Toninho Mendes, editor de quadrinhos, criador da revista ‘Chiclete com Banana’

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Um dos maiores nomes dos quadrinhos nacionais, mesmo que ficasse longe dos holofotes

Toninho Mendes  (Foto: IVSON MIRANDA / Estadão)

Toninho Mendes
(Foto: IVSON MIRANDA / Estadão)

 

Com a editora Circo Editorial, Toninho Mendes ajudou a impulsionar a carreira de nomes dos quadrinhos como Glauco, Angeli e Laerte

Toninho Mendes colocou São Paulo no mapa da cultura pop brasileira da segunda metade do século 20 -  (Foto: Divulgação)

Toninho Mendes colocou São Paulo no mapa da cultura pop brasileira da segunda metade do século 20 – (Foto: Divulgação)

 

Toninho Mendes (Itapeva, em São Paulo, 1954 –  São Paulo, 18 de janeiro de 2016), editor de quadrinhos, criador da revista ‘Chiclete com Banana’ e da Circo Editorial, casa de uma geração de quadrinistas dos anos 1980

Foi ele quem colocou São Paulo no mapa da cultura pop brasileira da segunda metade do século 20, uma era dominada pelo Rio de Janeiro cenográfico da Rede Globo, e, principalmente, nos ensinou que era possível gostar de quadrinhos feitos no Brasil. Antes dele, o quadrinho brasileiro era basicamente Maurício de Sousa a a geração que cresceu no Pasquim, cujo humor visual estava mais próximo do cartum do que das HQs (mesmo com as histórias de Ziraldo, os personagens de Henfil e as tiras do Veríssimo). Com a Circo Editorial, ele não só tirou o atraso do Brasil em relação ao mercado internacional como mostrou que era possível ser quadrinista também. Do mesmo jeito que a Circo despertou centenas de milhares de novos fãs do formato, também pariu milhares de novos autores.

Entre os principais títulos da editora, fundada em 1984, está a “Chiclete com Banana”, cujo carro chefe eram os personagens de Angeli.

Primeiro foi a revista Chiclete com Banana, que nos apresentou a figuras como Bob Cuspe, Rê Bordosa, Meiaoito, Walter Ego, Bibelô, Mara Tara, Skrotinhos e personagens que pareciam ter saído de alguma versão brasileira dos Warriors, os Selvagens da Noite, o futuro apocalíptico de Fuga de Nova York acontecendo no Brasil, em plena São Paulo. 

Toninho foi importantíssimo para ajudar a criar a base de sustentação necessária para o surgimento de uma geração de quadrinistas como Glauco, Angeli e Laerte.

Nascido em Itapeva, em São Paulo, Toninho marcou os quadrinhos nacionais quando fundou a Circo Editorial, com a qual lançou a revista Chiclete com Banana, criação dele e do quadrinista Angeli. Com ela, nomes como o próprio Angeli, Glauco e Laerte, começaram a conquistar espaço na cultura popular brasileira. 

Nos anos 1970, Toninho estava entre os fundadores das revistas “Movimento”, publicação alternativa de esquerda que debatia o cenário cultural e combatia a ditadura, e “Versus”, outro título alternativo dedicado a reportagens de fôlego, em parceria com o jornalista Marcos Faerman.

Outras publicações da lavra de Toninho fariam sucesso semelhante e marcariam uma era: “Geraldão”, com os personagens de Glauco, e “Niquel Náusea”, com os bichos de Fernando Gonsales. Com Luiz Gê, editou a revista “Circo”, espaço fértil para experimentações e novos autores.

Um dos seus últimos trabalhos foi a edição de “Modelo Vivo” (Boitempo), com desenhos da Laerte.

Toninho Mendes morreu em São Paulo, em 18 de janeiro de 2016, aos 62 anos, em razão de um acidente doméstico resultante de um mal súbito.

Em seu Facebook, Laerte lamentou a morte do amigo. “Soube agora da morte do Toninho Mendes, amigo, editor e herói do quadrinho brasileiro.”

O editor Rogério de Campos, da Veneta, disse que estava conversando com Toninho para fazer alguns projetos. E lamentou o desaparecimento do amigo:

— Estou muito triste. Ele era uma presença muito constante nos quadrinhos, sempre com uma visão libertária. Em um meio conservador como esse não era pouco — disse Campos.

O cineasta Angelo Defanti, que produziu e dirigiu o documentário “HQ – Edição especial”, também lamentou a morte do editor: “Sem ele, o quadrinho brasileiro seria bem menor: nada de Chiclete com Banana, nada de Piratas do Tietê, nada de Circo. Um sujeito intenso que se entregava inteiro, fosse numa editora, fosse numa simples conversa”.

“Foi uma época muito divertida e pra mim ficou, acima de tudo, a lembrança dessa figura tão doce e amável, de uma humanidade gigantesca”, escreveu o quadrinista Caco Galhardo.

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura – LITERATURA – O Estado de S.Paulo – 18 Janeiro 2017)

(Fonte: http://trabalhosujo.com.br – JORNALISMO ARTE/ POR ALEXANDRE MATIAS – 18/01/2017)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/livros  – CULTURA – LIVROS/ POR O GLOBO – 18/01/2017)

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