Lúcio Costa, arquiteto e urbanista, pioneiro da arquitetura moderna do Brasil

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Conhecido internacionalmente como um dos mais importantes arquitetos e urbanistas do século XX

Lúcio Costa | (Foto: Paolo Gasparini/Arquitetura e Urbanismo para Todos)

Lúcio Costa | (Foto: Paolo Gasparini/Arquitetura e Urbanismo para Todos)

O CRIADOR DE BRASÍLIA

Urbanista planejou a capital com Oscar Niemeyer

O arquiteto Lucio Costa, um dos criadores de Brasília (Foto: Ivone Perez - 13.jul.95/Folha Imagem)

O arquiteto Lucio Costa, um dos criadores de Brasília (Foto: Ivone Perez – 13.jul.95/Folha Imagem)

Lúcio Costa (Toulon, França, 27 de fevereiro de 1902 -— Rio de Janeiro, 13 de junho de 1998), arquiteto e urbanista, pioneiro da arquitetura moderna do Brasil, teve importância fundamental para a renovação do pensamento arquitetônico no país.

Lúcio Costa nasceu em Toulon, na França, em 27 fevereiro de 1902, e registrado na Embaixada brasileira, chegou ao Rio de Janeiro recém-nascido e voltou com a família para Paris por mais seis anos. Depois estudou na Suíça e na Inglaterra e retornou ao Brasil para cursar belas-artes, conforme desejo de seu pai.

O arquiteto e urbanista Lúcio Costa, foi um dos pioneiros da arquitetura moderna no Brasil, ele foi responsável, entre outros projetos, pelo Plano Piloto de Brasília, em 1957. 

Sobre sua visão de mundo, a principal marca dessa formação foi uma radical independência. Ele nunca se preocupou em alinhar-se à esquerda ou à direita nem se furtou a tomar posições antipáticas à opinião pública. Em meados da década de 70, quando nove entre dez cariocas eram contra a demolição do Palácio Monroe, sede do senado até a inauguração de Brasília, Lúcio Costa, então membro do Conselho de Planejamento Urbano do Rio de Janeiro, deu um parecer contrário ao tombamento, argumentando que o prédio carecia de valor arquitetônico.

Em 1957, Lúcio Costa venceu o concurso para a escolha do projeto urbanístico de Brasília —nascido, conforme ele definia, “do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos se cruzando em ângulo reto, o próprio sinal-da-cruz”. Para a construção da nova capital, formou a lendária dupla com Oscar Niemeyer, cinco anos mais jovem e discípulo nos primeiros anos de carreira.

Homem de hábitos simples, tímido, Lúcio Costa assinou projetos de destaque internacional: no Rio de Janeiro, o prédio do Ministério da Educação (1943), o Parque Guinle (1948) e a ocupação da Barra da Tijuca (1969); e, nos Estados Unidos, o pavilhão brasileiro da Feira Mundial de Nova York (1939). De temperamento fechado, tornou-se ainda mais recluso depois de perder a mulher, Julieta, a grande paixão de sua vida, morta prematuramente num acidente de carro, em 1954.

Em 1974, em carta a Niemeyer, conhecido por sua militância comunista, manifestou uma posição que, principalmente naquela época, deixaria de cabelo em pé qualquer militante de esquerda. “As sociedades de livre empresa poderão talvez alcançar mais depressa o bem-estar social e a felicidade individual a que todos aspiramos, porque são mais dinâmicas do que as sociedades socialistas”, diz.

Também em relação à arquitetura, a independência foi sua marca. Detestava o termo “modernista”, embora tenha sido o grande formulador da arquitetura moderna no Brasil e influenciado toda uma geração de arquitetos que se formou sob o lema “Simplicidade, perfeita adaptação ao meio e à função e consequente beleza.”

Dono de um traço belíssimo, Lúcio Costa fazia registros minuciosos de fachadas, bairros e cidades quando viajava. Dificilmente existirá, em Portugal, melhor registro das fachadas de cidades como Porto, Lisboa ou Évora que os feitos por ele no início da década de 50.

Lúcio Costa fez o primeiro traço da nova capital, que começou a ser desenhada nos doze dias de viagem de navio, voltando de Nova York em 1956. Lúcio Costa inscreveu-se em segredo no concurso que escolheria o plano piloto da nova capital e trabalhou durante dois meses absolutamente sozinho, no escritório e em sua casa no Leblon.

Com efeito, anos depois da inauguração de Brasília, é difícil ter a dimensão do que foi a ousadia de Juscelino Kubitschek ao decidir transferir a capital para o meio do cerrado – em meados dos anos 50, para o meio do nada. E Lúcio Costa compreendeu como poucos o significado dessa decisão. “A cidade não será, no caso, uma decorrência do planejamento regional, mas a causa dele: sua fundação que dará ensejo ao ulterior desenvolvimento planejado da região. Trata-se de um ato deliberado de posse, de um gesto de sentido ainda desbravador, nos moldes da tradição colonial”, disse na Memória Descritiva do Plano Piloto de Brasília, em 1957.

Lúcio Costa em casa, ao lado da filha mais velha, Maria Elisa. Eram 9 horas da manhã do sábado dia 13 de junho de 1998. Tinha 96 anos.

(Fonte: Veja, 24 de junho de 1998 -– ANO 31 -– N° 25 – Edição 1552 -– DATAS – Pág; 38)

(Fonte: Veja, 18 de agosto de 2004 – ANO 37 – N° 33 – Edição 1867 – História/ Por Lucila Soares – Pág: 62/64/65)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs14069822 – MEMÓRIA/ da Sucursal do Rio – 14 de junho de 1998)

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