Wu Guanzhong, importante pintor chinês cuja fusão do modernismo ocidental e da pintura tradicional chinesa fez dele um dos artistas mais progressistas e admirados da China, foi o primeiro artista chinês a expor em vida no British Museum

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China: Wu Guanzhong, “o pai da arte moderna chinesa”, importante pintor chinês

Wu Guanzhong (Crédito da fotografia: Galeria Yan/ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS)

Rolo, montado e emoldurado, tinta e papel colorido. (Crédito da fotografia: Christie's/ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS)

(Crédito da fotografia: Christie’s/ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS)

 

Wu Guanzhong (nasceu em Wu Guanzhong, em 29 de agosto de 1919 – faleceu em Pequim, 25 de junho de 2010), pintor considerado o pai da arte moderna na China, cuja fusão do modernismo ocidental e da pintura tradicional chinesa fez dele um dos artistas mais progressistas e admirados da China.

Sua obra, que mistura técnicas ocidentais e orientais, tem se valorizado nos últimos anos. Em junho de 2010, uma de suas pinturas, uma paisagem, foi arrematada por US$ 8,4 milhões num leilão em Pequim. 

Artista chinês Wu Guanzhong, nascido em 1919, é considerado um dos pais da arte moderna chinesa, pintor que ofereceu grande parte da sua obra a museus públicos.

Wu estudou na Escola Superior de Belas Artes de Paris e regressou a Pequim em 1950 para trabalhar como professor em várias unidades de ensino. A integração e junção de várias técnicas – tradicionais chinesas, ocidentais – e temáticas – paisagem, arquitetura, animais e pessoas – tornaram-se o seu traço distintivo e começou a ver o seu trabalho valorizar-se e a vender bem em leilões.

Em 1950, Wu regressou à China depois de três anos de estudos em Paris, onde ficou sob o feitiço de Van Gogh, Utrillo e Modigliani e abraçou com entusiasmo a licença do modernismo para experimentar. Com formação em pintura tradicional chinesa com tinta e pincel, bem como pintura a óleo de estilo ocidental, ele desenvolveu um estilo artístico híbrido expresso em paisagens capturadas em viagens de pintura por toda a China e além.

“Senti que estava a perseguir alguma coisa: os sentimentos das pessoas, os ritmos da terra, um estilo tradicional e os princípios formais da arte ocidental moderna”, escreveu ele num ensaio de 1982.

A educação e a carreira do Sr. Wu foram constantemente perturbadas pela guerra e pela turbulência política. No início da década de 1950, suas pinturas de figuras, algumas delas nuas, foram atacadas quando o Realismo Socialista se tornou o estilo oficial do governo comunista. Ele se voltou para a paisagem, um tema mais seguro.

Durante a Revolução Cultural, o Sr. Wu, juntamente com seus colegas e estudantes do Instituto Central de Artes e Ofícios de Pequim, foi enviado para realizar trabalhos forçados em uma aldeia remota na província de Hebei, no nordeste. Ele foi proibido de pintar por três anos.

Em 1972, juntamente com outros artistas notáveis, foi convocado de volta do exílio interno pelo primeiro-ministro Zhou Enlai e contratado para pintar um grande mural no Hotel Pequim.

Ele voltou à pintura a tinta e pincel, que havia estudado com Pan Tianshou (1897-1971), em parte por causa das restrições de espaço de seu apartamento em Pequim. Em 1978 fez seu primeiro show solo, que viajou por toda a China. Em 1992, o Museu Britânico organizou uma exposição de sua obra, “Wu Guanzhong: A 20th-Century Chinese Painter”.

Wu ganhou reconhecimento como um dos artistas mais originais da China e tornou-se um queridinho dos colecionadores asiáticos e ocidentais. Em 2009, suas obras foram vendidas em leilão por quase US$ 40 milhões. Este mês, sua pintura a óleo “Vista Panorâmica do Rio Yangtze”, de 1974, foi vendida por US$ 8,4 milhões em um leilão em Pequim.

“Ele foi uma inspiração para muitos artistas chineses até hoje e uma das forças mais importantes da arte moderna chinesa”, disse Tan Ping, vice-presidente da Academia Central de Belas Artes de Pequim, à Associated Press.

