A pílula fez mais pelas mulheres e pelo direito ao prazer que todos os movimentos sociais
“Todo mundo sabe o que a pílula é. Um objeto pequeno – mas que pode ter um efeito mais devastador em nossa sociedade que a bomba atômica.”
Pearl S. Buck (1892-1973), escritora americana, foi ganhadora do Prêmio Pulitzer de Ficção de 1932, foi laureada com o prêmio Nobel de Literatura de 1938, foi proferida em 1968, no auge da contracultura e das liberdades sexuais. Correspondeu a uma profecia. Anos depois do início da comercialização da primeira pílula – a Enovid, aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos em 11 de maio de 1960-, milhares de mulheres fazem uso dela em todo o mundo.
Outras invenções da medicina – o raio X, os antibióticos e a penicilina – atingiram um número muito maior de pessoas e são possivelmente mais vitais. Mas, me termos de repercussão cultural, de costumes, a pílula é imbatível – é ela quem determina, a rigor, as mudanças.
“Ao separar o coito da concepção, a pílula deflagrou um dos mais monumentais movimentos dos tempos recentes, o gradual divórcio entre sexo e reprodução.” Carl Djerassi (1923-2015), químico austríaco radicado nos Estados Unidos, um dos responsáveis pela primeira síntese de um contraceptivo oral, em 1951, gênese da grande descoberta.
(Fonte: Veja, junho de 2010 – ANO 43 – Edição 2166 – Sexo e saúde / ESPECIAL MULHER / Por DÉBORA RUBIN – Pág: 54/55)