah Araripe Barbosa, companheira dedicada dos momentos de alegria ou infortúnio e cuja zelosa condução do lar dava-lhe necessária tranquilidade à dedicação integral às funções públicas.

Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Ceará, turma de 1935, prepara-se para uma trajetória na vida pública, que é tanto mais vitoriosa quanto conquistada pela inteligência, esforço pessoal e dedicação à causa pública. Não lhe foi fácil o curso na Faculdade, pois tinha que dividir o tempo entre os estudos e as obrigações de seu primeiro emprego, aos 14 anos de idade, na Secretaria da Fazenda.

Uma vez formado, pleiteia e consegue sua transferência para a Secretaria do Interior e Justiça, onde poderia empregar com mais proveito a habilitação profissional conquistada. Começa aí sua longa e brilhante carreira, exercendo, sucessivamente, as funções de Subprocurador Geral do Estado, Procurador Geral e, por fim, o cargo de Procurador Judicial do Estado do Ceará. A nomeada que conquistou no exercício dessas funções tornou-se o alvo da admiração de seus conterrâneos e em 1946 elege-se Deputado Federal.

Deputado Federal, empenhou-se, como de resto toda a representação nordestina no Congresso Nacional, na luta pela tramitação do Projeto de Lei de criação do Banco do Nordeste, nascido de uma clarividente exposição de motivos do então Ministro da Fazenda Horácio Lafer, coincidentemente seu amigo íntimo e companheiro na Comissão de Finanças da Câmara.

No ano de 1951, em pleito que marcou a história política do Ceará, foi eleito Governador do Estado. Dessa época, foi evidente a sua preocupação e empenho na chamada “batalha da localização da sede do Banco do Nordeste”, disputada tenazmente por todos os Estados nordestinos.

A localização do Banco do Nordeste em Fortaleza tornou-se uma das compensações de sua luta como político e Governador de seu Estado. Nutria tal esperança na atuação do Banco, que para ele a sua matriz teria que estar no Estado que sofria mais intensamente as agruras do clima ingrato e por isso mesmo seria capaz de incorporar as justas aspirações da Região com maior fidelidade à filosofia da instituição recém-criada.

Concluído seu quadriênio de Governo é convocado para a chefia do Departamento Jurídico do Banco do Nordeste, exercendo-a de julho de 1954 a março de 1956. Ainda no exercício do cargo, é nomeado, por decreto de 29 de fevereiro de 1956, Presidente do Banco, cargo que exerceu de 12 de março de 1956 até 18 de março de 1961, quando lhe foi concedida exoneração, a pedido.

O seu desempenho à frente do BNB atraiu o interesse da Organização dos Estados Americanos (OEA), que lhe delega a missão especial de elaborar estudo para a Junta de Reconstrução e Desenvolvimento de Arequipa, visando à criação de um Banco de Desenvolvimento Regional no Sul do Peru.

Após essa missão, retorna à Presidência do Banco do Nordeste, nomeado que fora em 31 de janeiro de 1962, iniciando esse segundo período como Presidente em 08 de fevereiro de 1962 e concluindo-o em 15 de março de 1967, data em que lhe foi concedida exoneração, igualmente a pedido.

Com a respeitável experiência de Presidente do BNB, impôs-se como candidato natural a representar o Brasil na direção do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), exercendo o cargo de Diretor Executivo até a sua morte.

Muitas qualidades poder-se-iam destacar em Raul Barbosa: a rigorosa austeridade administrativa, a lealdade para com os amigos, a tolerância e a compreensão para com os subordinados. A sua austeridade quase franciscana não era apenas o resultado de uma forte convicção pessoal, mas uma opção inteligente de um homem que conhecia o seu povo – pobre, sofrido e às vezes amargurado – e que não queria afrontá-lo com uma ostentação desnecessária.

Homem adiantado do seu tempo, sabia que o pioneirismo tem seu preço e por isso suportava com estoicismo a incompreensão e a injustiça. Desambicioso e de hábitos simples, considerava que, na função pública, a responsabilidade precede a autoridade, a missão se sobrepõe ao privilégio e o dever é mais importante que a honraria.

Fonte: Luciano Sá (assessor de imprensa do Centro Cultural Banco do Nordeste)
Fonte: www.bancocultural.com.br)
(Fonte: www.econometrix.com.br/ Por Pedro Sisnando Leite – 27 de Dezembro de 2011)

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