Péricles de Barros, foi um dos principais profissionais de marketing promocional do País

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Profissional atou na área promocional de O Globo durante 30 anos

O Papa do marketing

Um realizador. Péricles de Barros e o Projeto Aquarius, que ajudou a criar - (Foto: Aníbal Philot/1.9.1986)

Um realizador. Péricles de Barros e o Projeto Aquarius, que ajudou a criar – (Foto: Aníbal Philot/1.9.1986)

Autor de ‘À bênção, João de Deus’, homenagem a João Paulo II, Péricles de Barros participou da criação de iniciativas como o Projeto Aquarius e o Estandarte de Ouro

Péricles de Barros , executivo, foi um dos principais profissionais de marketing promocional do País. Ele atou na área de marketing e promoções do jornal O Globo durante três décadas e foi o criador da ideia de fazer a “chegada” de um Papai Noel a um estádio de futebol, no caso o Maracanã. Entre outras ações promocionais que ajudou a consolidar também está o Projeto Aquarius. Nos últimos anos, Barros estava à frente da PB Marketing. 

 

A reunião de fé em torno do líder católico ganhou tons cariocas num coro afinado, inacreditável, que mobilizou dois milhões de pessoas ao som de uma música. Naquele início de noite da terça-feira, 1º de julho de 1980, o homenageado, visitante ilustre, surpreendeu-se ao constatar que. além da reunião gigante de fiéis, havia um hino a uni-los. “À bênção, João de Deus/ Nosso povo te abraça…”, cantou o Aterro do Flamengo apinhado, consagração maior da obra de um mago do marketing. A letra que caiu na boca do povo fora composta por Péricles de Barros, pioneiro da área de Relações Públicas e Promoções do GLOBO.

A música seria para sempre a trilha sonora de João Paulo II no Rio, inclusive nas outras duas visitas do Pontífice à cidade. O jornal criou um concurso para escolher a melodia que acompanharia a letra, a ser criada por um redator do departamento de publicidade. Como ele teve dificuldades para a missão, Péricles sentou-se numa hora de almoço banal e compôs a dúzia de versos, que depois ganhou a música de Moacir Maciel, vencedor da disputa promovida pelo GLOBO e pela Arquidiocese do Rio. Nascia um hino eterno.

— A ideia era ser a música que acompanharia o Papa na cidade, mas o Brasil inteiro a adotou — relembra Péricles Carvalho de Barros, o Pequinho, um dos três filhos dele.

“À bênção, João de Deus” foi a obra mais conhecida da profícua trajetória do jornalista e relações públicas presente em quase todos os grandes projetos da história do jornal. (Ainda naquele 1980, virou hino da torcida do Fluminense, nas arquibancadas do Maracanã.) Péricles de Barros se encarregava de materializar as iniciativas muitas vezes imaginadas por outras pessoas. Quando o presidente das Organizações Globo, jornalista Roberto Marinho, e o maestro Isaac Karabtchevsky imaginaram, no início dos anos 1970, concertos de música clássica realizados em espaços abertos para grandes multidões, o então gerente de Promoções pôs a ideia de pé (escrevendo, inclusive, o texto de abertura, a ser lido por Cid Moreira). Dia 30 de abril de 1972, nada menos do que 100 mil pessoas reuniram-se no Aterro para ouvir a Orquestra Sinfônica Brasileira abrir o programa com a ópera “O escravo”, de Carlos Gomes, a primeira vez de um evento que dura até hoje.

 

Na mesma época, Péricles participou da criação do Estandarte de Ouro, que, século XXI adentro, continua sendo o mais cobiçado prêmio entre os sambistas cariocas. Antes, esteve entre os responsáveis por levar do Aterro para o Maracanã a festa da chegada de Papai Noel, que mobilizava milhares de crianças.

 

— Ele dirigia os eventos, porque naquele tempo não havia empresas especializadas nisso, como hoje – recorda Pequinho, exaltando a dedicação entusiasmada do pai pelo ofício. — Lembro que ele ia sábado à tarde ao GLOBO, para escrever sozinho, sossegado.

 

Tanta dedicação começou no fim dos anos 1950, quando ele chegou ao jornal, para ser repórter. Anos mais tarde, ele tornou-se responsável pela coluna “Rio de bairro em bairro”, até ser levado para a área de Relações Públicas por Walter Poyares, então diretor da empresa. Começava ali uma relação que só terminou com a morte de Péricles, em janeiro de 2005. A missa de sétimo dia, na Igreja da Ressurreição, no Posto 6, foi celebrada pelo então cardeal-arcebispo do Rio, Dom Eugenio Sales, e teve a apresentação de uma pequena orquestra, regida por Isaac Karabtchevsky.

 

Réquiem merecido a um Papa do marketing.


Péricles de Barros faleceu hoje no Rio de Janeiro, após sofrer derrame cerebral

(Fonte: http://propmark.com.br/mercado/9382 – 18 de Janeiro de 2005)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/o-papa-do-marketing-16264956#ixzz3gexNWzHJ – SOCIEDADE/ POR AYDANO ANDRÉ MOTTA – 26/05/2015)

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