O primeiro grande avanço no desenvolvimento de um substituto artificial para o coração

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Implantado: o primeiro coração artificial autônomo

Um americano à beira da morte recebeu o primeiro coração artificial completamente interno, numa operação que durou sete horas. O paciente passa bem.

O procedimento é o primeiro grande avanço no desenvolvimento de um substituto artificial para o coração em duas décadas.

Cirurgiões da Universidade de Louisville, no Estado do Kentucky, implantaram a bomba de plástico e titânio no paciente ontem, no Hospital Judaico de Louisville. O hospital não divulgou nenhuma informação sobre a identidade do indivíduo.

“O paciente está descansando confortavelmente”, disse a porta-voz do hospital, Linda McGinity Jackson. Ela afirmou que, durante o dia, o paciente esteve “consciente e respondendo bem”.

Os médicos esperam que o novo implante estenda a vida do paciente por apenas um mês. Mas o aparelho é considerado um salto tecnológico em relação aos outros coraçções mecânicos, que começaram a ser usados na década de 80 e eram ligados por fios e tubos a um maquinário fora do corpo.

A nova bomba, que pesa um quilo e é pouco maior que uma laranja grande, é chamada AbioCor. Ela foi concebida para permitir aos portadores manter um estilo de vida produtivo, sem tubos nem fios. Diferentemente dos aparelhos existentes hoje, que servem como solução para prolongar a vida do paciente só enquanto não aparece um doador.

A energia é transmitida ao aparelho através da pele, de uma bateria que fica fora do corpo a um dispositivo interno de recarga ligado à bateria do coração artificial. Essa bateria interna, do tamanho de um pager, pode funcionar por 30 minutos sem recarga _tempo suficiente para o paciente tomar banho, por exemplo.

A empresa que fabricou o órgão artificial, a Abiomed, conseguiu autorização para testá-lo em 15 pacientes, todos em estado grave demais para serem candidatos a um transplante de coração. Segundo John Thero, vice-presidente da Abiomed, os pacientes têm todos menos de 30 dias de vida.

“Isso não é uma ponte para um transplante. Há uma escassez de doadores de coração”, disse Thero. “Estamos começando com pacientes que estão no fim da vida. Eles não são candidatos a transplante e estão à beira da morte. Nosso objetivo é dar a eles uma razoável qualidade de vida e uma extensão da vida.”

Segundo Thero, o aparelho foi desenhado para ir muito mais longe, mas, “se pudéssemos dobrar a expectativa de vida de alguém, estaríamos satisfeitos”.

Só nos EUA há 40 mil pacientes esperando transplante de coração. O número ultrapassa em muito o de doadores, o que torna um coração totalmente mecânico uma necessidade urgente.

As ações da Abiomed subiram 14,14% (US$ 3,32) no meio da manhã na Nasdaq.

(Fonte: Veja, 11 de julho de 2001 – ANO 34 – N° 27 – Edição n° 1708 – DATAS – Pág; 103)
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u4173 – CIÊNCIA – da Folha de S.Paulo – 03/07/2001)

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