Sune Bergstrom, dividiu o prêmio com Bengt Samuelsson e o britânico John Robert Vane

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Prêmio Nobel de Medicina de 1982

 

 

Sune Karl Bergstrom (Estocolmo, 10 de janeiro de 1916 – Estocolmo, 15 de agosto de 2004), bioquímico e médico sueco, premiado com Nobel de Medicina em 1982, especialista em estudos sobre a próstata e suas substâncias e funções, um dos Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina (1982).

 

 

Estudou medicina e química no Instituto Karolinska da capital, D. Med. Sci. em Bioquímica (1944) e M. D. no mesmo ano, antes de tornar-se professor no Institute (1958-1981).

 

 

Além do Instituto Karolinska de Estocolmo, o cientista sueco foi Research Fellowship na London University, London (1938), Research Fellowship na Columbia University, New York (1940-1941), passou pelo Squibb Institute for Medical Research, New Brunswick, N.J. (1941-1942) e Research Fellowship na Universidade de Basiléia, na Suíça (1946-1947).

 

 

Foi Professor de química fisiológica na Universidade de Lund, em Lund (1947-1958) e regressou (1958) ao Instituto Karolinska como professor de química, passando depois a dirigir a Faculdade de Medicina. Foi Deão da Faculdade Médica (1963-1966) do Karolinska Institutet, em Estocolmo e também reitor deste instituto sueco (1969-1977). Fez também parte da Comissão Nobel (1975-1987) e foi responsável pela pesquisa médica na Organização Mundial de Saúde, a OMS (1977-1982).

 

 

Ele dividiu o prêmio com o também sueco Bengt Samuelsson e o britânico John Robert Vane (1927-2004) pelo estudo das prostaglandinas, hormônios que influenciam diversas funções biológicas. O trabalho permitiu que as prostaglandinas fossem sintetizadas e usadas, por exemplo, para estimular contrações do útero durante o parto.

Sune Karl Bergstrom morreu em 15 de agosto de 2004, aos 88 anos na Suécia. 

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia – FOLHA DE S.PAULO – CIÊNCIA – MEMÓRIA – 18 de agosto de 2004)

(Fonte: http://www.nobel-prize.org)

 

 

 

 

 

 

 

 

O Prêmio Nobel de Medicina sai para três cientistas, para um hormônio que provoca a dor e para a aspirina, que a alivia

Em outubro de 1982, a Real Academia da Suécia outorgou e concedeu a láurea, o Prêmio Nobel de Medicina de 1982 a três cientistas – o inglês John Robert Vane, e os suecos Sune Karl Bergstrom e Bengt Ingemar Samuelson – por pesquisas no campo de hormônios que produzem a dor e das drogas que a aliviam. E a droga estudada por um deles, Vane, do Royal College, de Londres, é justamente a aspirina. Foi também a exibição dos grandes avanços conseguidos pela medicina na luta contra a dor, e sobretudo da importância do conhecimento dos hormônios para que se façam novos progressos nesse campo.

 

MISTÉRIOS DESVENDADOS – Em comum, os três cientistas fizeram pesquisas na área das prostaglandinas, hormônios presentes em todas as células do corpo e envolvidos em processos tão diversos como uma inflamação, um enfarte, um câncer, uma gestação e até uma simples dor de cabeça. Sob o nome de prostaglandina, existem dezenas de hormônios, cada qual com funções diferentes e ainda pouco conhecidas.

 

O interesse da medicina sobre as prostaglandinas é antigo. Em 1930, o médico-ginecologista austríaco-americano, Raphael Kurzrok (1895-1961), e o médico americano Charles Lieb, desconfiaram de que algum componente do esperma desencadeava contrações uterinas. A suspeita, confirmada depois por um sueco, Ulf von Euler (1905-1983), rendeu-lhe o Prêmio Nobel de Medicina de 1970. Tratava-se da prostaglandina, nome que nasceu da suposição equivocada de Euler de que ela se originava exclusivamente da próstata. A principal contribuição dos três cientistas que foram laureados com o Nobel de Medicina de 1982 consistiu em desvendar alguns mistérios que ainda envolviam as prostaglandinas.

 

Bergstrom dedicou 35 anos ao estudo desses hormônios, identificou vários tipos sob os quais se apresentam e decifrou sua estrutura química. Samuelsson, seu aluno, estudou a fundo a formação das prostaglandinas, derivadas de um ácido chamado araquidônico. A milhares de quilômetros de distância, o inglês John Vane seguiu trilha paralela e acabou por desembocar num dos achados mais notáveis desde o passo inaugural do pioneiro Von Euler: descobriu que a aspirina contribui para impedir a formação das prostaglandinas pelo organismo. Em termos práticos, foi longe. Até hoje, a ciência não conhece exatamente todos os mecanismos através dos quais a aspirina inibe a dor. Com sua descoberta, contudo, Vane ajudou a avançar significativamente na direção de um esclarecimento do mistério.

 

A aspirina foi sintetizada em laboratório pelo pesquisador alemão Felix Hoffmann (1868-1946), angustiado com as dores crônicas de que padecia seu pai. Antes disso, tomava-se como remédio contra a dor uma substância conhecida como ácido salicílico, inconveniente pelos distúrbios estomacais que provocava. Hoffmann incluiu mais um componente no remédio – o acetil, substância química formada de carbono e hidrogênio -, e a droga de todos os atormentados pela dor nasceu de suas mãos.

Com o nome de ácido acetilsalicílico e batizado comercialmente como aspirina, o comprimido foi então lançado à venda pelos laboratórios Bayer, da Alemanha. No último século, a aspirina tornou-se o remédio mais consumido em todo o mundo. A Bayer, também o produtor mais antigo, recebeu autorização do governo brasileiro para produzir aspirinas em 1916, em documento expedido pela Diretoria Geral de Saúde Pública.

Séculos antes de Cristo os egípcios faziam orifícios nos crânios de pessoas vivas, provavelmente para aliviar a dor provocada por tumores, e os gregos mascavam folhas de salgueiro, obtendo o alívio que hoje é satisfeito pela aspirina. Mesmo assim, até o século XIX, acreditou-se que a dor era muito mais uma emoção do que uma consequência de fatores fisiológicos.

 

(Fonte: Veja, 20 de outubro de 1982 – Edição 737 – MEDICINA – Pág: 70/74)

 

 

 

 

 

 

 

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