Grant Hart, baterista, cantor e compositor da influente banda norte-americana de folk Hüsker Dü

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Cofundador da banda americana trouxe melodias bem desenvolvidas e enredos ambiciosos para um gênero mais conhecido pela abrasividade

GRANT HART, DA BANDA HÜSKER DÜ (Foto: Reprodução)

 

Grant Vernon Hart (South St. Paul, Minnesota, 18 de março de 1961 – Minnesota, 13 de setembro de 2017), baterista, cantor e compositor da influente banda norte-americana de folk Hüsker Dü

Nascido Grantzberg Vernon Hart em março de 1961 e criado em South St. Paul – onde ele morou até que um incêndio devastou a casa de seus pais em 2011 – Hart era um funcionário de uma loja de discos na cidade quando em 1979 conheceu Mold e Greg Norton para formar o Hüsker Dü. O trio começou a tocar punk rápido e furioso, mas evoluiu para um som mais complexo e canalizado quando assinou com o importante rótulo SST, em 1982.

A SST lançaria o álbum duplo “Zen Arcade” do grupo, um ano depois, com músicas sobre alienação e angústia jovem, já que Hart e Mold lidariam com a homossexualidade e a política em torno dela durante a administração Reagan. Hüsker Dü tornou-se uma das primeiras bandas do underground subterrâneo dos anos 80 a assinar com uma grande gravadora, a Warner Bros. Records, mas depois de apenas dois álbuns a banda terminou devido a tensões entre Hart e Mold.

Ele fundou o Hüsker Dü nos anos 1980 ao lado de Bob Mould e Greg Norton. Juntos, eles lançaram álbuns considerados essenciais na histórico do punk rock e do rock alternativo, como “Zen arcade” (1984), “Candy apple grey” (1986) e “Warehouse: Songs and stories” (1987).

 

 

Grant Hart

Grant Hart, baterista da cultuada banda Husker Du (Imagem: Divulgação)

 

 

CARREIRA

 

Em 1978, Grant Hart e Bob Mould se tornaram amigos e, um ano depois, formaram o Hüsker Dü. Depois de nove anos de carreira, a banda anunciou seu fim, tumultuado pelos desentendimentos entre Hart e Mould, e pelos problemas do baterista com heroína. Depois, o músico seguiu em carreira solo e lançou o disco “Intolerance”, de 1989. Na mesma época, ele fundou um novo grupo, chamado Nova Mob. Este, no entanto, durou apenas cinco anos, mas lançou dois álbuns, um EP e três singles.

Grant Hart se orgulhava de seguir uma carreira totalmente independente. Para além da música, ele também trabalhava como artista plático.

Em 2013, ele fez sua última apresentação no Brasil, onde tocou no Rio e em São Paulo seu disco solo “The argument”, inspirada no livro “Paraíso perdido”, que o poeta inglês John Milton publicou em 1667.

 

Heróis do underground

Cultuada no rock alternativo, o Husker Du é considerado pioneiro no movimento de artistas independentes dos Estados Unidos na década de 1980. Formada pelo guitarrista Bob Mould e o baixista Greg Norton em 1979, a banda foi fortemente influenciada pelo movimento punk e hard core da Costa Oeste, mas as composições e as linhas melódicas das canções logo fizeram a banda se destacar no cenário.

Foi justamente ao assinar com uma grande gravadora, em 1987, no auge da popularidade, que o Husker Du anunciou seu fim.

Com o grupo dissolvido, Bob Mould participou da banda Sugar e empreendeu carreira solo, enquanto Hart cuidou de outros projetos musicais e se tratou contra o vício de drogas. No início de 2017, o músico chegou a excursionar com a banda Meat Puppets. Seu último disco solo, “The Argument”, foi lançado em 2013.

Grant Hart morreu em sua Minnesota natal, em 13 de setembro de 2017, aos 56 anos, por conta de um câncer.

O selo americano Numero Group lançou, em 11 de outubro, um box especial com materiais do Hüsker Dü, como LPs, CDs, livros, fotografias nunca publicadas da banda e faixas remasterizadas das demos originais.

 

HOMENAGEM

Em seu Facebook, o vocalista e guitarrista do Hüsker Dü, Bob Mould, publicou um texto em que contava como ele e Hart se conheceram e sobre como a relação dos dois sobreviveu durante os anos.

“Era outono de 1978. Estudava na universidade de Macalester, na cidade de Saint Paul, em Minnesota. Próximo ao meu dormitório, ficava uma pequena loja chamada Cheapo Records. Havia um sistema de som perto da porta de entrada tocando punk rock. Entrei na loja e acabei saindo com a única pessoa que estava lá. O nome dele era Grant Hart.

Depois disso, passei nove anos da minha vida ao lado dele. Nós fizemos músicas incríveis juntos. Nós quase sempre concordávamos sobre como mostrar nossa música ao mundo. Quando brigávamos por causa dos detalhes, era porque nós dois nos importávamos. A banda era nossa vida. Foi uma década incrivel.

Nós paramos de trabalhar juntos em janeiro de 1988. Seguimos nossas carreiras solo, tocando nossas próprias bandas, encontrando formas diferentes de contar nossas histórias individuais. Nós mantivemos contato nos últimos 29 anos — nem sempre foi fácil. De qualquer forma, a história quis dessa forma, e ocasionalmente é isso que acontece quando duas pessoas se importam uma com a outra.

A notícia trágica sobre a morte de Grant não me surpreendeu. Minha profunda condolência aos familiares dele e aos fãs ao redor do mundo.

Grant Hart foi um ótimo artista visual, um incrível contador de histórias e um talentoso músico. Quem tocou em seu espírito, sempre lembrará disso.

Adeus, Grant. Sentirei sua falta. Fique com os anjos”, escreveu Bob.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA/ POR O GLOBO – 14/09/2017)

(Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/ArteAgenda/Variedades/Gente/2017/9 – Arte & Agenda – Variedades – Gente – 14/09/2017)

(Fonte: https://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2017/09/14 – ENTRETENIMENTO – MÚSICA/ Do UOL, em São Paulo – 14/09/2017)

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