Héctor Babenco, cineasta argentino-brasileiro, fez sucessos como ‘O Beijo da Mulher-Aranha’, filme rendeu Oscar de melhor ator a William Hurt, e ‘Carandiru’

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Argentino radicado no Brasil fez sucessos como ‘O Beijo da Mulher-Aranha’, filme rendeu Oscar de melhor ator a William Hurt, e ‘Carandiru’

Héctor Babenco na pré-estreia do seu último filme, Meu amigo Hindu (Foto: Felipe Assunpcao/AgNews)

Héctor Babenco na pré-estreia do seu último filme, Meu amigo Hindu
(Foto: Felipe Assunpcao/AgNews)

 

Argentino radicado no Brasil era um dos grandes nomes do cinema nacional

Héctor Eduardo Babenco (Mar del Plata, na Argentina, 7 de fevereiro de 1946 – São Paulo, 13 de julho de 2016), cineasta argentino-brasileiro

Nascido em fevereiro de 1946 em Mar del Plata, na Argentina, filho de imigrantes russos e poloneses, Hector Babenco trabalhou como alfaiate antes de fugir da Argentina por não querer servir ao exército. Viajou pela Europa e fez de tudo um pouco, desde lavar pratos a fazer uma lendária participação como figurante nos filmes de Sergio Leone.

O primeiro longa-metragem do cineasta foi “O Rei da Noite” (1975). Estrelado por Paulo José e Marilia Pêra, o longa mostra a história de Tertuliano, narrada por ele mesmo, desde sua infância até a velhice.

Nascido em uma família paulistana tradicional, mas já arruinada, Tertuliano tem de conviver com a doença mental do pai, o ocaso familiar e uma série de casos amorosos.

Babenco vivia no Brasil desde o início da década de 1970, aos 19 anos de idade e, fixou residência e descobriu a paixão pelo cinema se naturalizou brasileiro em 1977. Foi casado com Xuxa Lopes, Raquel Arnaud e Bárbara Paz. Sua estreia no cinema foi em 1973, com o documentário O Fabuloso Fittipaldi. Quatro anos depois, lançaria seu primeiro sucesso de público: Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia , visto por 5,4 milhões de espectadores.

 

Na foto, o diretor Hector Babenco com a atriz americana Daryl Hannah durante a estréia de 'Carandiru' na abertura do Festival Internacional de Cinema de Anistia, em 12 de maio de 2004, na Directors Guild of America, em West Hollywood, Califórnia. (Foto: Frederick M. Brown / Getty Images)

Na foto, o diretor Hector Babenco com a atriz americana Daryl Hannah durante a estréia de ‘Carandiru’ na abertura do Festival Internacional de Cinema de Anistia, em 12 de maio de 2004, na Directors Guild of America, em West Hollywood, Califórnia.
(Foto: Frederick M. Brown / Getty Images)

 

Diretor aclamado

Um dos nomes mais importantes do cinema nacional, o diretor foi indicado ao Oscar de melhor diretor com “O Beijo da Mulher Aranha”, em 1986. O filme contrapunha as fantasias glamourosas de um homossexual (William Hurt, que também ganhou a Palma de Ouro) e seu engajado companheiro de cela (Raul Julia).

Em 1981, Babenco lançou Pixote – A Lei do Mais Fraco, filme indicado a Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, e em 1985 comandou O Beijo da Mulher-Aranha , coprodução entre Brasil e Estados Unidos que rendeu o Oscar de melhor ator a William Hurt e ainda recebeu outras três indicações, nas categorias de filme, direção e roteiro adaptado. Sônia Braga e Raul Julia (“Família Adams”) também estavam no elenco.

O sucesso de O Beijo da Mulher-Aranha levou Babenco a Hollywood, onde dirigiu Ironweed (com Jack Nicholson e Meryl Streep) e Brincando nos Campos do Senhor (com  John Lithgow e Daryl Hannah).

Apesar dos astros norte-americanos e de ser falado em inglês, o filme tinha equipe e elenco brasileiros. Isso não impediu que a produção faturasse US$ 17 milhões nos Estados Unidos.

 O longa “Pixote: A lei do mais fraco” (1981) caiu nas graças da imprensa mundial – é adorado por gente como o diretor Spike Lee e o cantor australiano Nick Cave –, conseguiu uma indicação ao Globo de Ouro e foi considerado o terceiro melhor filme estrangeiro da década pela Associação de Críticos dos Estados Unidos, perdendo apenas para Ran, de Akira Kurosawa, e Fanny e Alexander, de Ingmar Bergman. 

Retrato do ator Rodrigo Santoro, do médico Drauzio Varella e de Hector Babenco, produtor do filme "Carandiru", posam para foto no Sundance Film Festival 2004, em Utah (Estados Unidos). (Foto: Carlo Allegri / Getty Images)

Retrato do ator Rodrigo Santoro, do médico Drauzio Varella e de Hector Babenco, produtor do filme “Carandiru”, posam para foto no Sundance Film Festival 2004, em Utah (Estados Unidos).
(Foto: Carlo Allegri / Getty Images)

 

Coração Iluminado, seu filme seguinte, marcou o reencontro com a Argentina, antes de um novo sucesso de público no cinema brasileiro: Carandiru, de 2003, que é baseado no livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella, que aborda o cotidiano na extinta Casa de Detenção de São Paulo antes e durante o massacre de 1992. O filme chegou ao disputado Festival de Cannes.

Já “Carandiru” (2003) reuniu um elenco estrelado – inclusive Rodrigo Santoro, no papel de um travesti. O público correu às salas para assistir: 4,6 milhões de espectadores. Tamanho sucesso rendeu até uma série para a televisão.

 

Drauzio Varella, Hector Babenco e Rodrigo Santoro em ensaio fotográfico do filme "Carandiru" no Sundance Film Festival 2004, em Utah (Estados Unidos). (Foto: Getty Images)

Drauzio Varella, Hector Babenco e Rodrigo Santoro em ensaio fotográfico do filme “Carandiru” no Sundance Film Festival 2004, em Utah (Estados Unidos).
(Foto: Getty Images)

 

O último longa do cineasta, Meu Amigo Hindu , foi lançado em março deste ano. Nele, Babenco recria a própria luta contra um câncer no sistema linfático, que durou oito anos. “Meu Amigo Hindu”, seu último trabalho, foi lançado em 2016 e conta com William Dafoe como protagonista. O filme sobre um diretor chamado Diego, que descobre um câncer em estado terminal. Quando confrontado pela Morte (Selton Mello), ele expressa só um desejo: realizar mais um filme, é inspirado na experiência do próprio Babenco, que lutou contra um câncer no sistema linfático nos anos 1990. 

 

Hector Babenco durante o 71º Festival de Veneza em 30 de agosto de 2014. (Foto: Pascal Le Segretain / Getty Images)

Hector Babenco durante o 71º Festival de Veneza em 30 de agosto de 2014.
(Foto: Pascal Le Segretain / Getty Images)

 

Héctor Babenco morreu em 13 de julho de 2016, aos 70 anos de idade, ele sofreu uma parada cardíaca em casa e foi levado ao Hospitral Sírio Libanês, em São Paulo.

(Fonte: https://cinema.terra.com.br – ENTRETENIMENTO – CINEMA – 14 JULHO 2016)

(Fonte: http://gente.ig.com.br/2016-07-14 – GENTE – Por iG Gente – 14/07/2016)

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