MAIOR NEGÓCIO REALIZADO PELA AVIAÇÃO BRASILEIRA

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Gol compra Varig por US$ 320 milhões. Negócio foi feito a pedido do presidente Lula e as empresas manterão suas marcas separadas nos mercados doméstico e internacional.
A Gol anunciou ontem a compra do controle da Nova Varig (VRG Linhas Aéreas) por 320 milhões de dólares. Essa foi a fatia da empresa arrematada em leilão no ano passado e que ficou com as marcas Varig e Rio Sul. A Gol vai desembolsar 275 milhões de dólares com a entrega de 3% de suas ações e 10% de seu próprio caixa. O restante corresponde a uma obrigação de honrar emissões de debêntures feitas pela Nova Varig. É o maior negócio realizado até agora pela aviação civil brasileira.
A aquisição, oito meses depois de a companhia ter sido vendida em leilão judicial para o fundo Matlin Patterson, foi feita por meio de uma subsidiária da Gol, a GTI. Isso evita riscos de contaminação dos passivos bilionários da velha Varig, que herdou as dívidas estimadas em R$ 7,9 bilhões – cuja previsão de pagamento dos credores é de 20 anos –, e que ficou com a marca Nordeste.
A Gol manterá a marca Varig nos mercados doméstico e internacional. A Varig terá serviços diferenciados e o programa de milhagem Smiles. Mas, nos vôos internacionais, a primeira classe será suprimida. A Gol manterá seus vôos
para Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai apenas com classe
econômica. No mercado doméstico, ambas vão operar apenas com Boeings
737. Para retomar as linhas internacionais, a Varig ganhará 14 Boeings
767. Juntas, Gol e Varig terão 44,83% do mercado doméstico, 2,50 pontos
percentuais a menos que a TAM. Considerando os mercados doméstico e internacional, ambas transportaram 20 milhões de passageiros no ano passado,
ante 25 milhões da líder TAM. Com apenas seis anos de vida, a Gol registrou
no ano passado um faturamento de R$ 3,8 bilhões e lucro de R$ 684,5 milhões. A margem é superior à da TAM, que faturou R$ 7,7 bilhões e obteve um lucro de R$ 556 milhões em igual período.
O anúncio da compra foi feito ontem no Palácio do Planalto, em Brasília.
Ao lado do presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, estava o advogado
Roberto Teixeira. “Só cuidei da parte jurídica”, disse Teixeira ao ser
questionado sobre sua participação no negócio. Ele, que já foi advogado da
Transbrasil, não gosta de ser lembrado por ser padrinho de Luis Cláudio, filho
do presidente Lula. Foi Lula quem pediu à Gol para comprar a Nova
Varig, há seis meses, revelou o presidente do Conselho de Administração da
empresa compradora, Constantino Oliveira, pai de Constantino Júnior.
A Gol disputou a Varig com a LAN. A companhia chilena chegou a fazer
um empréstimo de 17,1 milhões de dólares para a Varig em janeiro, operação
passível de ser convertida em ações. Mas, se fosse a compradora, esbarraria
na limitação de 20% de participação de empresas estrangeiras em
companhias de aviação brasileiras. A TAM chegou a analisar uma eventual
aquisição, mas desistiu por temer a possibilidade de sucessão de dívidas da
Varig velha. A operação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac). Lula pediu rapidez na análise. “O presidente pediu que a Anac analisasse
o mais breve possível a negociação para podermos oficializar a transferência”,
disse o presidente da agência, Milton Zuanazzi.
(Fonte: Correio do Povo – Porto Alegre, quinta-feira, 29 de março 2007 – ESPORTE – ANO 112 – Nº 266 – Pág; 01)

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