Wu Guanzhong (pronuncia-se gwan-ZHUNG) nasceu em 29 de agosto de 1919, em Yixing, na província de Jiangsu. Seu pai era professor de uma aldeia. Enquanto estudava engenharia elétrica na Universidade de Zhejiang, participou de uma exposição de arte na Academia de Hangzhou e, contra a vontade de sua família, decidiu se tornar um artista.

Em 1942 formou-se na Academia de Hangzhou, onde o pintor Lin Fengmian (1900 – 1991) reuniu um corpo docente receptivo ao modernismo ocidental. Depois de lecionar arte no departamento de arquitetura da Universidade Nacional de Chongqing, ganhou uma bolsa para estudar na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts em Paris, mas retornou à China por motivos patrióticos em 1950. Lecionou em diversas universidades e escolas de arte, antes e após a Revolução Cultural, mais recentemente a Universidade Tsinghua em Pequim.

Os trabalhos com tinta e pincel do Sr. Wu, de estilo bastante variado, evoluíram ao longo de sua vida. O naturalismo das primeiras paisagens deu lugar, na década de 1980, a obras gráficas, quase abstratas, cujas linhas rodopiantes e sinais de pontuação de cores vivas sugeriam ocasionalmente Pollock ou Miró.

“Ele tinha um senso caligráfico fantástico, com linhas ousadas e um uso de cores maravilhoso e vivo”, disse Anne Farrer, diretora do programa de mestrado em arte do Leste Asiático no Sotheby’s Institute of Art, em Londres.

No início da década de 1990, ele entrou no período negro, produzindo trabalhos cujos títulos – “Day Dreaming”, “Profundity”, “Illusions” – refletiam uma virada mais sombria.

“Estou a ficar mais sério porque compreendo melhor a vida agora”, disse ele ao The Straits Times, um jornal de Singapura, em 1994. “Essa é talvez uma resposta instintiva à minha compreensão da vida agora, que é mais plena, mais pesada e também mais sombria.”

Mais tarde, voltou-se para a arte chinesa antiga, em busca das sementes da abstração e da inspiração para uma nova série de obras que chamou de “melodia antiga com uma nova voz”.

Em 1992, foi o primeiro artista chinês a expor em vida no British Museum. Mas o seu desejo de partilhar publicamente o seu trabalho levou-o a doar centenas de pinturas.

Um dos pais do modernismo chinês, um dos responsáveis por combinar os elementos ocidentais e tradicionais chineses, uma inspiração para os artistas chineses, um reconhecido doador da sua arte aos museus chineses. 

Wu Guanzhong, cujos quadros procuravam integrar as técnicas tradicionais com a pintura ocidental, estudou em França na década de 1940 e mais tarde ensinou na Escola de Belas Artes da Universidade Qinghua, em Pequim.

Em 2008, Yu doou 113 de suas obras para a nova Galeria Nacional de Arte de Cingapura, que foi inaugurada em 2013. Pouco antes de sua morte, ele doou cinco pinturas ao Museu de Arte de Hong Kong, quatro delas concluídas em 2010.

Em 2009, quadros de Wu Guanzhong foram leiloados por 31,7 milhões de dólares, referiu a agência noticiosa oficial chinesa.

Wu faleceu num hospital de Pequim, em 25 de junho de 2010, com 91 anos.

(Fonte: http://www.maisfutebol.iol.pt/internacional/pintura/china- INTERNACIONAL/ Por Redação Lux – 27 de Junho de 2010)

(Fonte: http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia – PÚBLICO e AGÊNCIAS/ CULTURA ÍPSILON/ NOTÍCIA – 28/06/2010)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO/ ILUSTRADA/ ARTES PLÁSTICAS 3 – 29 de junho de 2010)

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(Créditos autorais: https://www.nytimes.com/2010/06/30/arts/design – New York Times/ ART & DESIGN/ ARTES & DESIGNER/ Por William Grimes – 29 de junho de 2010)

Uma versão deste artigo aparece impressa na 1º de julho de 2010 Seção A, página 22 da edição de Nova York com a manchete: Wu Guanzhong, importante pintor chinês.
© 2010 The New York Times Company
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