ÚNICO CICLISTA A GANHAR O PRÊMIO VOLTA DA FRANÇA

0
Powered by Rock Convert

Miguel Indurain (1964- ). Um dos passatempos prediletos deste espanhol é, sem dúvida, o ciclismo. De diversão, Indurain encarou o esporte profissionalmente e é, hoje, o único ciclista a ganhar o prêmio Volta da França e consagrar-se pentacampeão.
A postura elegante e a força ao pedalar, tornaram-se sua marca registrada, rendendo-lhe o respeito dos adversários e a admiração do público.
Na década de 90, participou de corridas em todo o mundo vencendo praticamente todas as competições graças à sua invejável condição atlética, transformando-se, sem dúvida, em um ícone do século 20.
Nascido em 16/07/1964, Idurain começou a praticar esportes ainda criança, entrando para o ciclismo em 1976, no clube de Villava, cidade onde deu continuidade aos estudos.
Contrariado com a mudança, o garoto canalizou sua energia para o ciclismo. Antes, porém, praticou esqui, lançamento de dardos e disco, salto em distância e salto com vara.
Ganhou sua primeira bicicleta aos nove anos com os irmãos Prudencio, Isabel e Maria. Aos 12 anos, num povoado vizinho de Elizondo, ganhou sua primeira corrida, a segunda que participava, e, como prêmio, recebeu pão com refresco.
Mas o reconhecimento profissional aconteceu em 1983, quando venceu os campeonatos de Navarra, na Espanha.
“Nunca pensei que ia me dedicar ao ciclismo profissional. Quando cheguei a Aficionados, comecei a me perguntar se iria ou não ganhar a vida sob uma bicicleta”, comentou o atleta durante uma entrevista.
Profissionais – Em 1985, foi contratado pelo Reynolds, o que significou um salto em sua carreira. A prova de fogo foi a Tour de França. Nas duas primeiras disputas, 1985 e 1986, abandonou a prova. Ficou em 97º lugar no ano seguinte, 47º em 88, 17º em 89 e décimo em 90, anos de fiel escolta de Pedro Delgado.
Os cinco anos seguintes foram definitivos para projetarem o atleta entre um dos mais consagrados na categoria, junto a Jacques Anquetil, Eddy Merckx e Bernard Hinault, todos campeões internacionais. Na década de 1990, recebeu patrocínio da Banesto, o que lhe estrutura para disputar provas que renderam-lhe prestígio.
O Extraterrestre – O italiano Claudio Chiappucci, contemporâneo de Indurain, costumava chamá-lo de “O Extraterrestre” e Gianni Bugno, da mesma geração, chamava-o de “A Moto”, o “Miguelão”. A resposta era sempre a mesma: “não sou nenhum extraterrestre, ainda que às vezes esteja na lua”. Alguns rivais, como o mesmo Chiappucci, Franco Chioccioli e Marco Giovanetti, chegaram a reconhecer que, em mais de uma ocasião, o atleta cedeu o pódio elegantemente. Essa mesma elegância o permitiu não perder seu semblante, mesmo nas subidas mais íngremes e nas exigências contra o relógio durante uma competição. “Vem aí atacando, com o sorriso nos lábios e não se sabe se está esgotado, se está dissimulando ou rindo de você”, comentava Chiappucci.
Retirada – Muito antes de ganhar seu quinto Tour consecutivo, Indurain já estava se preparando para deixar as pistas.
“Cheguei ao máximo. O bonito do esporte é lutar pela vitória. Se outro atleta é melhor que você, não se pode fazer nada. Sempre aceitei as derrotas. Levar a glória muito a sério, faz com que a derrota seja muito forte”, costumava dizer nos dias de vitória.
(Fonte: Juan Ramón Piña / Reforma – versão Patrícia Fook)

Powered by Rock Convert
Share.