Georges Simenon, foi um dos mais destacados e produtivo escritores da literatura policial

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O PAI DO MISTÉRIO

Simenon: mais de 400 livros escritos em sessenta anos de carreira

 

Georges Simenon, foi um dos mais destacados e produtivo escritores da literatura policial (Foto: Culturebox/ Divulgação)

 

Georges Simenon (Liège, (Bélgica), 12 de fevereiro 1903 – Lausanne (Suíça), 4 setembro 1989), um dos mais destacados e produtivo escritores da literatura policial. Dono de uma descomunal habilidade com a imaginação, o belga Georges Simenon – criador do inspetor Maigret – era capaz de escrever 54 páginas por dia e de terminar um copião de romance em apenas três. Essa rapidez fez com que Simenon, em mais de sessenta anos de carreira, escrevesse cerca de quatro centenas de romances, em sua maioria policiais, gênero no qual ele passou a ser tão idolatrado quanto outros mestres, como Agatha Christie e Conan Doyle. Mais de 500 milhões de exemplares de seus livros foram vendidos em todo o mundo e traduzidos para 55 idiomas. No Brasil, foram traduzidos 48 de seus livros.

Foi em vida que Georges Simenon construiu seus mais bem arquitetados mistérios policiais, tendo como pedra de toque o personagem do inspetor francês Maigret. Simenon tinha então 26 anos e o inspetor nasceu com 45. “Era como se ele fosse meu pai”, contou certa vez o escritor.

Maigret faz parte de 89 livros de Simenon e conseguiu imprimir personalidade própria às suas ações. Diferente do Sherlock Holmes, de Conan Doyle, ou do inspetor belga Hercule Poirot, de Agatha Christie – ambos famosos por sua linha de investigação puramente cerebral e asséptica, como lobos solitários -, Maigret era mais “humano” do que seus colegas de investigação. Maigret era casado e tinha um ar bonachão, sempre com o cachimbo pendurado num canto da boca. Para ele, mais importante do que prender um criminoso era descobrir o que o levava a cometer o crime.

A fama de Maigret e Simenon se confundiu e acabou unindo os dois definitivamente. Mas o grande mérito de Georges Simenon foi o de popularizar o romance policial sem, contudo, abrir mão de criar boa literatura. “Ele é um dos gênios do nosso tempo”, afirmou certa vez o escritor e pensador francês André Gide. Esse gênio, que acumulou fortunas com seus livros, amava cachimbos, carros esportes e a vida no campo, não existe mais.

Certa vez, o mestre dos filmes de suspense Alfred Hitchcock telefonou ao seu amigo e escritor Georges Simenon. Ao atendê-lo, a secretária de Simenon polidamente informou a Hitchcock que o escritor não podia falar naquela hora, pois estava começando um novo romance. Sem titubear, o diretor inglês respondeu: “Não há problema. Eu espero na linha”. A atitude de Hitchcock tinha razão de ser. Dono de uma descomunal habilidade com a imaginação, o belga Georges Simenon escreveu mais de 400 livros em sessenta anos de carreira, numa rapidez inigualável. No entanto, essa usina de boa literatura parou de produzir. Aos 86 anos, vítima de uma doença não revelada, mas que consumia há anos, Georges Simenon morreu em sua casa em Lausanne, na Suíça.

Até a morte do escritor teve pitadas de mistério. Ocorrida na segunda-feira, dia 4 de setembro de 1989, apenas dois dias depois a morte de Simenon foi noticiada por sua família, quando as cinzas do escritor – que foi cremado – já repousavam no alto da torre de sua casa suíça, ao lado das de sua filha Marie-Jo, que se suicidou aos 25 anos, em 1978. O inspetor Maigret e milhões de leitores em todo o mundo ficaram órfãos de sua arte.

(Fonte: Veja, 13 de setembro de 1989 – ANO 22 – Nº 36 – Edição 1096 – DATAS – Pág; 99)

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