Primeiro órgão rodoviário do Brasil

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PRIMEIRO ÓRGÃO RODOVIÁRIO DO BRASIL
Daer: 70 anos cuidando do sistema rodoviário gaúcho. Na década de 30, o Rio
Grande do Sul vivia uma realidade rodoviária muito difícil. Nesse período,
viajar de uma cidade a outra ou tentar escoar a produção pelas estradas
gaúchas era uma atividade penosa. Eram dias que separavam uma cidade da
outra em um trajeto que hoje é feito em poucas horas. Na tentativa de mudar
este quadro, engenheiros vinculados à Sociedade de Engenharia de Porto
Alegre pensaram em uma solução estatal para mudar esta realidade.
Em 1933, o engenheiro Clóvis Pestana escreveu um artigo publicado no
boletim da entidade, onde preconizava a criação de um departamento autônomo
para construir e conservar as rodovias estaduais e resolver o sistema
caótico que era vigente. Em 1934, outros engenheiros como José Pedro de
Escobar e José Baptista Pereira também focaram-se no assunto em boletins da
entidade.
Então, o que antes era apenas discussão de especialistas na área, atingiu
também o domínio público o que fomentou o apoio a criação do órgão. A
Sociedade de Engenharia, então, resolveu elaborar um documento enviado ao
governo estadual justificando os motivos da criação do departamento e um
projeto para que se criasse o órgão.
Surge, então, pela Lei nº 750, de 11 de agosto de 1937, proposta pelo
também engenheiro e, à época, deputado estadual Alexandre Martins da Rosa, o
Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), uma autarquia estadual
cujo objetivo é gerir o transporte rodoviário gaúcho. O departamento,
vinculado à Secretaria dos Transportes, foi o primeiro órgão rodoviário do
País.
Os formandos em engenharia civil neste período eram amplamente absorvidos
pelo quadro estatal. A Prefeitura Municipal, a então Viação Férrea do Rio
Grande do Sul e a Secretaria Estadual de Obras Públicas eram as principais
contratantes. Para entrar nesta disputa, o então diretor geral João Baptista
Pereira foi à Escola de Engenharia da Urgs e convocou todos os formando para
uma reunião em seu gabinete, na primeira sede do Daer. Ele conclamou a todos
para “assumirem o Daer”. A Autarquia pagava à sua primeira turma de
engenheiros o dobro do salário dos outros órgãos e ainda, aos que
necessitavam trabalhar no interior do Estado, pagava “diária corrida”.
As primeiras atividades com o corpo de funcionários já pré-consolidado, o
Daer, nos anos 1940, construiu a primeira estrada, que interligava Pelotas e
Rio Grande. Com 52 quilômetros, foi pavimentada com cimento armado, servindo
como uma espécie de escola para o aperfeiçoamento dos operadores, que
iniciavam os trabalhos com os primeiros equipamentos do Daer.
Em 1953, foi criada a Polícia Rodoviária do Daer, composta por funcionários
que policiavam as estradas. Em 1967, a tarefa foi repassada à Brigada
Militar.
Com a industrialização abrangente no país, na década de 70, a malha
rodoviária foi fomentada, surgindo a necessidade de estruturar a rodoviária
de Porto Alegre nesta conjuntura. Em maio do mesmo ano, o Daer entregou a
Porto Alegre a nova Estação Rodoviária Central. Em 1972, a Autarquia passou
a ter sua sede própria. O prédio de 20 andares na avenida Borges de Medeiros
recebeu o nome do seu primeiro diretor-geral José Baptista Pereira.
Em 1973, a Secretaria dos Transportes anunciava a construção de uma rodovia
unindo a Serra ao Litoral. A partir desta data, a Rota do Sol passou a ser
uma das prioridades do Daer. Já na década de 80, passou a gerenciar a
conservação das estradas, especialmente no que se refere à modernização da
sinalização de segurança, e à coordenação do transporte intermunicipal de
passageiros.
(Fonte: Conselho em Revista – CREA – RS – Nº 35 – MEMÓRIA – Pág; 20)

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