Naguib Mahfouz, escritor egípcio, Prêmio Nobel de Literatura conferido em 1988

0
Powered by Rock Convert

 

O primeiro escritor árabe a ser laureado com o Prêmio Nobel de Literatura

Naguib Mahfouz (Cairo, 11 de dezembro de 1911 – Cairo, 30 de agosto de 2006), escritor egípcio, Prêmio Nobel de Literatura conferido em 1988. Foi o primeiro escritor árabe a ser laureado com o prêmio. Mahfouz escreveu mais de trinta romances, além de contos, peças de teatro e roteiros de cinema.

Cronista da Cairo moderna, foi esfaqueado em 1994 por um fanático muçulmano. Perdeu o movimento de um braço em decorrência do ferimento. Em agosto de 2006, foi hospitalizado por causa de uma queda sofrida em sua casa.

Mahfouz morreu no dia 30 de agosto de 2006, de falência de múltiplos órgãos, aos 94 anos, no Cairo, Egito.

(Fonte: Veja, 6 de setembro de 2006 – ANO 39 – N° 35 – Edição 1972 – Datas – Pág; 80)
(Fonte: Caras – Edição 673 – ANO 13 – N° 39 – 29/9/2006 – Citações)

 

O prêmio ao escritor Naguib Mahfouz confirma que a academia prefere promover talentos a apenas sacramentá-los

Naguib Mahfouz, escritor egípcio, conhecido em seu país mas de parca penetração no exterior. Muçulmano e socialista, ele é inimigo das ditaduras e do materialismo, o que lhe valeu censura durante a ditadura de Gamal Abdel Nasser. Mahfouz é o primeiro escritor de língua árabe agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura.

Romancista famoso em seu país e desconhecido para a maioria dos leitores do Ocidente, recebia o ambicionado aval da Academia Sueca. Em sua obra mais ambiciosa, uma trilogia de romances – Bayn al-Qasrayn, Qars al-Shawq e Al-Sukkariya, traduzidos para o francês sob o título geral de Impasse des Deux-Palais -, Mahfouz narra a trajetória de uma família da pequena burguesia egípcia através das transformações sociais do Cairo na primeira metade do século 20.

Isso o aproximaria do livro Os Buddenbrooks, do alemão Thomas Mann. “O mundo que eu descrevi desapareceu”, disse ele, como poderia dizer Mann sobre a cidade portuária de Lübeck no final do século XIX. O clima mágico que imprimia a sua produção, apontavam outros, estaria próximo do universo insólito do colombiano Gabriel García Márquez.

NOVELAS – Mahfouz era funcionário público aposentado e trabalhava diariamente no jornal Al Ahram, escrevendo editoriais e novelas em capítulos. último dos oito filhos de uma família de classe média, começou a publicar textos literários aos 19 anos e, após diplomar-se em Filosofia pela Universidade do Cairo, passou a estudar literatura ocidental, fundindo-a ao seu patrimônio cultural árabe-islâmico. Daí resultou uma literatura que se inscreve na tradição do romance realista.

No Brasil, a sua primeira obra traduzida foi o conto O Mundo da Criança, incluído na coletânea As Mais Belas Páginas da Literatura Árabe, lançada em 1967. Os livros de Mahfouz já foram traduzidos para o inglês, francês, alemão, o sueco entre outros.

(Fonte: Veja, 19 de outubro de 1988 – ANO 21 – N° 42 – Edição 1050 – NOBEL – Pág: 94/95)

 

 

 

 

 

Órfão do poder

Mahfouz: descrições telegráficas

(Fonte: Veja, 31 de maio de 1989 – ANO 22 – N° 21 – Edição 1081 – LIVROS – Pág: 155)

 

 

 

 

 

Magia árabe

Prosa milenar revivida por um escritor ambientado num país árabe indeterminado, “Noites das Mil e Uma Noites” do escritor egípcio Naguib, prêmio Nobel de Literatura em 1988, começa onde o clássico da literatura árabe termina. Mas, apesar de se apropriar de personagens como Scherazade, Sindbad e gênios saídos do nada ou de garrafas, o livro conta histórias atuais com roupagem antiga.

Lá aparecem tipos e problemas tão eternos quanto contemporâneos: poderosos corruptos, seitas fanáticas que preconizam a guerra santa como único meio alcançar a justiça e a verdade. Religião e política permeiam toda a obra de Naguib.

Ele acredita numa religião muçulmana a serviço da democracia, o que lhe valeu a perseguição dos fundamentalistas. Quase morreu num atentado em 1994, ao ser esfaqueado no pescoço quando saia de casa.

Homem de poucas viagens, os personagens e cenários de seus livros são o Cairo natal, Alexandria e sua gente: os pobres, a classe média baixa, os burocratas e intelectuais do funcionalismo público, como ele mesmo.

Desconhecido fora de seu país, depois de premiado a Europa se apressou em traduzir seus mais de quarenta livros, além de contos, peças e roteiros.

Quase cego devido à diabete, surdo e com os movimentos de um braço comprometidos desde o atentado de 1994, Mahfouz apenas ditava para um jornalista os artigos de sua coluna publicada no jornal egípcio Al Ahram.

(Fonte: Revista Veja, 19 de novembro de 1997 – ANO 30 – Nº 46 – Edição 1522 – Livros / Christina Mucci – “Noites das Mil e Uma Noites” – Pág: 145)

Powered by Rock Convert
Share.