A referência a Veblen tornou-se obrigatória sempre que se fala nos hábitos dos ricaços
Veblen: analista da ostentação
Thorstein Veblen (Cato, Wisconsin, 30 de julho de 1857 – Menlo Park, Califórnia, 3 de agosto de 1929), economista-sociólogo norte-americano. Descendente de noruegueses que só aprendeu inglês na escola e falava com sotaque, Veblen mostrava pouco apreço pelos alunos e perdeu posições em universidades importantes por causa de seus escandalosos casos extraconjugais.
Em seu primeiro livro, A Teoria da Classe Ociosa, de 1899, o economista americano cunhou a expressão “consumo conspícuo” para definir o pendor exibicionista tão comum aos milionários.
“Por ser o consumo de bens de maior excelência prova de riqueza, ele se torna honorífico”, dizia Veblen.
As festanças promovidas pelos ricos são um bom exemplo: sua função primordial é demonstrar que o anfitrião pode desperdiçar recursos.
O objetivo não é reunir os amigos, mas impressionar os rivais. A Teoria da Classe Ociosa está mais para um ensaio etnográfico sobre a riqueza do que para uma obra de análise econômica.
As tendências teóricas heterodoxas de Veblen, somadas a seus modos excêntricos, dificultaram a carreira acadêmica do autor.
Veblen passou os últimos três anos de vida recluso em um chalé nas montanhas da Califórnia.
(Fonte: Veja, 27 de fevereiro, 2008 Ano 41 N° 8 Edição 2049 LIVROS/ Por Jerônimo Teixeira Pág: 114/125)